domingo, 2 de novembro de 2008

Grupos de artes marciais constroem a paz na Casa da Juventude

2008-11-02 *** Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa ***
Díli, 02 Nov (Lusa) - Os passos de Osório Léqui, Portágio e "Sakaw", líderes de grupos rivais de artes marciais em Timor-Leste, nunca se cruzam. Excepto para lutar.
Esta semana, porém, lançaram juntos uma batalha diferente, pela paz da juventude timorense.
"A guerra acabou", explicou na sexta-feira Osório Léqui, um dos líderes do grupo Colimau 2000, à Agência Lusa, em Díli.


Ao lado de Osório, em ambiente de velha camaradagem, estava Portágio, o presidente do grupo PSHT, e "Sakaw", nome de guerra do líder do grupo 7-7 no bairro de Audian, no coração de Díli.
Os três ex-inimigos juntaram-se a outros líderes de grupos rivais na abertura oficial da Uma Juventude ("Casa da Juventude" em tétum), uma organização não-governamental timorense com a ambição de reconciliar os jovens e transformá-los em agentes de paz.
Na entrada da Uma Juventude, marcando fisicamente o desconforto com uma reconciliação em que acabou de entrar, estava Nuno Soares, antigo líder do grupo Korka, associado à Fretilin e grande rival do PSHT, que foi difundido em Timor-Leste durante a ocupação indonésia.
Mais tarde apareceu Oan Kiak, ex-combatente que, explica Osório, "representa o grupo 20-20, que existiu apenas durante a crise de 2006 e que recebeu armas" das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
Osório, Portágio, "Sakaw", Nuno e Kiak são rostos de grupos cuja rivalidade produziu alguns dos incidentes mais graves durante e depois da crise de 2006.
"O que chamamos guerra foi uma crise civil que transbordou dos militares e implicou os grupos de artes marciais e os jovens, que aceitaram as consequências da divisão nos militares. Em termos de actividade e de conflito, podemos designar isso por uma guerra civil entre timorenses", afirma Osório Léqui.
"Agora, a situação é outra e as pessoas precisam de mudar a sua vida", acrescenta Osório nas traseiras da sede da Uma Juventude.
"Precisamos de fazer algo mais prático para a nossa vida do que lutar. O processo de violência no passado acumulou-se em nós para nos fazer trabalhar juntos com mais força de agora em diante", prossegue Osório Léqui com um sorriso.
Osório nota que "há duas histórias que têm sido desenvolvidas neste país" sobre a violência dos jovens.
"Talvez de fora olhem para nós e vejam apenas os delinquentes e os criminosos. Mas nós tentamos ver na direcção oposta: estes são os guardiões do futuro da juventude timorense. Não se pode apenas dizer que todos são culpados e que não há nenhuma esperança no seu futuro", afirma Osório.
"Nós somos as vítimas de um conflito pós-independência. Temos um grande potencial para ser manipulados politicamente", admite o líder do Colimau 2000, acrescentando que os relatos de aproveitamento político dos grupos de jovens, em 2006 e 2007, "são 75 por cento verdade".
Neste momento, no entanto, essa exploração dos grupos pelos partidos "parou por razões que têm a ver com ambos os lados". É preciso oferecer aos jovens motivos para não cederem às pressões e à instrumentalização, sublinha o líder do Colimau 2000.
Osório chama a atenção para o facto de "a maior parte dos peticionários" das Forças Armadas em 2006 ser membros do Colimau 2000, "tal como o próprio Gastão Salsinha", e ter sido essa a razão para seguirem a contestação do ex-tenente nas casernas.
"Há uma solidariedade de cada membro na organização", explica Osório.
"É preciso evitar chamar criminosos aos elementos dos gangues. Se dizem algo de mim não é dito apenas de um indivíduo mas de todo o grupo", explica Osório sobre o tipo de fidelidade que liga os membros de cada estrutura.
Osório explica também que grupos como o Colimau 2000, PSHT, 7-7 ou Korka são transversais à sociedade e que é arriscado catalogá-los como grupos de criminosos.
"Temos Colimau 2000 nas F-FDTL e na PNTL. É um pacote de pessoas colocadas em posições e localizações estratégicas e isto foi integrado na cultura timorense", diz.
"Tem que se identificar e distinguir as organizações culturais e desportivas das que são criminosas", declarou à Lusa o fundador da Uma Juventude, José Sousa-Santos, até há poucos meses assessor do Presidente da República, José Ramos-Horta.
"Simplesmente, não podemos dar-nos ao luxo de falhar desta vez", explica o ex-assessor presidencial para a juventude.
"Estes líderes representam cerca de 250 mil jovens timorenses. Vamos apoiá-los ou deixá-los voltar às ruas?", pergunta José Sousa-Santos.
"O próximo conflito é um bom emprego, uma boa vida. É esse o desafio para nós e para a sociedade", concorda Osório Léqui, sob o olhar de Portágio e de "Sakaw".
Lusa/fim

2 comentários:

Anónimo disse...

Jackie Chan. Grande amigo do jovem Timorense.

Uam revelacao extraordinaria:

Maun Bo'ot Xanana recebeu treino secreto de Jackie Chan na area de Defesa Pessoal.

Chuta ali
Tebe aqui
Soco ali
Tuku aqui

Ninja

Anónimo disse...

Relatorio Loke matan:















































































































































































Obrigado