sábado, 15 de março de 2008

Voltaremos depois da Pascoa

Estimados leitores, estamos de licensa ate depois da Pascoa.

Pascoa hotu maka ami sei fila fali.


Pascoa Feliz a todos
Manufahi-Timor Leste

Justiça é 'premissa' para superar crise, diz premiê do Timor

Díli, 14 mar (Lusa) - O primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, afirmou nesta sexta-feira que a justiça é "premissa essencial" para solucionar a atual crise no Timor Leste e devolver à população a confiança nas instituições democráticas.

"Vivemos momentos difíceis em que a própria ordem constitucional democrática foi posta em causa e cujos fatores são de uma complexa dimensão social e política", disse.

Para Xanana Gusmão, "quando a autoridade democrática do Estado é posta em causa, exige-se que o poder se exerça: poder Legislativo, Executivo e de administração da Justiça em nome do povo".

As declarações do governante foram feitas durante a posse de dois novos juízes, quatro procuradores da República e quatro defensores públicos estagiários que concluíram o segundo curso do Centro de Formação Jurídica.

Antes da posse dos dez novos "operadores judiciários", como classificou Xanana Gusmão, o Timor Leste contava com 11 juízes, nove procuradores e sete defensores públicos de carreira.

Em sua intervenção, o primeiro-ministro timorense disse que o seu governo entende que a "melhoria do sistema judiciário no Timor Leste faz parte de um processo mais amplo da reforma do Estado e de desenvolvimento econômico e social".

"Justiça que não é célere, eficaz e universal contribui para um clima de impunidade, enfraquecendo a autoridade democrática do Estado", ressaltou.

A cerimônia, realizada no Tribunal de Recurso, em Díli, contou com a presença do presidente interino do Timor Leste, Fernando de Araújo "Lasama".

Em 11 de fevereiro, o presidente timorense, José Ramos-Horta, foi baleado durante um ataque contra a sua residência por um grupo comandado pelo militar rebelde Alfredo Reinado, que foi morto pelos guardas presidenciais.

No mesmo dia, o primeiro-ministro Xanana Gusmão escapou ileso de um outro ataque quando viajava de carro.

Rebeldes do Timor continuam cercados, diz fonte militar

Dili, 14 mar (Lusa) - O ex-tenente Gastão Salsinha e o grupo de rebeldes que lidera "continuam cercados e localizados", afirmou nesta sexta-feira à Agência Lusa uma fonte militar em Dili, capital do Timor Leste.

"Não houve nenhuma fuga do grupo de Salsinha", declarou à Lusa um oficial do comando conjunto da operação "Halibur", encarregada da captura dos suspeitos pelos ataques contra o presidente timorense, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

"O grupo de Salsinha, que se dividiu em grupos menores, continua cercado por nossas forças, que têm acompanhado a movimentação desses elementos", acrescentou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

"O objetivo da nossa operação continua sendo a captura dos fugitivos sem disparar um tiro. Se quiséssemos atingir o grupo de Salsinha, já teríamos feito há muito", explicou o oficial.

"A circunscrição do grupo de Salsinha pelas nossas forças não quer dizer que não se movimentem no terreno, que é uma zona muito difícil, montanhosa, e onde tem chovido muito e feito nevoeiro nos últimos dias", acrescentou.

"Não podemos esquecer que se tratam de homens armados", disse também a fonte do comando que reúne agentes das Forças de Defesa do Timor Leste e da Polícia Nacional.

Para concentrar recursos na operação, as Forças de Defesa diminuíram o número de postos de segurança estática em Dili, de 14 para cinco, "com uma média de cinco soldados em cada local", segundo a mesma fonte militar.

Gastão Salsinha, líder dos rebeldes das Forças Armadas, está em fuga desde 11 de fevereiro (noite do dia 10 no Brasil), quando foram efetuados os ataques contra as autoridades máximas do Timor Leste.

Salsinha liderou o grupo que fez uma emboscada a Xanana Gusmão, que escapou ileso, pouco depois de a casa de Ramos-Horta ter sido atacada por Alfredo Reinado.

No incidente, Reinado, então líder dos rebeldes, morreu e o presidente do Timor Leste foi baleado.

O ex-tenente Gastão Salsinha aceitou se render às autoridades em 7 de março, segundo o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, com quem estabeleceu um acordo para a entrega de 31 homens e 18 armas.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Rebeldes escapam o cerco das forças de segurança no Timor Leste

DILI (Reuters) - Rebeldes considerados responsáveis pelos ataques ao presidente e ao primeiro-ministro do Timor Leste escaparam do cerco das forças de segurança do país, informou o Exército na quinta-feira.

Centenas de forças conjuntas de segurança cercaram os rebeldes por vários dias na selva do distrito de Emera, que fica 75 quilômetros a oeste da capital, Dili. Mas eles não quiseram se render, disse o comandante das operações, Major Virgilio dos Anjos Ular.

"Nós poderíamos ter matado os rebeldes ontem, se quiséssemos. Mas mudamos de idéia e pedimos apenas que se entregassem", disse ele à Reuters, por telefone.

Ele disse que moradores do local ajudaram os rebeldes a se deslocarem para outro lugar na noite de quarta-feira. Eles são liderados por Gastão Salsinha, tenente renegado do Exército.

Dos Anjos Ular disse que a operação continua e pediu que as pessoas encorajem Salsinha e seus rebeldes a se entregarem para evitar derramamento de sangue.

Os rebeldes atacaram a casa do presidente José Ramos-Horta no dia 11 de fevereiro, ferindo-o seriamente com vários tiros. O primeiro-ministro, Xanana Gusmão, escapou ileso de um ataque paralelo na mesma manhã.

Ramos-Horta, que está se recuperando em um hospital no norte da Austrália, identificou o atirador que quase o matou, segundo um jornal australiano.

O atirador foi um dos 600 soldados rebeldes expulsos do Exército depois de uma greve de 2006, disse o jornal Age, citando o irmão de Ramos-Horta.

Outro importante rebelde acusado de envolvimento no ataque se rendeu no começo deste mês. As autoridades se mostraram confiantes que os outros rebeldes fariam o mesmo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

E Timor rebels cut communications

Paul Toohey | March 13, 2008

ALL communications lines to the rebels being hunted down by hundreds of government soldiers in the western part of East Timor have gone down, sparking concern among negotiators.
A senior East Timorese government source said the rebels, led by Lieutenant Gastao Salsinha, had today “disconnected their communications”.

The source said mediators had been trying to persuade the rebel group – said to comprise 30 men, most of them armed – to hand over the rebel Marcelo Caetano.

The Australian revealed today that President Jose Ramos Horta had identified Caetano, a junior officer, as the man who shot him twice on the morning of February 11.

The source said that earlier today mediators had been trying to persuade the group to hand Caetano over, partly for the safety of Caetano before the East Timorese soldiers got to him, and partly for the safety of the whole rebel outfit.

However, the rebels believe they can be targeted when their phones are on - whether or not they are making calls.

While such “triangulation” technology is available internationally, it is not known whether it is being deployed against the rebels in East Timor.

Mediators hoping to persuade the rebels to surrender fear the communication shutdown is a bad sign for the group.

It suggested they might be going into military mode and preparing for shootout.

It was also axiomatic that while the lines were down, any chance of negotiation was gone. “The military operation is ongoing,” said the source.

Rebel soldiers blamed for last month's attacks on East Timor's president and prime minister have escaped

By Tito Bello

DILI (Reuters) - Rebel soldiers blamed for last month's attacks on East Timor's president and prime minister have escaped a siege by security forces, the military said on Thursday.

Hundreds of joint security forces had surrounded the rebels for several days in the jungle in Ermera district, 75 km (47 miles) west of the capital, Dili, but they refused to surrender, operations commander Major Virgilio dos Anjos Ular said.

"They could have been killed if we had wanted to kill them yesterday, but we changed our mind and just called on them to give up," he told Reuters by telephone.

He said some residents had helped the rebels, led by renegade army lieutenant Gastao Salsinha, move to another place late on Wednesday.

Dos Anjos Ular said the operation was continuing and urged the people to encourage Salsinha and his rebels to turn themselves in to prevent bloodshed.

Rebels attacked the home of President Jose Ramos-Horta on February 11, seriously wounding him during a gunfight. Prime Minister Xanana Gusmao escaped unhurt in a separate attack the same morning.

Ramos-Horta, recovering in a hospital in northern Australia, has named the gunman who shot and nearly killed him, an Australian newspaper reported.

The gunman was one of 600 rebel soldiers sacked after going on strike in 2006, the Age newspaper said, quoting Ramos-Horta's brother.

Timor-Leste: "A minha saúde está no bom caminho", diz Ramos-Horta

Díli, 12 Mar (Lusa) - O Presidente da República de Timor-Leste, na sua primeira declaração pública desde o ataque de 11 de Fevereiro, afirmou que a sua saúde "está no bom caminho".
"A minha saúde está no bom caminho, apesar de ir devagar. Dentro de algum tempo, vou fazer o possível para voltar a Timor-Leste, para continuar a trabalhar", declarou José Ramos-Horta em Darwin, Austrália.
A declaração de José Ramos-Horta foi gravada em três línguas para transmissão televisiva: tétum, português e inglês.
"Pela primeira vez, desde que um nosso irmão, do grupo de Alfredo Reinado, do Grupo Salsinha, disparou contra mim, tenho hoje a possibilidade de falar a todo o povo timorense", começou por explicar o Presidente na sua curta mensagem.
"Aqui, no Hospital em Darwin, fui muito bem tratado por todos. Agradeço ao pessoal da ambulância e ao enfermeiro da GNR que me levou ao hospital no heliporto" de Díli, disse o chefe de Estado.
"Agradeço aos médicos no heliporto, do Centro Médico Aspen, que me salvaram a vida em Díli, antes de ser trazido de avião para Darwin", acrescentou o Presidente timorense.
"Não vou falar muito. Mais uma vez agradeço a todos vós. Peço ao governo, aos deputados e aos partidos, para trabalharem juntos para ajudar os pobres. Obrigado", concluiu José Ramos-Horta.
O chefe de Estado timorense foi atingido a tiro durante um ataque à sua residência em Díli pelo grupo do major Alfredo Reinado, que foi morto pela guarda presidencial.
Pouco depois, um segundo grupo, liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, atacou a coluna onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que saiu ileso da emboscada.

PRM.

Já está em Timor Leste novo contingente médico cubano

Havana, 12 mar (acn) Uma brigada médica de 190 internacionalistas cubanos da saúde chegou nesta quarta-feira à cidade de Bili, capital da República Democrática de Timor Leste, para continuar a colaboração bilateral no setor com esta nação asiática, reportou nosso correspondente nesse estado insular.

