21-08-2008 17:03:33
Nova Iorque, 21 ago (Lusa) - O ministro das Relações Exteriores do Timor Leste, Zacarias Albano da Costa, afirmou que o governo acatará as recomendações do relatório sobre direitos humanos elaborado pela ONU.
"As Nações Unidas fizeram um bom trabalho. Não contesto o que vem no relatório. Timor Leste é um país pronto a colaborar, seguindo as recomendações da comissão de inquérito". O relatório sobre o desenvolvimento dos direitos humanos no Timor Leste, sobre Segurança e Acesso à Justiça (1º de setembro de 2007 a 30 de junho de 2008), preparado pela Missão Integrada da ONU no Timor Leste (UNMIT, na sigla em inglês), inclui dezenas de casos de violência por parte das forcas de segurança, principalmente dos militares durante a crise de fevereiro.Entre as várias recomendações, o relatório considera essencial que o presidente timorense promulgue o novo Código Penal."A nossa Constituição obriga a que o presidente aguarde a respectiva autorização legislativa. Mas é nesse sentido que caminhamos", disse o ministro.Zacarias da Costa, que chegou a Nova Iorque em 15 de agosto, embarcará nesta quinta-feira para o Timor Leste, onde é aguardado para integrar a comitiva que acompanhará o presidente do país na visita oficial à Austrália, que começa na próxima segunda-feira.ViagemNo primeiro dia de visita às Nações Unidas, Zacarias da Costa interveio no Conselho de Segurança. "Reconheci logo as queixas patentes no relatório durante minha intervenção de ontem [quarta-feira] na Assembléia Geral", disse."Todos queremos um país que respeite e promova os direitos humanos. Os nossos mecanismos é que são o que são e às vezes demora um bocadinho a implementar as medidas necessárias. No entanto, asseguro que estamos fortemente empenhados no aspecto dos direitos humanos", disse."Gostaria de destacar o fato de não só ter sentido o apoio das Nações Unidas, mas também um profundo interesse dos países e da organização na questão de Timor Leste. Assim como nós aprendemos com a ONU, a ONU também aprende com a experiência no Timor Leste", disse o chanceler, dando como exemplo "a questão do exit strategy (estratégia de retirada)"."A ONU concluiu que é difícil fixar uma data no calendário para terminar uma missão. São datas artificiais que não correspondem à realidade no terreno", declarou Zacarias da Costa, que voltará a Nova Iorque no fim de setembro para a cerimônia de abertura da 63ª sessão da Assembléia Geral.
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