
Díli, 14 ago (EFE).- Um policial ficou gravemente ferido nos distúrbios ocorridos hoje na capital e em outras cidades do Timor-Leste, enquanto começou a distribuição de ajuda oficial às milhares de pessoas deslocadas pela violência devido à crise política que sacode o país.
O agente foi agredido por um desconhecido com um machado em Uatolari, onde 923 pessoas saíram de suas casas e buscaram abrigo com a Polícia.
Nas primeiras horas da madrugada, uma casa pegou fogo na aldeia de Nularan. Em Baucau - segunda maior cidade do país e cerca de 120 quilômetros ao leste de Díli -, não foram registrados incidentes, mas o transporte público e os comércios não funcionaram com normalidade.
A Polícia da ONU (UNPol) atendeu a seis chamadas em Díli que, ao contrário de dias anteriores, foram resolvidas sem incidentes graves e com a detenção de três pessoas.
O novo vice-primeiro-ministro timorense, José Luis Guterres, disse à imprensa em Díli que a ajuda para os refugiados está sendo transportada por ar para os principais centros urbanos das diversas regiões, e depois por estrada até as vítimas.
Guterres disse que helicópteros da Missão Transitória das Nações Unidas no Timor-Leste (Unmit, em inglês) participam das operações para entregar "arroz, tendas, sopas instantâneas, leite e outras necessidades básicas às vítimas do conflito".
O coordenador da assistência humanitária para Baucau e Viqueque, José Asa, informou que os dados mais recentes superam as 8.100 pessoas deslocadas.
Os distúrbios começaram em 13 de agosto, depois que o presidente do país, José Ramos Horta, anunciou que havia escolhido Xanana Gusmão para primeiro-ministro e que o encarregou de formar Governo.
A princípio, os distúrbios foram atribuídos à frustração dos partidários da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) pelo fato de que não governarão, apesar de terem vencido as eleições parlamentares de 30 de junho, como estabelece a Constituição.
Gusmão formou após o pleito uma aliança de quatro partidos que reuniu 37 das 65 cadeiras do novo Parlamento unicameral, acima dos 21 do Fretilin.
A direção do Fretilin qualificou de ilegítimo o novo Governo, mas pediu calma a seus partidários e atribuiu a violência a grupos interessados em manchar o nome do partido. EFE
"A solução dos problemas do país requer estabilidade política" Diz Ramos Horta
ResponderEliminarO resultado da eleição legislativa de 30 de Junho revelou uma profunda dispersão do voto dos timorenses sem que nenhum partido tenha obtido uma representação parlamentar suficiente para poder governar sozinho.
A Constituição dá ao Presidente da República competência exclusiva para nomear e empossar o Primeiro-Ministro indigitado pelo partido ou aliança dos partidos com maioria parlamentar, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento Nacional.
Ainda de acordo com a Constituição, o Presidente da República nomeia o Governo mas este só governa se os deputados aprovarem o respectivo programa apresentado no Parlamento Nacional.
Isto significa que, para formarem governo, os partidos devem revelar capacidade de diálogo e negociação para assegurar uma maioria suficiente que os apoie no Parlamento Nacional, garantido a estabilidade governativa.
O Presidente da República ouviu os partidos políticos e, durante semanas, tudo fez para promover o diálogo entre os partidos e encontrar uma solução de governo mais alargada possível, em que o maior número de timorenses se sentisse representado.
Esse esforço de diálogo mostrou que não é possível, neste momento, ultrapassar animosidades acumuladas ao longo de anos, em especial após a independência, para formar um governo de inclusão que reúna todos os grandes partidos.
Nestas circunstâncias, o Presidente da República teve de considerar outras alternativas políticas capazes de conseguirem uma maioria parlamentar suficiente para assegurar a estabilidade governativa.
A FRETILIN, o partido mais votado, elegeu 21 deputados. Uma aliança entretanto formada por quatro partidos reúne 37 deputados, isto é, a maioria dos deputados eleitos.