O embaixador cubano Ramón Hernández Vázquez e outros funcionários da missão diplomática foram ao aeroporto internacional Nicolau Lobato para receberem os internacionalistas civis da Ilha, que arribaram em dois vôos charter.
Os internacionalistas se unirão ao grupo de médicos, enfermeiros e outro pessoal desta esfera, até completarem novamente a brigada de 237 colaboradores que terá a responsabilidade de continuar atendendo à imensa maioria da população timorense de quase um milhão de habitantes.
Nas próprias aeronaves partiram de regresso 177 médicos e outros técnicos, que foram despedidos no próprio terminal aéreo por Mari Alkatiri, ex-premiê e secretário-geral da Frente Revolucionária de Libertação Nacional de Timor (FRETILIN).
O Embaixador cubano expressou a seus compatriotas que chegam a uma nação que sente muito amor pelos médicos cubanos, porque os que regressaram nesta quinta-feira à Pátria realizaram um excelente trabalho e se ganharam o amor, o carinho e a estimação de todo o povo de Timor Leste.
Segundo os dados de nosso enviado especial Cuba iniciou em abril de 2004 a colaboração na saúde com este pequeno país e garante a atenção médica nos 65 sub-distritos de um montanhoso território a mais de 14 mil 800 quilômetros quadrados.
Entre os indicadores mais sobressalentes figuram as 2,175 cirurgias realizadas pelos doutores cubanos de janeiro a março deste ano. Aliás, conseguiram reduzir em mais de 50% a mortalidade infantil nos lugares onde se desempenham, em tanto salvaram um total de 2,660 vidas na mesma etapa.
Por sua vez, professores cubanos contribuem à formação como futuros médicos de 148 jovens timorenses.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Presidente do Timor Leste fala pela primeira vez após atentado

12/03/2008 - 02h01
da Efe, em Sydney


O presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta, falou nesta quarta-feira pela primeira vez desde o atentado que sofreu no dia 11 de fevereiro.
De sua cama do hospital de Darwin (Austrália), Ramos-Horta agradeceu ao governo australiano pela ajuda em sua recuperação e as demonstrações de apoio de diversos líderes mundiais.
O chefe de Estado de Timor recebeu três tiros, dois nas costas e um no estômago, em um ataque em frente a sua casa perpetrado por soldados renegados leais ao comandante Alfredo Reinado, que morreu no tiroteio.
Ele foi operado com urgência em Díli (capital timorense) e enviado imediatamente a Darwin em um coma induzido pelos médicos, enquanto o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, escapou ileso de outro ataque.
Os médicos acreditam que ele poderá receber alta em dez dias, informou a rádio australiana ABC.
Rebeldes
Gusmão anunciou nesta terça-feira que o diálogo com os rebeldes está esgotado e que a via militar é "a única saída", depois de as forças de segurança retomarem na segunda-feira a operação de busca dos militares renegados, agora liderados por Gastão Salsinha.
Salsinha foi o braço direito de Reinado, que em meados de 2006 liderou os protestos de 599 militares expulsos do Exército por insubordinação, o que gerou uma onda de violência na qual morreram 37 pessoas.
A crise também levou ao desdobramento das forças estrangeiras de paz lideradas pela Austrália e as Nações Unidas, e forçou a renúncia do então chefe do Executivo, Mari Alkatiri.
Timor Leste, que alcançou a independência em 2002 como uma das nações mais pobres do mundo, encontra-se imerso desde então em uma instabilidade política que não conseguiu superar após as eleições presidenciais e legislativas realizadas no ano passado.

Autoridades do Timor-Leste despedem brigada médica cubana

• DILI — Nesta cidade teve lugar uma cerimônia oficial de despedida aos médicos e ao pessoal da saúde cubana, que cumpriram digna e honrosamente uma missão na República de Timor-Leste durante mais de dois anos.

Na cerimônia marcaram presença o presidente em exercício da República de Timor-Leste, Fernando Lasama de Araújo; o primeiro vice-ministro, José L. Guterres; o ministro das Relações Exteriores, Zacarias da Silva; o da Saúde, o doutor Nelson Martins; e o embaixador de Cuba nesse país, Ramón Hernández Vázquez.
A brigada médica cubana chegará a Cuba em 13 de março no mesmo avião em que outro contingente cubano da saúde irá para o Timor, que com os que ainda permanecem nesta nação, completarão a brigada integrada agora por 237 cooperadores, além de 35 professores que irão lá neste mês a fim de continuar a Campanha Nacional de Alfabetização, por meio da qual já foram alfabetizados 550 timorenses.
O chefe de Estado do Timor, ao terminar o empolgante ato, onde todos os cooperadores receberam um diploma das autoridades do país, agradeceu em seu nome e no do povo timorense "o empenho, a dedicação e a grande ajuda prestada, através de vocês, pelo amigo povo cubano. Dou também as boas-vindas aos colaboradores que em breve chegarão e aproveitou a ocasião para fazer votos de sucessos e novas conquistas ao povo cubano".
De sua parte, o ministro da Saúde, Nelson Martins, disse:
"Muitas comunidades nos pediram que os médicos cubanos permaneçam aqui por mais tempo pois seu trabalho tem sido ótimo. Todo o pessoal médico cubano ganhou a confiança dos profissionais da saúde do Timor. Congratulo todos vocês. O povo do Timor ama-os." •

Timor: «Não existem razões para eleições antecipadas»

Afirma Duarte Nunes, vice-presidente do CNRT
2008-03-11 20:09:33

Díli – O duplo atentado de 11 de Fevereiro acentuou as querelas inter partidárias em Timor. Duarte Nunes, vice-presidente do partido Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), considera que se deve afastar a ideia de eleições antecipadas.

O CNRT, partido criado em torno da imagem de Xanana Gusmão, maioritário no seio da Aliança para uma Maioria Parlamentar (AMP) que constituiu o Governo após as últimas eleições em Timor, tem sido alvo de vários ataques da oposição, especialmente da Fretilin, que não reconhece o seu Governo como legitimo e defende eleições antecipadas, sustentando que era um dos objectivos do presidente Ramos-Horta na véspera do atentado.

Duarte Nunes, vice-presidente do CNRT, em entrevista à PNN, disse que participou em várias reuniões com Ramos-Horta e a possibilidade de haver uma eleição antecipada, a pedido da Fretilin, foi abordada. «Esta ideia ficou posta de lado porque teriam de haver razões fortes», avança Duarte Nunes, «razões conforme a Constituição», todos os partidos com assento parlamentar teriam de concordar com «essa ideia da dissolução do parlamento», e considera que ainda não há razões para discutir essa proposta.

Num cenário de eleições antecipadas o CNRT apostaria novamente no carisma de Xanana Gusmão como motor na cativação de eleitores. «O partido nasceu agarrando-se à figura do Xanana» reconhece Duarte Nunes, «as ideias vieram só para reforçar. As pessoas olham mais para o Xanana, e entendem que pelo menos ele ainda pode dar o seu contributo para melhorar a situação que pode ser estragada com esta crise. As pessoas vêem que o CNRT o pode fazer» e sublinha que «não é o programa em si ou as ideias que tentam convencer as pessoas, mas as figuras.»

«Nas campanhas, todos os partidos têm boas ideias, bons programas, mas temos um grande apoio popular. É o que se vê nas campanhas, que quando aparece o Xanana as pessoas sempre se entusiasmaram.»

No entanto a AMP começa a dar sinais de falta de coesão. O vice-presidente do CNRT reconhece algumas «fragilidades» na AMP, mas «em termos de ideias para produzir», sugerindo que para melhorar as coisas «todos têm de estar coordenados», e defende que manter e apoiar o Estado «está acima de tudo.»

«Se, por exemplo, quebrarmos a aliança (AMP), poderemos provocar novas eleições em vez de resolver os problemas dos refugiados, isto é uma ideia destrutiva», considera.

O mesmo responsável político atribui as responsabilidades da actual crise ao antigo Governo da Fretilin: «O problema era interno da F-FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste) que o Governo tinha na mão e podia ter resolvido a nível interno. Mas deixou passar e as coisas correram. Depois o Governo, na pessoa do Ministro do Governo, fez a distribuição das armas. A verdade é que ele foi julgado e está preso. Baseado nisto, podemos entender que a culpa é do Governo da Fretilin. Se esta solução dos peticionários for resolvida, pelo menos as pessoas vão acreditar mais no actual Governo do que na Fretilin. A Fretilin está a tentar esforçar-se para participar, para ter algum mérito na opinião pública, porque eles também contribuíram para o problema.»

Assim, para Duarte Nunes, uma das etapas da resolução da crise em que mergulha Timor-Leste passa pela «captura daqueles que participaram nos ataques (contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão)» e não acredita que o grupo de Gastão Salsinha consiga reorganizar-se e cativar as populações. «Eles já estiveram muito tempo com essas populações» considera o vice-presidente do CNRT, «estiveram com eles durante quase um ano, e esta última actuação é uma desilusão, portanto estão praticamente como perseguidos», perante a actual situação o mesmo político defende que a população que eventualmente protegeu os «fugitivos» desligaram-se destes pelo facto de serem homens procurados. «Ajudaram por ajudar, mas aderir às suas ideias é difícil, porque estão apertados.»

A tensão nas ruas de Díli é visível. Duarte Nunes atribui esta tensão ao Estado de Sitio declarado, «é a primeira vez que é declarada em Timor, as pessoas entendem que há um perigo eminente que se aproxima ou pode acontecer» e defende que é uma forma de se «ver se a população se submete ou não à ordem do Estado. O recolher obrigatório é uma forma de educar» e critica a Fretilin de não ter instaurado Estado de Sitio em 2006: «Na altura foi um erro. Podiam ter declarado o estado de sítio. Pelo menos as pessoas ficavam em casa, os que atentavam e infringiam o recolher obrigatório pagavam uma sanção e as coisas não corriam assim tão mal.»

Tiago Farinha

(c) PNN Portuguese News Network

terça-feira, 11 de março de 2008

Cinco membros do grupo de Alfredo enfrentam a justiça


Longuinhos : “Foram os envolvidos no caso de Fatuahi”

O Tribunal Distrital de Díli, sexta-feira (29/2), fez o primeiro interrogatório judicial a cinco membros do grupo do falecido Alfredo Reinaldo Alves envolvidos no caso do ataque aos seus companheiros das F-FDTL em Fatuahi, no dia 23 de Maio de 2006.

Os cinco membros são Anterlau Ribeiro Gomes, soldado da Polícia Militar (PM), Rudinho A. Martins, Alferes (PM), Martinho de Almeida, soldado (PM) e António Sávio, Alferes (PM).

O Primeiro interrogatório judicial foi dirigido pelo Juiz Internacional Ivo Rosa Baptista e o Procurador que atendeu este processo foi o Procurador Filismino Cardoso. Os advogados dos cinco clientes são André Fernandes (internacional), Sérgio Hornai (nacional), Olga Moniz (Defensoria Pública) e Zélia (internacional).

Neste processo de audiência, o Procurador pediu aos arguidos para prestarem declarações sobre o envolvimento no caso de Fatuahi, na crise do ano anterior. Após a audiência, o Procurador Filismino disse ao Diário que a primeira audiência teve como objectivo procurar saber a culpa dos cinco arguidos na altura. E assim o Tribunal procurou determinar o processo de justiça para cada um deles.

«Não é um julgamento aberto ao público, apenas realizámos a primeira audiência ou decidimos a medida de coacção de declaração dos arguidos para poderem responder em Tribunal e submeter-se à justiça», afirmou Filismino.

O caso de Fatuahi

Em locais distintos, os jornalistas confirmaram com o Procurador-Geral da República, Dr. Longuinhos Monteiro, que os cinco arguidos, como membros da PM, não tiveram envolvimento no atentado de 11 de Fevereiro mas participaram na audiência, porque tinham um envolvimento directo no caso de Fatuahi, no dia 23 de Maio de 2006.

