Plantão Publicada em 07/08/2008 às 09h21m
Reuters/Brasil Online
Por Tito Belo
DILI (Reuters) - A ONU pediu na quinta-feira a Timor Leste que não deixe impunes os responsáveis pela violência na época da independência do país, em 1999, e prometeu apoio aos promotores do processo.
Líderes de Timor Leste e da Indonésia (que dominou o país por 24 anos) disseram em julho que a investigação seria encerrada a partir das conclusões de uma comissão conjunta que culpou forças civis e militares indonésias por "flagrantes violações dos direitos humanos". Jacarta lamentou os incidentes.
A chamada Comissão da Verdade e Amizade (CVA) foi criada em 2005 para investigar a onda de violência que, segundo estimativa da ONU, matou cerca de mil timorenses. Mas a comissão não tinha poderes para processar os acusados, o que levou a acusações de que estaria promovendo a impunidade. A ONU não colaborou com seu trabalho.
"Ainda apoiamos o processo judicial por meio da investigação da Unidade de Crimes Sérios", disse Allison Cooper, porta-voz da ONU, referindo-se a um organismo criado pela entidade para ajudar o Ministério Público timorense.
"A CVA é apenas um dos mecanismos que tratam ou examinam as atrocidades que podem ter acontecido no país, [mas] também há algo chamado processo judicial", disse ela.
Em breve, funcionários da Unidade de Crimes Sérios devem visitar Dili e conversar com o procurador-geral sobre a questão.
A CVA não identificou autores de atrocidades, mas tampouco recomendou uma anistia. Grupos de direitos humanos vêm pressionando por justiça.
O primeiro-ministro de Timor Leste, Xanana Gusmão, disse em julho à Reuters que estava satisfeito com o relatório e que chegara a hora de ir adiante.
A Indonésia invadiu Timor Leste em 1975, quando o território estava se tornando independente de Portugal. A ocupação durou até 1999, quando um plebiscito finalmente concedeu a independência ao país - para em seguida haver o massacre atribuído aos seguidores de Jacarta. A ONU então administrou o país diretamente até 2002.
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1 comentário:
A ONU devia assumir um papel de maior relevo em procurar a justica para os crimes cometidos em Timor.
Ao fim ao cabo os crimes cometidos em Timor foram classificados como crimes contra a humanidade e nao e' da exclusiva responsabilidade do estado timorense ou dos timorenses procurar a justica para esses crime.
Quanto mais quando Timor tem que, entre outras coisas, procurar estabelecer relacoes harmoniosas com o seu gigante vizinho.
A ONU nao pode lavar as maos das suas responsabilidades nestas questoes de direito internacional.
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