A eleição do presidente do Parlamento Nacional mostrou que o candidato comum da aliança de quatro partidos conseguiu uma confortável maioria de 41 votos, sendo eleito contra o candidato da FRETILIN e constituindo um teste sobre a real capacidade dos partidos reunirem maioria parlamentar.
Em face da auscultação do sentimento dos partidos e do impasse na negociações entre aqueles, o Presidente da República entendeu que não seria prudente, no interesse do país e da estabilidade governativa, decidir contrariamente ao sentimento geral dentro do Parlamento Nacional.
O Presidente da República decidiu em consciência pela solução que melhor assegura a estabilidade da acção do governo e que mais condições reúne para se concentrar finalmente na solução urgente dos problemas do desenvolvimento do país e da luta contra a pobreza.
Governo e oposição fazem igualmente parte da vida democrática e é importante para a nossa democracia contar com um partido forte na oposição. Isso, aliás, foi reconhecido por vários responsáveis políticos durante a campanha eleitoral.
O Presidente da República reconhece o direito de qualquer partido a discordar das suas decisões. Isso é normal em democracia e os partidos podem utilizar os mecanismos constitucionais e judiciais aplicáveis para tentarem fazer valer os seus pontos de vista.
Os representantes escolhidos pelo povo nas eleições legislativas têm o dever constitucional de assumirem as suas responsabilidades no Parlamento Nacional e de ali defenderem as suas posições políticas, quaisquer que elas sejam.
Na sua enorme sabedoria, o povo saberá julgar, nos próximos actos eleitorais, as posições que estão a ser assumidas por todos. Até lá, todos os timorenses tem o dever de contribuir, à medida das suas diferentes responsabilidades, para a estabilidade das instituições e para a solução dos problemas que Timor-Leste tem pela frente.
Díli, 16 de Agosto de 2007.
O Horta é um aldrabão já tinha tudo mais que combinado com o Xanana para a troca de lugares.
ResponderEliminarEm 2006 os dois - Xanana e Horta - inventaram a crise, lançaram a confusão e a violência e foi assim (com as costas protegidas pelas tropas australianas) que o Xanana correu com o Mari para pôr o Horta como primeiro-ministro.
E agora o Horta pagou o favor do Xanana e apesar do CNRT ter PERDIDO as eleições pôs o Xanana como primeiro-ministro.
Porque os Australianos para nos continuarem a roubar o petróleo e o gás precisam de ter um governo dócil e obediente.
E o instrumento para essa usurpação do poder é o CNRT Austrália, essa criação do Horta e do Xanana financiada pelos Australianos.
Fora com os usurpadores do poder!
Fora com o CNRT Austrália!
Comunicado de Imprensa - FRETILIN dá orientações aos seus militantes para manifestarem-se pacificamente contra o Governo Inconstitucional
ResponderEliminarFRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN
Comunicado de Imprensa
16 de Agosto de 2007
FRETILIN dá orientações aos seus militantes para manifestarem-se pacificamente contra o Governo Inconstitucional
O maior partido de Timor-, FRETILIN, apelou aos seus apoiantes para que não usem violência e protestem de forma pacíficia contra a decisão inconstitucional do President Ramos-Horta em convidar os segundo partido mais votado, CNRT, em vez de convidar a FRETILIN que foi quem venceu as eleições.
Deputados e membros da liderança da FRETILIN visitaram diversos distritos de Timor-Leste para passar uma mensagem de paz aos militantes e apoiantes da FRETILIN.
José Reis, Primeiro Secretário Geral Adjunto da FRETILIN, nos distritos de Viqueque e Baucau, José Manuel Fernandes, Segundo Secretário Geral Adjunto da FRETILIN, no distrito de Covalima, Estanislau da Silva, deputado parlamentar, nos distritos de Dili e Manatuto, Ana Pessoa, deputada parlamentar, no distrito de Bobonaro, Cipriana Pereira, deputada, no distrito de Dili, e José Teixeira, deputado parlamentar, no distrito de Manufahi.