«Os cinco elementos são membros do Alfredo que foram identificados. Mas estes não tiveram envolvimento no atentado que feriu o Presidente da República, Ramos Horta, que está a ser tratado na Austrália nem na emboscada ao Primeiro-Ministro Xanana Gusmão em Laulara», concluiu Longuinhos. JNSemanário .

“TOKE”: Serviço móvel pré-pago da Timor Telecom

A Timor Telecom (TT), como outros operadores existentes no mundo, decidiu dar um nome e imagem aos seus serviços móveis. Assim, o nome escolhido foi “TOKE”, para facilitar as populações na área de telecomunicações, afirmou o administrador-delegado da Timor Telecom, José Brandão, aos jornalistas em conferência de imprensa realizada no edifício do Hotel Timor, Díli.

«O cartão Sim ou o pré-pago normalmente utilizado pelos clientes não tinha um nome próprio, para comprá-lo nas Lojas da Timor Telecom um cliente diria “quero comprar um cartão Sim da TT”. Neste momento poderão dizer que desejam comprar um cartão Sim “Toke”», repetiu Brandão.

Acrescentou que foi a partir do dia 1 de Março de 2008, o dia do 5º aniversário de operação da sua rede de telecomunicação, que a Timor Telecom lançou oficialmente o seu novo nome para os serviços móveis pré-pagos.

«A novidade trazida pelo TOKE é o novo cartão Sim de 5 dólares, do preço anterior 20 dólares (10 dólares créditos). Neste momento o cartão Sim com o preço de 5 dólares, incluindo crédito de 5 dólares, um preço para o acesso aos serviços móveis neste momento zero», explicou Brandão.

Salientou que não é difícil ser cliente do serviço móvel, como diz a publicidade do TOKE, os serviços têm como objectivo facilitar a população no acesso à telecomunicação, em especial os jovens.

«Por que é que escolhemos o TOKE? Porque é nome de um animal simpático que vive no mato e também vive nas nossas casas. Quando canta, acorda-nos, citando ou cantando sete vezes consecutivas o nome “TOKE”, como que desejando falar connosco. Por outro lado, “TOKE” na língua Tétum significa “jovem bonito”. Portanto a Timor Telecom deseja novos serviços especialmente para os jovens, que constituem a maioria da população», afirmou Brandão, acrescentando que não será apenas isto. O TOKE trará outra novidade dentro deste ano. Na realidade, 2008 será um ano cheio de novidades e surpresas positivas para os clientes da Timor Telecom.

Na ocasião, o director comercial da Timor Telecom, Gastão Sousa, explicou que em relação às dúvidas de clientes da Timor Telecom sobre se com o lançamento do Sim TOKE o cartão Sim de 20 dólares continuará válido, respondeu que continua válido, mas porque a maioria de utilizadores de telemóveis são jovens e em Timor-Leste há falta de campos de trabalho para os jovens, neste caso a Timor Telecom tomou a iniciativa de vender o cartão Sim Pré-pago TOKE com um preço de 5 dólares e crédito de 5 dólares.

«Então a partir de agora poderão frequentar as lojas da Timor Telecom para comprarem estes cartões porque haverá uma grande surpresa para os clientes da Timor Telecom dentro deste ano», afirmou Sousa, satisfeito. JNSemanário .

Resultado da audiência preliminar, “Susar” cumprirá um ano de prisão preventiva

O resultado da audiência preliminar (ou o primeiro interrogatório judicial) ao ex-Agente da Polícia Nacional de Timor-Leste, Amaro da Costa “Susar”, que decorreu por dois dias (segunda e terça-feira), foi conhecido na terça-feira, por volta das 14h00, quando o Juiz Ivo Rosa, como Juiz da audiência, anunciou que “Susar” será remetido a prisão preventiva durante 1 ano para participar nos processos posteriores, porque a decisão do Tribunal é uma medida de coacção.

Após a audiência, o Juiz Ivo Rosa deu oportunidade aos jornalistas para entrarem na sala de audiência A, a fim de serem informados de que o arguido Susar obteve uma pena de prisão preventiva, de um ano, porque várias evidências demonstram o envolvimento do arguido em vários casos.

O Juiz Ivo Rosa acrescentou que há indícios fortes para considerar que o arguido cometeu 6 homicídios, nomeadamente, homicídio atentado, crime contra o Estado de Segurança, homicídio atentado para matar o Chefe do Estado na sua residência em Metiaut, incluindo perturbação de ordem pública e crime contra a segurança do Estado aos seus companheiros das F-FDTL em Fatuahi no dia 23 de Maio de 2006 e em Same.

Portanto o Juiz aplicou o artigo 338, 340, 53, 140 do Código Penal, artigo 140, contra a segurança do Estado e artigo 340, atentado contra o Chefe do Estado, no dia 11 de Fevereiro.

No mesmo local, o Procurador Felismino Cardoso afirmou que o Ministério Público determinou a prisão preventiva porque o mesmo teve envolvimento em vários casos, dirigido pelo falecido Alfredo Reinaldo Alves.

«Há indidicações de três casos de envolvimento do Susar com o falecido Alfredo Reinaldo, há fortes indícios do seu envolvimento no atentado do dia 11 de Fevereiro, no caso de 23 de Maio e no caso de 2007 em Same», explicou Felismino.

No mesmo local o advogado do Susar, José Pedro Camões, afirmou que o seu cliente concorda com a decisão do Juiz da audiência sobre o seu envolvimento nos três casos supramencionados, então a prisão preventiva é o melhor meio para aguardar o processo de justiça.

«O meu cliente concorda com a decisão tomada pelo Juiz. Susar demonstrou a sua dignidade aos seus colegas para facilitar os serviços do Tribunal. Não há recurso a ser feito pelo advogado de Susar porque o processo terá ainda continuação», afirmou Pedro Camões.

A audiência foi dirigida pelo Juiz Ivo Rosa e o Procurador que atendeu ao caso foi Felismino Cardoso, incluindo o advogado de defesa do arguido Susar, José Pedro Camões, Hernani Rangel e Belchior Bento.

Segundo a observação do Diário, a audiência teve uma segurança máxima da UNPOL, Guarda Nacional Republicana (GNR) e PNTL. A audiência foi fechada ao público, por ser o primeiro interrogatório judiciário a Susar. No final da audiência, o arguido Susar, acompanhado pela GNR, foi levado para a Prisão de Becora, Díli. JNSemanário.

Primeiro-Ministro Xanana Gusmão : “O Governo dará atenção à família do Alfredo”

O Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão garante que o Governo dará atenção à família do falecido Alfredo Reinaldo Alves mas não agora.

Xanana Gusmão referiu-se a esta questão aos jornalistas, no Palácio das Cinzas, Caicoli, Díli, após o encontro de alto nível em resposta à mensagem do Presidente da República Ramos Horta, que pediu ao Governo para dar atenção à família do falecido Alfredo.

O Chefe do Governo afirmou considerar esta declaração porque muitos dos seus familiares estão nos locais de refugiados e outros.

«Não nos esquecemos disso. Eu pessoalmente sei que a sua esposa e o seu filho estão no exterior, mas não vou suportar agora, porque todos os casos devem ser tratados através de um orçamento e todos nós sabemos que os nossos pais e mães que formam no Ministério da Solidariedade Social, o Governo procurará meios para os ajudar», afirmou Xanana.

Em relação à segurança, desejo contar uma história: «alguns indivíduos ou alguns senhores em Timor-Leste dizem que com o estado de sítio umas pessoas estão zangadas comigo. Mas umas senhoras falam ao contrário e dizem ao Primeiro-Ministro que o estado de sítio é bastante positivo. Porque à noite ninguém as incomoda e podem dormir tranquilas. Umas senhoras escreveram cartas ao Primeiro-Ministro a agradecer ao Primeiro-Ministro porque com o estado de sítio os seus maridos não saem da casa à noite», explicou.

Xanana afirmou que no encontro informou ainda ao Presidente da República Interino que amanhã (hoje) o Conselho de Ministros elaborará um pedido para ser apresentado ao PR Interino para ser considerado. O PR Interino disse que tomará em consideração o assunto relativo às celebrações da Páscoa (Sexta-Feira Santa e Sábado Santo) para que haja tolerância nestas celebrações.

«Portanto desejo avisar desde já que se houver essa tolerância, a sociedade, o povo e os jovens devem comportar-se bem para que todos juntos possamos aliviar a situação», advertiu Xanana.

O Chefe do Governo explicou que nesse encontro falaram sobre as operações do Comando Conjunto, sobre as FEI, UNPol, que prometeram dar atenção aos soldados que cometam qualquer actuação no terreno, farão tudo para corrigir, mas, em geral, todos apreciaram e tudo correu bem.

Além disso o PM Xanana sublinhou ainda que hoje (ontem) se realizou um encontro inter-ministerial para tratar das condições dos peticionários que, como todos nós sabemos, dentro desta semana serão retirados de Aitaraklaran para outro local para poderem realizar as suas actividades, senão apenas vão dormir e comer e poderão apanhar “stress”. Assim poderemos ver a oportunidade e possibilidade para resolver os seus problemas.

Relativamente a Salsinha, que se entregará, Xanana afirmou que isso não é da sua competência, mas é da competência do Comando. Se o Salsinha quiser vir, o Governo aguarda-o. Portanto o Governo continua a passar a mesma mensagem a Salsinha e seu grupo: para se entregarem.

Assim também, em relação ao “Susar”, que vai cumprir a prisão preventiva durante um ano, o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão realçou que isso é da competência da justiça e que o Governo não deve interferir. JNSemanário.

Primeiro-Ministro Xanana esclarece Parlamento Nacional sobre comportamento de membros das F-FDTL e PNTL

O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, enviou uma carta de esclarecimento ao Parlamento Nacional (PN) sobre o comportamento de elementos das F-FDTL e PNTL na comunidade sobretudo em relação aos deputados, afirmou o Presidente Interino do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, aos jornalistas recentemente no Parlamento Nacional, após a leitura da carta de esclarecimento na sessão plenária.

Vicente explicou que sobre o conteúdo da carta, há um esclarecimento do Primeiro-Ministro acerca do comportamento de elementos das F-FDTL e PNTL face aos cidadãos e aos deputados a fim de poder identificar alguns abusos de poder cometidos por esses elementos de Polícia e das Forças Armadas.

«Foi um esclarecimento sobre o comportamento de elementos das F-FDTL e PNTL contra cidadãos e deputados a fim de elaborar um inquérito e corrigir estes comportamentos», salientou Vicente.

Vicente afirmou ainda que a carta de esclarecimento do Primeiro-Ministro Xanana é como um pensamento para corrigir atitudes de indivíduos dentro das Instituições e sobre o comportamento dos deputados no futuro.

«Amanhã ou depois, se alguns deputados não se comportarem bem, os jornalistas poderão dar-nos conhecimento disso, e nós daremos os esclarecimentos necessários. Poderá acontecer o mesmo em outras Instituições», concluiu Vicente. JNSemanário .

Timor-Leste: Comando Conjunto renova apelo a Salsinha

2008-03-10 17:10:38

Díli - O Comando Conjunto da Operação «Halibur» voltou hoje a reiterar o apelo ao ex-tenente Gastão Salsinha para que reconsidere a proposta de entrega e rendição feita pelo Procurador-Geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, na semana passada.

Apesar do apelo à solução pacífica do problema, o Comando Conjunto anunciou que durante as actuais operações no distrito de Ermera, sudoeste do país, as foram ocupados 30 pontos estratégicos a partir dos quais são efectuadas patrulhas diurnas e nocturnas. Nesta acção estão envolvidos 465 elementos, 300 dos quais das F-FDTL (forças armadas timorenses) e os restantes 165 da PNTL (Policia nacional). As Forças Internacionais de Segurança também participam nesta operação, em especial ao nível do apoio logístico.

Quanto a Súsar, um dos líderes do grupo que atacou o Presidente da República Ramos Hortas, o Comando Conjunto informou que se encontra na Messe de Oficiais das F-FDTL em Ermera, negando desde logo os rumores que circularam em Dili relativamente ao envenenamento de Súsar. A última estimativa de peticionários que se encontram acantonados em Dili é de 674, crescendo o número de dia para dia.

Tiago Farinha (c) PNN Portuguese News Network

segunda-feira, 10 de março de 2008

Homem que atingiu Ramos Horta está com Salsinha

Data: 10-03-2008

O homem que disparou contra o Presidente José Ramos Horta há um mês integra o grupo do ex-tenente Gastão Salsinha e está na área de Atsabe, Ermera, afirmou hoje fonte do Comando Conjunto da operação 'Halibur'.

Falando numa conferência de imprensa, o tenente-coronel Filomeno Paixão afirmou que "a maioria" dos elementos que atacaram a residência de José Ramos Horta, dia 11 de Fevereiro, já se entregou às autoridades.

"Faltam uns tantos. Um deles (é) o que pessoalmente atirou sobre o Presidente da República. Mas sabemos exactamente onde está neste momento", explicou o comandante da operação 'Halibur'.

"Ele está com o grupo de Gastão Salsinha e está para os lados de Atsabe", acrescentou Filomeno Paixão.

Gastão Salsinha, que se encontra em fuga desde o duplo ataque de 11 de Fevereiro contra José Ramos Horta e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, ainda não se entregou às autoridades.

O ex-tenente das Forças Armadas timorenses, líder dos peticionários em Janeiro de 2006, fez um acordo para a rendição de 32 homens e 18 armas, mas sexta-feira pediu mais dois dias ao procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, para reunir os últimos dois elementos do seu grupo.

"Salsinha vai entregar-se em breve. Não vai aguentar a pressão do cerco feito pelos soldados", afirmou hoje o tenente-coronel Filomeno Paixão.

A operação 'Halibur' tem actualmente no terreno quatro companhias com 465 elementos armados, dos quais 300 são soldados das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e os restantes da Polícia Nacional (PNTL).

Segundo o comando da operação, as forças conjuntas controlam cerca de 30 pontos, concentrados no distrito de Ermera, a partir dos quais são conduzidas patrulhas diurnas e nocturnas.

"As Forças de Estabilização Internacionais (ISF) colaboram e têm coordenação operacional e táctica com as forças do comando conjunto no terreno, participando activamente nesta operação", adiantaram os comandantes da 'Halibur'.

Filomeno Paixão explicou que as ISF, que têm um pelotão estacionado junto a Maliana (oeste), ofereceram-se para evacuar soldados timorenses que sejam feridos no teatro de operações.

"Salsinha prometeu render-se hoje. Não temos conhecimento da sua vontade de se render. Ontem, ele retirou a intenção de se entregar e hoje o procurador-geral da República ia uma última vez a Ermera falar com ele", declarou Filomeno Paixão à imprensa.

O primeiro-ministro afirmou, à mesma hora, numa outra conferência de imprensa à chegada de Darwin, Austrália, que "Salsinha não tem mais opções".

"Acredito que as forças conjuntas e as ISF o cercaram em Ermera. A escolha está do lado dele, não do nosso", acrescentou Xanana Gusmão, que visitou, em Darwin, o Presidente da República.

Lusa

Xanana Gusmão visitou Ramos-Horta en Darwin

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, visitou hoje o presidente José Ramos-Horta no hospital de Darwin, na Austrália, numa prova de solidariedade depois do atentado de que foram alvo os dois políticos timorenses.

Xanana Gusmão visitou esta segunda-feira no hospital de Darwin o seu amigo Ramos-Horta numa visita que o primeiro-ministro considerou ser de solidariedade para com o presidente após o atentado do passado dia 11 de Fevereiro.

O líder do Governo timorense mostrou-se satisfeito “por ver novamente Ramos-Horta a andar” depois do atentado de que foi alvo e que o deixou gravemente ferido.

“Vim numa visita de solidariedade” referiu Xanana Gusmão aos jornalistas após a visita feita a Ramos-Horta no hospital de Darwin mostrando-se muito satisfeito por ver que o seu amigo de longa data recuperou bastante bem.

Xanana Gusmão teve ainda oportunidade de referir que espera que a operação de captura dos rebeldes “termine esta semana” com a rendição de Gastão Salsinha.

“Foi dito a Salsinha que ou se entregava ou teria de enfrentar as consequências”, disse o primeiro-ministro timorense adiantando que depois disso “podemos continuar a resolver os nossos problemas humanitários e sociais do país”.

RTP
2008-03-10 10:10:34

Igreja engajada no processo de reconciliação do Timor Leste

Photo: Estatua de Nossa Senhora no pico do monte Ramelau (3,000 metros)
DILI, domingo, 9 de março de 2008 (ZENIT.org-Fides).- Diálogo, arrependimento, reconciliação, pacificação nacional: são estes os binários nos quais caminha, em maior à difícil situação política e social, a Igreja Católica em Timor Leste.

Na história da pequena república asiática de maioria católica, a Igreja sempre teve influência e ascendência na sociedade, conduzindo-a ao bem-comum, à paz e harmonia, refere a agência Fides, da Congregação para a Evangelização dos Povos.

Atualmente, graças aos esforços de mediação de líderes católicas, parece ter-se aberto uma espiral de reconciliação para a população, abalada pelo atentado ao presidente José Ramos-Horta e a rebelião de um grupo de militares.

O próprio presidente, gravemente ferido e ainda internado em um hospital de Darwin (Austrália), deu um passo inicial, anunciando seu perdão aos autores do atentado e mostrando-se animado pelo desejo de pacificação, e não de vingança.

Entretanto, alguns líderes rebeldes deixaram entender sua disponibilidade em arrepender-se publicamente. Alguns se entregaram voluntariamente à polícia.

A obra da Igreja, que recebeu elogios e consenso em nível político e social, está produzindo seus frutos. Todos nutrem a esperança de que todo o grupo de militares rebeldes entregue as armas e abandone os propósitos de subversão, encerrando o episódio e abrindo uma nova era de paz.

O governo também se disse pronto a perdoar os rebeldes, reintegrando-os em suas funções de soldados.

A República Democrática de Timor Leste nasceu oficialmente em 20 de maio de 2002, após um período de administração transitória das Nações Unidas.

Mais de 90% da população timorense se declara católica. Por este motivo, a Igreja tem uma função importante na formação das consciências dos cidadãos timorenses.

A nação está engajada no «diálogo nacional» sobre justiça e reconciliação, que envolve membros do parlamento, organizações sociais e políticas, representantes da comunidade católica. A Igreja local acentuou a necessidade do «perdão na verdade e na justiça», essenciais para reforçar a unidade nacional.

Além de servir as carências espirituais dos mais de 665.000 fiéis nas dioceses de Dili e Baucau, a Igreja em Timor Leste oferece serviços sociais e sanitários e coordena programas de desenvolvimento para agricultores.

Entre os desafios da recém-criada nação, estão a reconstrução de infra-estruturas, escolas, hospitais e de um aparato burocrático eficiente para todos os setores da vida pública.

ático eficiente para todos os setores da vida pública.

Sirana – O início do cinema timorense

Para ver o filme "Sirana" CLICK http://jpesperanca.blogspot.com/
Sábado, Março 08, 2008
As cenas iniciais mostram-nos o interior de uma casa de palapa, um típico lar timorense com uma fotografia do Papa João Paulo II pendurada na parede, um oratório onde rezam os habitantes com uma vela acesa, frinchas nas paredes, cozinha e quarto-de-banho exteriores, também feitos de materiais como palapa ou chapas. Um senhora de lipa e cabaia reza as orações matinais e faz a lida da casa. Ficamos então a saber quem mais mora na casa, Sirana, a protagonista, filha da senhora, e a irmã mais velha daquela e o cunhado. Este está desempregado, é vadio e bêbado, e bate na mulher. As discussões entre o casal são constantes.

Vemos depois Sirana sair cedo a pé com a mãe para irem vender legumes da sua horta no mercado. Aí aparece uma antiga conhecida da mãe, acompanhada por uma jovem colega de Sirana, ambas bem vestidas e com visual moderno. As senhoras conversam um pouco e a que compra os vegetais diz que trabalha num kantor [escritório] e refere as muitas colegas de ambas de antigamente, que são agora deputadas no Parlamento e funcionárias de Ministérios. A cena apresenta, sem tal mencionar explicitamente, o contraste chocante entre a vida de uma que continua pobre e a forma como a outra subiu na vida e se move no mundo dos políticos, dos malais, das ONGs… As duas raparigas andam ambas a ensaiar para uma peça de teatro e combinam encontrar-se lá no CJPAV mais tarde. Sirana interpreta o papel principal, o de Rosa Muki Bonaparte.

Já em casa, aparece a visitá-las uma prima, moça moderníssima, toda gira, transportada de carro. Explica que trabalha com os malais, ganha muito dinheiro, e, inquirida, responde que para arranjar um emprego assim “tem que se saber inglês e português, saber vestir-se bem, ser bonita, e mais outras coisas… que tu [Sirana] ainda não sabes”. Veio contar-lhes que na semana seguinte será o seu “troka prenda”, noivado, e que o namorado é estrangeiro, mas muito boa pessoa, e que no próximo ano irão ambos à terra dele.

Noutra cena, as amigas de Sirana vêm chamá-la para ir com elas à praia. São exuberantes, elegantes e belas, vestem roupas justas com ombros nus e umbigos à mostra… Sirana vai com roupas que a prima lhe havia oferecido. Na praia ela está triste e acaba por desabafar com dois colegas, um rapaz e uma cachopa, contando os problemas em casa entre a irmã e o cunhado, e também que não lhe estão a correr bem os ensaios porque não sabe o suficiente sobre Rosa Muki Bonaparte. Os colegas falam-lhe do papel desta como pioneira dos direitos da mulher em Timor, no âmbito da OPMT, e que foi assassinada pelos militares indonésios no porto de Díli logo no primeiro dia da invasão, e aconselham-na a procurar nos livros e perguntar às senhoras mais velhas. Ela confessa que há mais uma coisa a preocupá-la, um amigo, Nonó, gosta dela, mas ela sente-se reticente em retribuir porque ele é rico e ela não. Eles asseguram que o Nonó é um tipo impecável que não dá importância a essas coisas.