“Os líderes e os deputados da FRETILIN passaram o fim de semana em diversos distritos, pedindo aos nossos apoiantes para que não usem violência e para fazerem protestos pacíficos contra o governo inconstitucional,” disse Arsénio Bano, Vice-Presidente da FRETILIN
“A posição da FRETILIN, em relação à violência, tem sido sempre clara e não mudou. Qualquer pessoa que use a violência deve ser levado à justiça por estar contra a lei, independentemente da sua afiliação política,” afirmou Arsénio Bano.
“Iremos visitar os outros distritos que faltam, nos próximos dias, para passar a mesma mensagem aos nossos apoiantes.
“A decisão de José Ramos-Horta foi inconsittucional pois o primeiro partido mais votado, e não o segundo, é que deveria ter sido convidado a formar o governo. O Presidente da República deveria dado ao paritdo vencedor a oportunidade de negociar para formar um governo que representasse o desejo do eleitorado e que não afectasse a estabilidade.”
“Explicamos aos nossos apoiantes que a FRETILIN propôs que se formasse um governo de grande inclusão, com um Primeiro-Ministro independente e dois Vice-Primeiro Ministros, um da FRETILIN e outro do CNRT.
“Nós propusemos a formação de um governo de grande inclusão porque a FRETILIN acredita que as eleições demonstraram que esse é o tipo de governo que o povo quer, com os líderes do país a trabalherem em conjunto para trazer a estabilidade à nação.
“Esta proposta obteve o apoio do Presidente Ramos-Horta mas foi cmpletamente rejeitada pelo Sr. Gusmão, que insistiu que ele próprio deveria ser indigitado pelo Presidente da República para Primeiro-Ministro, embora o seu partido não tenha vencido as eleições, obtendo apenas 24%.”
Arsénio Bano rejeitou a acusação feita pelo Sr Xanana Gusmão, afirmando que os líderes da FRETILIN foram aos distritos para reforçar os actos de violência.
Bano afirmou que “Logo após o anúncio do Presidente da República onde convidou o Governo Inconstitucional a ser formado, demos orientações para fazerem manifestações pacíficas e temos feito todos os esforços para acalmar a situação (veja Comunicado de Imprensa - Declaração de 6 de Agosto de 2007). O Senhor Xanana quer que todos aceitem-no como PM mesmo sabendo que não tem legitimidade, visto que obteu apenas 24% dos votos.”
“Em vez de acusar as outras pessoas, o Sr Gusmão deveria olhar para si próprio e pensar que ele prórpio, quando ainda era Presidente da República, contribuiu para a crise de 2006 ao passar mensagens inflamtórias e ter reforçado a divisão entre loromonu e lorosae. Ele também atacou a FRETILIN diversas vezes, e fez falsas acusações para tentar diminuir a popularidade da FRETILIN.
Bano disse que “o Sr. Gusmão não vê a realidade que 76% do eleitorado não votou no CNRT, e desses 76% muitos não o aceitam como PM por não ser de acordo com a Constituição.”
“O Sr Gusmão deve ver que o eleitorado tem tido várias inciativas para demonstrar a sua revolta em relaçào a decisão do Presidente da Reública. O eleitorado sabe que eles venceram, mas sentem que o sue voto não tem valor porque o Presidente da República não respeita os resultados das eleições legislativas de 2007.”
“A responsabilidade da lei e ordem é da UNPOL, das Forças Internacionais de Estabilização e da PNTL, e não da FRETILIN.”, afirmou Bano.
“Se o senhor Xanana, como PM, não tem capacidade para acalmar a situaçào, então é melhor resignar-se do cargo. A crise em 2006 teve inicio porque o Senhor Xanana quis obrigar o PM da altura a resignar, e tem-se prolongado até agora.” Concluiu Arsénio Bano.
Para mais informações, contacte:
Arsenio Bano (+670) 733 9416, Jose Teixeira (+670) 728 7080,
FRETILIN Media (+670) 733 5060
fretilin.media@gmail.com
www.fretilin-rdtl.blogspot.com, www.timortruth.com