Noutro ensaio, um senhor lá no CJPAV (uma das mais importantes instituições culturais de Díli) pergunta à nossa jovem heroína porque não pede ela à mãe informação sobre a personagem que tem que interpretar e sobre esses tempos. Ele tinha afinal estado no mato com a mãe de Sirana. Esta conta depois à filha sobre os primórdios da luta das mulheres pela sua dignidade, oprimidas que estavam pela sociedade e pela cultura tradicional, e sobre as actividades da OPMT na montanha nos primeiros anos da guerra.

Entretanto o namoro com o tal Nonó parece estar encaminhado. Sirana chega a casa e depara com a irmã que fora novamente espancada.

Temos depois uma cena com a prima, numa esplanada com o namorado. Este é “português”, apesar de o actor falar com um forte sotaque anglo-saxónico:

“- Amor, quando é que me levas para Portugal?
- Fazer o quê?
- Aprezenta ha’u ba ó-nia família [apresentar-me à tua família], of course!
- Querida, ó tenke komprende ha’u tropa ne’e. Ha’u labele lori ó ba Portugál agora. [tens que compreender que sou militar aqui. Não posso levar-te para Portugal agora]
- Mas amorzinho, ó promete atu aprezenta ha’u ba ó-nia família! [tu prometeste apresentar-me à tua família] Sabes perfeitamente que eu estou grávida!
- Eu sei amor. Ne’e la’ós ha’u mak sala. Itrua mak hakarak!... [isso não é culpa minha. Ambos quisemos… ]
- Mas amor…
- Não, não! Ita la promete buat ida ba malu. [nós não prometemos nada um ao outro]
- Ó labele halo ha’u nune’e [não podes fazer-me isso], por favor! “

E o “português” pede desculpa e põe-se a andar. Fica a moça abandonada a chorar. Depois vai a casa das primas contar-lhes lavada em lágrimas.

Este é um drama relativamente comum em Timor, o das namoradas grávidas deixadas entregues à sua sorte por namorados malais que terminam o tempo de serviço e voltam para os seus países. Mas achei curioso que – ainda por cima sendo o actor falante de inglês – tivessem optado por dar ao personagem a nacionalidade portuguesa. É certo que um soldado australiano me contou (não sei se estava a dizer a verdade ou não) que eles estão proibidos de namorar com as timorenses e que por isso, enquanto dura a comissão, têm alguns dias de licença de xis em xis semanas para irem a Báli, mas também é verdade que ele me disse isso num bar e que fiquei com a impressão que ele namorava com uma das empregadas que lá trabalhava…

A história no filme continua a desenrolar-se com a estreia da peça, que retrata a violência da invasão indonésia. As cenas da peça alternam com outros acontecimentos: o cunhado que aparece bêbado mais uma vez e que a sogra expulsa de casa, o reaparecimento deste num estado deplorável andando aos tombos até à porta que ninguém lhe abre. A peça termina com aplausos entusiásticos do público e com a subida ao palco de Mari Alkatiri (na época Primeiro Ministro) para dar beijinhos e cumprimentos aos actores e actrizes.

O filme foi feito em Díli há uns quatro ou cinco anos, e parece-me que é a obra pioneira do cinema timorense. Lembro-me de ter visto pelo menos uma produção antiga com actores da diáspora, “Flores Amargas”, ambientado no meio dos refugiados do Vale do Jamor, em Portugal, mas produto nacional mesmo, este – que eu saiba – é o primeiro. Apesar de algumas dificuldades ao nível técnico, como por exemplo a captação do som que não está muito boa, parece-me um trabalho muito bem conseguido a vários níveis. O primeiro é a sua radicação consciente na realidade local, falado em tétum, não se tratando apenas de olhares de malai sobre Timor mas sim de ambientes e histórias que fazem parte do quotidiano genuíno dos timorenses. Outro aspecto que me agradou foi, que apesar da aparente simplicidade do argumento, há a possibilidade de mais do que um nível de leitura. Resta dizer que Ivete de Oliveira foi a realizadora, e que o filme resulta do trabalho conjunto de várias instituições: Fundasaun Kultural Le-Ziaval, Sahe Institute for Liberation, Sanggar Mamura e Catholic Institute for International Relations, com apoio da Caritas Australia e Caritas New Zealand. Da banda sonora fazem parte pelo menos Os Novos 5 do Oriente e o Nelson Turquel, que também aparecem no filme.

http://jpesperanca.blogspot.com/

domingo, 9 de março de 2008

Ex-jornalista Miguel Lemos morreu aos 52 anos

Miguel Lemos, actualmente chefe do gabinete de Relações Externas do Tagus Park, antigo jornalista que integrou os quadros redactoriais da Rádio Renascença e da RTP, morreu, ontem, na sua casa, em S. João do Estoril, onde se encontrava sozinho. Uma vez que não tinha um historial clínico de doenças graves, a família aguarda a realização de autópsia, com o objectivo de esclarecer as causas da morte.

Nascido em Luanda há 52 anos, Miguel Lemos radicou-se em Portugal após a independência de Angola.

Ao serviço da RTP, viria a ser um dos primeiros jornalistas a entrar em Timor-Leste, após a invasão do território sob administração portuguesa pela Indonésia, em 1975.

Foi na estação pública de televisão que a sua carreira de jornalista ganhou especial projecção, a vários níveis. Além de repórter, ocupou também lugares de chefia. Editor e coordenador de Informação e de Programas, chegou a coordenar o Telejornal, como salienta uma nota informativa da RTP, enviada à Agência Lusa.

Seria ainda apresentador de "Fogo Cruzado" - um programa quinzenal de debate em torno de temas da actualidade, sobretudo política - e correspondente, em Moçambique e no Brasil, as últimas funções desempenhadas no canal público.

Para lá da actividade como jornalista, que abandonou há alguns anos, foi de 1986 a 1991 director do Gabinete de Comunicação Social de Macau e marcou presença na literatura. No ano passado, publicou o livro "A Caminho do Horizonte". Editada pela Gradiva, a obra aborda uma arriscada viagem a bordo de um veleiro sem motor entre Angola e Portugal, que se cruza com a história recente de África.

O corpo de Miguel Lemos estará em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, a partir de amanhã, não se sabendo ainda onde será cremado.

Mensagem do Presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta

8 de Março de 2008

Hoje mulheres no mundo inteiro celebram o Dia Internacional da Mulher. Com profundo respeito eu desejo felicitar todas as mulheres de Timor-Leste.

Neste dia eu peço a todas as pessoas de Timor Leste, para parar com violência doméstica, violência contra mulheres e crianças. Espero isso não só em Timor Leste mas no mundo inteiro; não só para hoje mas todos os dias.

Temos que lembrar-nos que as mulheres são nossas sócias e umas "luzes" importantes para as famílias e as sociedades, para criar estabilidade na nossa nação e estabilidade no mundo.

Timor Leste mostrou sua convicção em aderir aos Direitos de Valores Humanos em construir uma sociedade com Justiça, Liberdade e Igualdade. Estes têm que ser as raizes do nosso cotidiano.

Da minha cama de hospital eu dou meu apoio às mulheres de Timor Leste e a todas as pessoas de Timor, aderir às Convenções sobre Direitos Humanos, especialmente a Convenção na Eliminação de Discriminação Contra Mulheres, que foi ratificada por nosso país.

Os incidentes de 11 de fevereiro não me deterão, nem qualquer pessoa em Timor, de construir um Timor baseou em respeito para vida e a dignidade do ser humano. Recusamos o uso de uma pena de morte, encarceramento perpétuo e todas as outras formas de violência perpetuada pelo estado em seus cidadãos. Tenho recentemente reconfirmado este empenho no Dia dos Direitos Humanos em Dezembro passado.

Nós não devemos esquece-nos do sacrifício das mulheres de Timor durante nossa luta pela liberdade, nós devemos estimar e devemos lembrar-nos das suas lágrimas e sofrimento. Temos que construir um Timor de direitos iguais para homens e mulheres - igualdade entre cidadãos nos olhos da lei.

Nós também devemos lembrar-nos das crianças porque são nossos futuros.

Devemos continuar a criar uma atmosfera de estabilidade, de modo que as pessoas não se sintam amedrontados, e que tenham confiança em amanhã.

As mães e mulheres tomam conta da educação não violente das nossas crianças, sua saúde e preparamnas para seu futuro.

Neste Dia Internacional da Mulher, eu prometo para as pessoas de Timor-Leste, homens e mulheres, em Dili e nos Distritos, na cidade, nas aldeias, em todas as circunstâncias, uma vida com tranqüilidade que é livre de violência em suas comunidades.

A nossa Nação não será construída de violência mas de paz. Isto é nossa esperança para os nossos jovens e gerações futuras.

José Ramos-Horta

Ramos-Horta recebe condecoração de Portugal - Ordem do Infante D. Henrique

Dili, 8 mar (Lusa) - O embaixador de Portugal em Dili, João Ramos Pinto, entregou neste sábado o certificado da Ordem do Infante D. Henrique ao presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, que está hospitalizado em Darwin, norte da Austrália.

João Ramos Pinto visitou o chefe de Estado timorense no Hospital Particular de Darwin, onde o líder ainda se recupera do ataque que sofreu em 11 de fevereiro (noite do dia 10 no Brasil).

"Encontrei-o bem", afirmou o embaixador português, contatado por telefone pela Agência Lusa.

"O presidente se cansa com facilidade, o que é normal, mas está muito lúcido. Interessa-se pelo que está se passando no Timor Leste e está chocado com o que lhe aconteceu", contou João Ramos Pinto à Lusa.

José Ramos-Horta quis saber da situação do rebelde Gastão Salsinha, que prometeu se entregar na próxima segunda-feira com outros 31 homens - foragidos desde os atentados a Ramos-Horta e ao primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão.

"Fiquei surpreendido com a boa forma de José Ramos-Horta", contou João Ramos Pinto, que entregou ao presidente a condecoração que recebeu de Portugal em 2007.

José Ramos-Horta "agradeceu o apoio de Portugal neste momento", afirmou Ramos Pinto, que entregou também uma mensagem "de solidariedade e melhoras" do corpo diplomático estabelecido em Dili.

João Ramos Pinto levou a José Ramos-Horta uma garrafa de vinho do Porto, um "vintage" da casa fundada por sua família.

sábado, 8 de março de 2008

Mulher Timorense Feliz no seu ambiente



Photo: Mulher Timorense enfeitada de ouro e rubi

Taur Matan Ruak : “Procuramos o Salsinha nos buracos e nas grutas”

O Comandante da Operação Conjunta F-FDTL e PNTL, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, afirma que a operação conjunta para procurar o Gastão Salsinha e os seus elementos será realizada até em buracos, grutas e no tecto das casas.

Taur Matan Ruak falou sobre este assunto ao Jornal Nacional Semanário após a cerimónia da parada militar no primeiro dia da operação, realizada no Campo da Democracia de Díli.

Taur Matan Ruak explicou que o Comando da Operação Conjunta está pronto para uma operação ao grupo Salsinha, mas antes das operações desejava pedir ao Salsinha e ao seu grupo para se entregarem e contribuirem para a justiça.

Taur Matan Ruak espera que o prazo das operações não seja tão longo como os 24 anos da invasão indonésia em Timor-Leste.

«Não prometo se é amanhã ou depois de amanhã que conseguimos capturar o grupo, vocês é que podem ver com os próprios olhos e podem contar as Forças que neste momento estão preparadas dentro do campo. Antes da captura, chamamo-los para se entregarem vivos, mas poderá acontecer que o Salsinha e o grupo poderão matar-nos primeiro», salientou Taur.

Acrescentou que as Forças estavam prontas para iniciar as operações no domingo, dia 17 de Fevereiro, em que o Governo decidiu a criação de um Comando Conjunto F-FDTL e PNTL para responder à situação. O Comando Conjunto iniciou algumas actividades na área operacional como o estabelecimento da estrutura do Comando Conjunto, o estabelecimento do Estado-Maior Conjunto e o da Força Operacional Conjunta, bases legais como artigos e criação de bases legais para articular todos os assuntos no campo operacional, respeitando as leis e protegendo todos os acordos com as Forças Internacionais destacadas no nosso País», explicou Taur.

«Reforçámos ainda o apoio logístico, apoio sanitário, traçámos planos e outros serviços de que não podemos falar nesta conferência de imprensa. Após 5 dias de cooperação com todas as partes podemos dizer que estamos prontos para realizar as operações no terreno e cumprir a nossa missão», afirmou Taur Matan Ruak.

Taur Matan Ruak afirmou ainda que dirige um apelo aos peticionários com o pensamento de que todos nós somos timorenses e temos o dever de criar a estabilidade no nosso País. Durante algum tempo fomos irmãos nas Forças Armadas, não tinhamos qualquer má intenção para estarmos opostos uns aos outros, mas com toda a consciência desejamos contribuir para procurar soluções do problema.

«Para resolver os problemas através do diálogo, devem unir-se imediatamente com os outros peticionários que já se encontram em Aitaraklaran, Díli. Se precisarem de segurança, de qualquer assistência, digam-nos imediatamente e nós ajudaremos. Se não for assim, temos de pensar muito bem porque ao longo de dois anos estiveram numa situação que não foi justa para resolver os vossos problemas. Para os que se envolveram no ataque ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro pedimos para voluntariamente se entregarem e cooperarem com a justiça. Devemos pensar muito bem sobre o valor da nossa vida. Não coloquem as vossas vidas e a vida dos outros em risco, porque a vida não é uma hortaliça que pode ser comprada e vendida no mercado.

Desejo apelar a todos os timorenses que os deveres e as obrigações são de todos nós. Cooperarmos com a justiça é o único meio para reforçar a estabilidade no nosso País. O meio injusto vemo-lo nas pessoas procuradas pela justiça que deram apoio aos que desejaram matar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. Com os vossos apoios podemos criar novamente a estabilidade no nosso País. Começarmos a caminhar pelo caminho do progresso e desenvolvimento porque só assim poderemos unir-nos e esvaziar os campos de refugiados, injustiça, etc.

Aos políticos, faço um apelo para darem o contributo pela estabilidade do País ou, mais urgente, reforçarem o nosso Estado, colocando os interesses nacionais acima dos interesses partidários. O povo neste País está a sofrer bastante há um longo período, não merece sofrer mais, porque esse sofrimento veio dos próprios timorenses.»

Antes de realizar a conferência, o Chefe do Comando de Operação, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, e o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, prestaram declarações como Chefes de Operação para afirmar que quem desejar destruir Timor-Leste, o Comando da Operação F-FDTL e PNTL estará pronto para o enfrentar. «Portanto estamos prontos para receber pedidos das partes competentes e assumirmos a nossa responsabilidade», concluiu Taur Matan Ruak. JNSemanário .

La Kleur Tan Kampu IDPs Taka

Edition: 07 March 2008

DILI – Primeiru Ministru Kay Rala Xanana Gusmao afirma katak la kleur tan governu sei taka kampu Internal Displace Persons (IDPs) hotu iha Dili laran.

Xanana lamenta ho atetude deslokadu balu nebee simu tiha ona osan subsidiu husi governu depois fila ba ba kampu deslokadu laos fila ba sira nia hela fatin. “Hau hakarak fo hatene ba imi katak, iha familia balun simu tiha osan husi governu, fila fali ba iha fatin deslokadus, ida nee iha ona disponivel ba ami katak, sira bele fila fali, nee la iha buat ida, maibe hanesan fofoun dehan katak komitmentu governu nian atu rezolve problema deslokadu nian, tan nee buka atu rezolve dadauk, tan nee IDPs la bele hanoin atu bosok governu, katak sira simu tiha osan fila fali deit ba IDPs,” Xanana hatete.

Relasiona ho atetudi hirak nee tuir Xanana katak atu kleur ka lalais, kampu IDPs sei taka, tanba iha loron hirak liu ba governu hasoru malu IDPs, sira hatete katak, problema Alfredo ho Petisionarius nian rezolve tiha maka prontu atu fila, tan nee laiha razaun tan atu ba toba nafatin iha IDPs.

“Problema foin dadauk mosu, balun dehan katak ba simu tiha osan husi governu fila fali deit ba kampu IDPs, nee hau sei haree,” katak xefi governu nee.

Xanana laiha apelo ba petisionarius sira, tanba problema nebee maka IDPs sira tau iha problema maka, ijiji governu ho nia autoridade sira atu fo prioridade ba problema seguransa liu-liu rezolve lalais problema Alfredo ho petisionarios sira nian. Governu tenta rezolve problema sira ho modo nebe iha, tan nee depois hetan ajudu husi governu laiha tan razaun atu ba toba bebeik iha IDPs hodi hein tan ajudu segundu.

Iha oportunidade nee, Xanana informa katak inkontru semanal nebee nia halao ho Prezidente Republika, koalia mos kona ba Prezidente Republika atu hasai hanoin no desizaun balu, liu-liu iha Kinta feira santa, Sesta feira santa, no Sabadu feira santo iha loron koresma nee. PR mos tuir nia sei hasai apelu relasaun ho loron boot sira nee.

Okaziaun nee Xanana husu ba jovens sira iha rai laran atu la bele aproveita tempu hirak nee hodi hemu lanu no provoka malu, basaa Kinta feira santa, Sesta feira Santa, no Sabadu santo, sei la iha rekuilero obrigatorio, maibe hot-hotu tenki servisu hamutuk atu kontribui paz no estabilidade nasaun nee nian. bre

Timor "caçará" líder rebelde caso Salsinha não se entregue

Dili, 7 mar (Lusa) - O brigadeiro-general Taur Matan Ruak afirmou que "a brincadeira acabou hoje" e que forças timorenses e internacionais vão avançar contra o ex-tenente Gastão Salsinha se ele não se entregar.

"Gastão Salsinha anda há dois anos a brincar conosco", afirmou o chefe do Estado-Maior-general das Falintil-Forças de Defesa de Timor Leste (F-FDTL) em uma conferência de imprensa.

O brigadeiro-general Ruak falava aos jornalistas no final de uma sessão de apresentação da operação "Halibur" à comunidade diplomática e à sociedade civil timorense.

"Completam-se hoje quase quatro dias que o procurador-geral da República (Longuinhos Monteiro) está em negociações com Gastão Salsinha", disse Taur Matan Ruak.

"Ele não deve perder mais tempo. O procurador-geral regressa hoje a Dili se Salsinha não se entregar", explicou o CEMGFA timorense, destacando o ultimato ao líder do antigo grupo do major Alfredo Reinado.

"Estamos preparados para usar a força. Se Salsinha não se entregar, avançamos em conjunto com as Forças de Estabilização Internacionais (ISF)", acrescentou o brigadeiro-general Ruak.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas em janeiro de 2006, passou a chefiar o grupo de fugitivos dos ataques de 11 de fevereiro à residência do presidente da República e da caravana do primeiro-ministro.

O ex-tenente aceitou quarta-feira à noite, nas montanhas de Ermera, um acordo para a rendição do seu grupo, num total de 32 homens.

"Depois, pediu mais tempo para reunir os seus homens", explicou hoje o brigadeiro-general Ruak.

"O melhor caminho é cooperar conosco. O que lhe damos é uma oportunidade para resolver o seu problema", disse também o CEMGFA.

"Não o quero morto. Quero-o vivo para ele contar o que andou a fazer nestes dois anos", respondeu Taur Matan Ruak quando questionado sobre os objetivos da operação "Halibur" a partir desta sexta-feira.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Timor-Leste: Salsinha pediu mais dois dias ao PGR para se render

Díli, 07 Mar (Lusa) - O ex-tenente Gastão Salsinha pediu mais dois dias para juntar os últimos dois homens do seu grupo e prometeu entregar-se na segunda-feira, afirmou hoje o procurador-geral da república de Timor-Leste.


Longuinhos Monteiro voltou a Díli ao final do dia, sem Gastão Salsinha, para explicar ao Presidente interino, ao Governo e ao Comando Conjunto da operação "Halibur" o resultado de quatro dias de contactos com o ex-tenente.

"Salsinha está a tentar o seu melhor para contactar ou convencer os últimos homens do seu grupo", afirmou Longuinhos Monteiro numa conferência de imprensa realizada às 19:00 (10:00 em Lisboa).

"Salsinha diz que tentaram um contacto com esses dois homens mas falhou. Outros dois elementos eu mesmo fui buscar a Suai (sudoeste) e Maliana (oeste)", declarou Longuinhos Monteiro.

O procurador-geral, rodeado por cerca de uma dúzia de homens fortemente armados, deu a conferência de imprensa no Palácio de Governo, na cadeira onde o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, fala normalmente aos jornalistas.

Longuinhos Monteiro manifestou o cansaço físico de "quatro dias no mato" em contactos permanentes com Gastão Salsinha e os seus enviados.

Quando questionado sobre o acordo de Letefoho (Ermera) para a rendição de Gastão Salsinha, quarta-feira à noite, o procurador perguntou a um elemento da PNTL "que dia é hoje?".

Longuinhos Monteiro não referiu que Gastão Salsinha faltou hoje aos encontros com o procurador-geral, um facto confirmado à Agência Lusa por fontes que acompanham os contactos das autoridades com o ex-tenente.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas que abandonaram os quartéis em Fevereiro de 2006, lidera o grupo de fugitivos que atacou a residência do Presidente da República e a coluna de viaturas do primeiro-ministro, dia 11 de Fevereiro.

Questionado sobre se Gastão Salsinha tenciona entregar-se quando se cumpre um mês do duplo ataque, Longuinhos Monteiro respondeu "talvez".

Longuinhos Monteiro afirmou que Gastão Salsinha pretende "justiça para ele segundo o sistema legal", mas que ao mesmo tempo tentou colocar condições para a sua rendição.

"Durante a conversa, tivemos discussões, nomeadamente numas condições que é exagerado (pedir) e não posso aceitar, por não ser da minha competência", explicou Longuinhos Monteiro.

"A justiça funciona sem compromissos no nosso país", afirmou também o procurador-geral.

"A situação é dele. Ele é que vai decidir a sua vida e o seu futuro", resumiu Longuinhos Monteiro sobre os cenários possíveis a partir de segunda-feira.

O procurador-geral esclareceu também que "não está a negociar" com Salsinha, "apenas a canalizá-lo em segurança para a justiça".

Longuinhos Monteiro recusou comentar a decisão do Comando Conjunto da operação "Halibur" de avançar no terreno com "acções de persuasão", anunciada horas antes pelo brigadeiro-general Taur Matan Ruak.

O chefe do Estado-Maior-general das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) afirmou que "a brincadeira acabou hoje" e que forças timorenses e internacionais avançarão contra o ex-tenente Gastão Salsinha se ele não se entregar.

Taur Matan Ruak, que hoje apresentou os contornos, a estrutura e o centro de operações da operação "Halibur" à comunidade diplomática, afirmou que as acções no terreno contarão com as Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

As ISF, que têm um contingente australiano e neozelandês de cerca de mil efectivos e meios aéreos, estacionou um pelotão perto da vila de Maliana.

Desde quinta-feira, três companhias de forças timorenses realizam uma operação coordenada a partir de Balibó, de Atabae e Tutubele.

Caso o grupo de Gastão Salsinha não se entregue, as forças conjuntas timorenses e as ISF poderão fechar o cerco aos fugitivos a partir de Balibó, Maliana e Ermera, explicou hoje o Estado-Maior timorense aos embaixadores e diplomatas que percorreram o Comando Conjunto instalado num centro de conferências em Díli.

"O melhor caminho para Salsinha é cooperar connosco. O que lhe damos é uma oportunidade para resolver o seu problema", disse o CEMGFA aos jornalistas.

"Não o quero morto. Quero-o vivo para ele contar o que andou a fazer nestes dois anos", respondeu Taur Matan Ruak quando questionado sobre os objectivos da operação "Halibur" a partir de hoje.

PRM.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-03-07 11:45:02

Deadline issued for E Timorese rebels


By Stephanie March

Posted 25 minutes ago

East Timor's government has issued a deadline for rebel soldiers involved in attacks on the country's leaders to hand themselves in.

East Timor's military commander, Taur Matan Ruak, says Gastao Salsinha must surrender to authorities by the end of the day or he will begin a joint operation with the international stabilisation forces to bring in the rebel leader.

He says Prosecutor General Longuinhos Monteiro spent the past four days in the mountains negotiating with Salsinha and that he cannot afford to waste any more of the Prosecutor General's time.

Of the 14 arrest warrants issued for those responsible for the February 11 attacks on the country's leaders, only two have been served.

Timor Leste: Está iminente a rendição de Gastão Salsinha.

SIC: Última actualização: 06-03-2008 10:20

Gastão Salsinha deve render-se amanhã Líder dos rebeldes timorenses entrega as armas juntamente com 32 homens
Está iminente a rendição de Gastão Salsinha. O líder dos rebeldes e antigos militares das Forças Armadas timorenses está em negociações com o Comando Nacional Conjunto e deverá entregar as armas amanhã, segundo a agência Lusa
Filipe SilveiraJornalista
Imprimir
Contactada pela SIC, fonte próxima de Xanana Gusmão garante que Salsinha pode entregar-se a qualquer momento, bastando para isso que haja acordo com as autoridades de Timor-Leste, que fazem parte do Comando Nacional Conjunto.

Para além de Gastão, outros 32 membros do grupo de rebeldes deverão apresentar a rendição. Trata-se do grupo de antigos militares que terá estado por trás do atentado contra Xanana Gusmão e Ramos-Horta.

Gastão Salsinha era procurado pelas autoridades desde os ataques de 11 de Fevereiro. Foi tenente das forças armadas e assumiu a liderança dos rebeldes timorenses, depois da morte do Major Alfredo Reinado.

Timor-Leste: Um porto Ramos Pinto para Ramos-Horta

Photo: Ramos Pinto Port
Díli, 06 Mar (Lusa) - O embaixador de Portugal em Díli, João Ramos Pinto, visita no sábado o Presidente de Timor-Leste, em convalescença em Darwin, Austrália, levando-lhe uma das prendas pedidas por José Ramos-Horta a Portugal: uma garrafa de porto.

João Ramos Pinto afirmou hoje à Agência Lusa que levará a José Ramos-Horta um "tawny" de 20 anos, Bom Retiro, da casa Ramos Pinto, fundada pela sua família.

José Ramos-Horta, ferido com gravidade a 11 de Fevereiro num ataque à sua residência em Díli, continua em recuperação no Hospital Particular de Darwin, de onde poderá sair dentro de alguns dias para uma residência privada.

Na sua primeira declaração à imprensa, há duas semanas, desde o atentado de que foi vítima, José Ramos-Horta afirmou à Lusa que gostaria de receber em Darwin "uma garrafa de bom vinho do porto" e pastéis de Belém.

O porto, com votos de recuperação rápida do Presidente timorense, será levado pelo embaixador João Ramos Pinto, que viaja sexta-feira para Darwin e tem o encontro com José Ramos-Horta agendado para sábado de manhã.

José Ramos-Horta tem recebido várias visitas de amigos e titulares políticos, incluindo o Presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, os dois ex-primeiros-ministros timorenses, Mari Alkatiri e Estanislau da Silva, e o chefe da missão da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.

José Ramos-Horta recebeu também os votos de boa recuperação do Presidente George W. Bush dos Estados Unidos da América.

"A força que você mostrou diante do ataque contra si e contra a democracia timorense é testemunha do seu compromisso com um futuro melhor", afirmou o Presidente norte-americano, citado por um comunicado da Presidência timorense emitido em Darwin.

"Os médicos estão muito satisfeitos com a recuperação do Presidente", acrescentou o comunicado.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-03-06 13:35:02

Líder rebelde do Timor Leste deve se entregar nesta sexta

Dili, 6 mar (Lusa) - A entrega do grupo de Gastão Salsinha e das armas em seu poder deverá realizar-se sexta-feira, "talvez antecedida de uma pequena cerimônia fora de Dili", afirmaram nesta quinta-feira à agência Lusa fontes que acompanham as negociações com o ex-tenente.

Gastão Salsinha, líder dos ex-militares que se rebelaram em janeiro de 2006, concordou em entregar-se às autoridades timorenses, com o seu grupo, depois de uma reunião em Letefoho, distrito de Ermera, quarta-feira à noite (início da manhã no Brasil).

Fontes judiciais afirmaram, entretanto, que mais cinco mandatos de captura foram hoje emitidos para suspeitos de envolvimento no duplo ataque de 11 de fevereiro contra o presidente da República e a caravana do primeiro-ministro.

Passa assim para 13 o número de mandatos de captura, dois dos quais já cumpridos com a rendição às autoridades de Amaro da Costa, conhecido por Kaer Susar, e de Domingos Amaral.

Fontes militares e internacionais em Dili afirmaram à Lusa que o acordo para a entrega de 32 homens e 18 armas foi atingido "em conversações diretas" com Gastão Salsinha, que envolveram a Procuradoria-Geral da República.

Longuinhos Monteiro, o procurador-geral timorense, deslocou-se à frente de uma delegação para o distrito de Ermera (sudoeste de Dili), quarta-feira, chegando ao fim do dia à área onde se encontra Gastão Salsinha.

A reunião direta das autoridades timorenses com Gastão Salsinha, quarta-feira à noite, concluiu três dias de negociações intensas, "através de vários canais e de mensagens trocadas por diferentes intermediários" com o ex-tenente e dele com o seu grupo, segundo as mesmas fontes.

Gastão Salsinha chefia o grupo de homens que acompanhavam antes o major Alfredo Reinado e que atacaram a residência de José Ramos-Horta e a caravana de Xanana Gusmão.

O major Reinado morreu no ataque à residência de José Ramos-Horta e os fugitivos são procurados em uma operação conjunta das Falintil-Forças de Defesa de Timor Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional (PNTL).

O acordo para a entrega do grupo e das armas, cujos detalhes seriam finalizados hoje, prevê a rendição de um grupo de 28 homens no distrito de Ermera, incluindo Gastão Salsinha, e de mais quatro elementos, que serão trazidos hoje do distrito de Suai (sudoeste do país).

A Polícia das Nações Unidas (UNPol) deverá proceder ao transporte do grupo de fugitivos para Dili, "uma vez que Gastão Salsinha não quer qualquer intervenção das F-FDTL nisso", segundo uma fonte militar.

Rodolfo Tor, comissário da UNPol, não comentou o envolvimento das Nações Unidas no cumprimento do acordo com Gastão Salsinha mas afirmou que as forças da missão internacional "estão prontas" se for necessário.

"Até agora a UNPol não esteve envolvida (na rendição de Gastão Salsinha) mas estamos prontos para assistir quando formos chamados", afirmou Rodolfo Tor na conferência de imprensa semanal da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT).

Essa prontidão abrange "a escolta, a detenção ou a proteção" aos elementos procurados pelas autoridades, explicou o chefe da UNPol.

A situação continua calma, sem nenhum dispositivo militar especial visível nas vilas de Ermera e de Gleno.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, foi transferido para o Hospital Particular

Photo: Presidente Horta e Lasama em Darwin
O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, foi transferido para o Hospital Particular de Darwin, na Austrália, onde irá permanecer nas próximas semanas até uma recuperação total.

José Ramos-Horta saiu da unidade de cuidados intensivos do Hospital Real de Darwin pelas 17h00 locais, e foi transferido para o Hospital Particular, que fica situado mesmo ao lado do hospital onde se encontrava desde que foi evacuado de Timor-Leste.

José Ramos-Horta recebeu este fim-de-semana as visitas do Presidente da Assembleia Nacional timorense e Presidente da República interino, Fernando "La Sama" de Araújo", do secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, do deputado e dirigente da Fretilin, Estanislau da Silva e do chefe da missão da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.

Fernando "La Sama" de Araújo, que esteve reunido durante mais de duas horas com José Ramos-Horta, informou à saída da reunião que o mais alto magistrado timorense e Prémio Nobel da Paz está "a recuperar muito bem" e que se encontra "muito lúcido".

“O presidente está muito lúcido mostrando as suas inquietações relativamente ao seu país e a sua responsabilidade enquanto chefe de Estado”, afirmou “La Sama” de Araújo aos jornalistas à saída do hospital.

A equipa médica que acompanha o evoluir do estado de saúde do Presidente da República de Timor-Leste já informou que este deverá permanecer mais algumas semanas hospitalizado para uma recuperação total dos ferimentos de bala que sofreu durante os ataques de dia 11 de Fevereiro.

O chefe de Estado timorense foi gravemente ferido num tiroteio junto à sua residência em Díli por homens comandados pelo Major Alfredo Reinado - morto - e foi evacuado para Darwin poucas horas após o ataque, a 11 de Fevereiro, após uma primeira intervenção em Timor.

RTP

Gastão Salsinha rendeu-se

Segundo disse Gino Neves à Agência Lusa e à RTP, Gastão Salsinha, ex-tenente das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), apresentou-se hoje ao pároco de Gleno, distrito de Ermera, para se entregar à Polícia Militar.
De acordo com Gino Neves, Gastão Salsinha entregou-se juntamente com seis outros homens, encontrando-se já todos nas instalações da Polícia Militar.

(Sem confirmacao oficial)


Rebelde se entrega no Timor e admite participar de atentado

Díli, 2 mar (Lusa) - Kaer Susar (ao centro, na foto), um dos elementos do grupo do autor do atentado ao presidente do Timor Leste, se entregou neste domingo às autoridades do país asiático e admitiu ter participado do ataque à residência de José Ramos-Horta.


A rendição de Susar foi anunciada em entrevista coletiva pelo Comando Conjunto da operação "Halibur", para a captura dos responsáveis pelo duplo ataque de 11 de fevereiro contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro timorenses.

Susar chegou apenas cerca de 15 minutos antes ao centro de conferências onde funciona o Comando Conjunto, transportado pela Polícia Nacional a partir da aldeia de Turiscai, distrito de Manufahi, sudoeste do país.

O rebelde admitiu aos jornalistas que tomou parte na operação à residência de Ramos-Horta, com o grupo chefiado pelo major Alfredo Reinado, morto no ataque. "Sim, participei. Estava ao portão [da residência]", afirmou Kaer Susar na breve entrevista à imprensa.

Susar se rendeu com duas armas, uma AL 33 e um FNC, que afirmou terem sido usadas no ataque ao chefe de Estado.

Captura

O tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante da operação "Halibur", que apresentou Kaer Susar e as armas apreendidas, manifestou "a profunda gratidão" do Comando Conjunto a Susar "pela sua cooperação, ao optar pela via pacífica para a resolução dos seus e dos nossos problemas".

O oficial das Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste agradeceu também ao ex-presidente timorense Francisco Xavier do Amaral, proclamador da independência do país em 1975, pela ajuda na rendição de Susar.

Kaer Susar e o líder da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), Francisco Xavier do Amaral, são naturais de Turiscai. O ex-integrante do grupo de Alfredo Reinado contatou o antigo presidente antes de se entregar.

"Continuamos a dar tempo ao grupo de Gastão Salsinha para reconsiderar na sua postura e tomar uma decisão correta e pacífica na busca de solução para o seu caso", afirmou o tenente-coronel Filomeno Paixão.

O ex-tenente Gastão Salsinha liderou o grupo que atacou a comitiva onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e passou a chefiar o grupo de Alfredo Reinado desde a morte do major.

Ramos-Horta perdoou agressor, diz presidente interino

Díli, 2 mar (Lusa) - O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta afirmou ter perdoado o autor do atentado contra sua vida, Alfredo Reinado, que foi morto durante o ataque. Além disso, pediu ao governo que apóie a família de Reinado, afirmou o chefe de Estado interino, Fernando La Sama de Araújo.


Em comunicado oficial, La Sama de Araújo escreveu que Ramos-Horta "perdoa ao falecido Alfredo Reinado e pede ao governo que apóie a sua família".

No sábado, o chefe de Estado interino visitou o presidente timorense no Real Hospital de Darwin. José Ramos-Horta foi atingido com gravidade durante um ataque à sua residência em Díli liderado pelo major Alfredo Reinado, em que o militar fugitivo perdeu a vida.

"O presidente está muito lúcido, mostrando a sua preocupação pelo país e a responsabilidade do chefe de Estado", disse La Sama de Araújo em texto divulgado neste domingo.

José Ramos-Horta pediu ao líder interino uma investigação detalhada ao duplo ataque de 11 de fevereiro, de que também foi alvo o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Com a morte de Alfredo Reinado, o grupo rebelde passou a ser liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, que continua foragido.

Captura

Neste domingo, em Díli, o Comando Conjunto da operação "Halibur" anunciou a entrega de Kaer Susar, um dos elementos mais importantes do antigo grupo de Reinado.

Pouco depois de chegar à capital do país, Susar admitiu aos jornalistas que participou no ataque ao presidente timorense e que "estava ao portão" da residência.

Susar se entregou às autoridades em Turiscai, Manufahi, com a colaboração do ex-presidente Francisco Xavier do Amaral, natural da mesma aldeia, que depois fez o contato com o Comando Conjunto da operação "Halibur".

O ex-premiê e secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, também visitou José Ramos-Horta em Darwin neste fim-de-semana, acompanhado de outro ex-chefe de governo, o deputado Estanislau da Silva.

Segundo Alkatiri, Ramos-Horta afirmou ter reconhecido o autor dos disparos que o atingiram, um elemento do grupo de Alfredo Reinado.

Premiê do Timor afirma que aquartelamento é 'meio-sucesso'

Díli, 1º mar (Lusa) - O primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão (foto), classificou como um "meio-sucesso" o aquartelamento de oficiais rebeldes, conhecidos como peticionários, que já registrou 581 entradas.


"É um meio-sucesso na medida em que ainda vamos ver como resolvemos os problemas dos peticionários", afirmou o primeiro-ministro no final de uma visita ao campo de Aitarak Laran, onde os ex-agentes estão reunidos, na capital Díli.

Por proposta do governo, os peticionários das Forças Armadas iniciaram o aquartelamento em Díli em 7 de fevereiro, dois anos depois da petição que motivou a sua saída dos quartéis e a sua expulsão da instituição militar.

Xanana Gusmão lembrou ainda que o processo de aquartelamento teve início em dezembro de 2007, a partir de negociações com os peticionários, então liderados pelo ex-tenente Gastão Salsinha.

Resultados

O premiê timorense ressaltou que a iniciativa já recebeu "quase todos" os 592 signatários da petição que, em 2006, alegou discriminação de base regional no interior das Forças Armadas.

"Pedi-lhes para cada um pensar no dever que tem para contribuir para uma solução, em vez de terem apenas a percepção do seu direito", disse Xanana Gusmão, acrescentando que no país falta "muitas vezes é a percepção de que cada um tem direitos e deveres".

Xanana Gusmão anunciou aos peticionários que na próxima semana começarão a ter várias atividades no campo de Aitarak Laran. "Esperemos que até ao fim da semana tenhamos já uma luz sobre a solução para o caso de todos eles", afirmou.

O primeiro-ministro se recusou comentar as hipóteses de rendição de Gastão Salsinha, que comanda o grupo antes liderado pelo major Alfredo Reinado.

O oficial rebelde esteve à frente do ataque contra o presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, em 11 de Fevereiro, morreu na residência do chefe de Estado. Ainda no mesmo dia, Gastão Salsinha liderou um ataque à comitiva do premiê, que escapou ileso.

sábado, 1 de março de 2008

Timor-Leste: Ramos Horta "conhece quem disparou" sobre ele


01-03-2008 10:00

O Presidente timorense "conhece o homem que disparou sobre ele, um elemento do grupo de Alfredo Reinado, embora não saiba o nome".

A informação foi avançada à Lusa por Mari Alkatiri após visitar Ramos Horta, que continua hospitalizado no Hospital Real de Darwin, a recuperar do ataque de que foi alvo em Díli a 11 de Fevereiro.

"O Presidente viu quem atirou sobre ele", afirmou o secretário-geral da Fretilin, contactado por telefone em Darwin.

"É um elemento do grupo de Alfredo Reinado de quem ele não sabe o nome, mas de quem ele conhece a cara, dos encontros que teve com Reinado", acrescentou Mari Alkatiri, repetindo o que lhe contou hoje José Ramos Horta.

Segundo o dirigente da Fretilin, o Presidente "está bem disposto, fisicamente muito magro, mas intelectualmente muito lúcido".

Ramos-Horta acompanha situação em Díli

O Presidente liderou, desde a sua eleição em Maio de 2007, o processo negocial que visava a resolução do problema de Alfredo Reinado, principal rosto da crise política e militar de 2006, acusado de crimes de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra.

A referência ao autor dos disparos de que foi alvo José Ramos Horta "foi a única vez que o nome de Alfredo Reinado foi pronunciado durante a conversa de hoje", explicou Alkatiri.

"Foi uma visita de amigos. Eu disse ao presidente que não estava em Darwin para discutir assuntos políticos. Isso fica para depois do seu regresso às funções", acrescentou.

Segundo Alkatiri, o Presidente quer acompanhar cada vez mais o que se passa em Timor-Leste e está completamente consciente do que se passa em Díli. No entanto, as informações sobre a situação actual foram prestadas antes pelo Presidente interino", Fernando 'La Sama" de Araújo.

Mari Alkatiri foi portador de uma mensagem do Primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que enviou "um abraço" ao chefe de Estado em convalescença.

Cx/Lusa

Timor-Leste: "La Sama" e Alkatiri visitam Ramos-Horta

Díli, 29 Fev (Lusa) - O Presidente da República interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, e o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, visitam sábado o chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta, que está hospitalizado em Darwin, Austrália.

O chefe de Estado timorense recebe também a visita de Atul Khare, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste.

Mari Alkatiri declarou hoje à agência Lusa que vai a Darwin "visitar um velho amigo e velho camarada".

O ex-primeiro-ministro timorense, agora líder da oposição, afirmou que "é uma coincidência" que o Presidente interino viaje para Darwin no mesmo dia.

José Ramos-Horta foi atingido a tiro a 11 de Fevereiro, durante um ataque à sua residência em Díli.

Nesse mesmo dia foi transferido para o Hospital Real de Darwin, onde foi assistido e continua a recuperação.

O Presidente da República saiu hoje alguns minutos da unidade de cuidados intensivos, em cadeira-de-rodas, para o corredor do hospital, afirmou a sua irmã Romana Horta, contactada por telefone pela Lusa a partir de Díli.

José Ramos-Horta "já comeu melhor hoje. Está a recuperar bem mas continua a sentir dores das feridas", acrescentou Romana Horta.

PRM

Lusa/Fim

Número de rebeldes aquartelados no Timor sobe para 550

Dili, 29 fev (Lusa) - O número oficial de agentes rebeldes das Forças Armadas do Timor Leste aquartelados em Díli subiu para 550, afirmou o secretário de Estado do Conselho de Ministros, Hermenegildo "Agio" Pereira, que também é porta-voz do governo timorense.

Segundo o representante do Executivo de Dili, nesta sexta-feira a região de aquartelamento da capital timorense recebeu mais 20 ex-oficiais, conhecidos como peticionários, "que se vêm juntar aos 530 que já se encontravam ali".

O processo de aquartelamento, iniciado em 7 de fevereiro, trouxe a Dili centenas de peticionários das Forças Armadas nos últimos dias.

"Da parte da manhã chegaram dez peticionários, com um segundo grupo de igual número a fazer a viagem para Dili de tarde. Na sua maioria, os peticionários que chegaram hoje a Aitarak Laran são provenientes de Ermera", disse Pereira.

Peticionários

O aquartelamento dos chamados peticionários foi acelerado esta semana pela operação "Halibur" para a captura do ex-tenente Gastão Salsinha, o oficial mais graduado entre os 592 signatários de uma petição levada ao presidente timorense em fevereiro de 2006.

Os signatários da petição alegavam discriminação dentro das Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL), contra os militares originários dos distritos ocidentais, ou "loromonu".

Depois de saírem dos quartéis e de serem expulsos das F-FDTL, em março de 2006, a situação dos peticionários arrastou-se durante quase dois anos, com o major fugitivo Alfredo Reinado reivindicando a "causa" dos antigos militares.

A iniciativa para recolher os peticionários foi proposta pelo governo, a partir de 7 de fevereiro, e acelerou-se após a morte de Alfredo Reinado no ataque à residência do presidente timorense, José Ramos-Horta, quatro dias depois, e à fuga de Gastão Salsinha com o que restava do seu grupo.

O chefe do Estado-Maior, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, agradeceu nesta sexta-feira aos peticionários aquartelados em Aitarak Laran e pediu para Gastão Salsinha "se juntar aos camaradas e amigos" que já se encontram em Dili.