sábado, 14 de abril de 2007

Ramos-Horta assina carta a pedir congelamento da contagem

Timor Leste / East Timor:
Díli, 13 Abr (Lusa) - José Ramos-Horta reuniu com os cinco candidatos que pediram quarta-feira à Comissão Nacional de Eleições (CNE) o congelamento da contagem e vai assinar a carta endereçada a Faustino Cardoso, director da CNE, afirmou à Lusa candidato e primeiro-ministro.

"Eu assino" a carta, afirmou José Ramos-Horta à Lusa, à margem de uma mesa-redonda promovida pelo gabinete do primeiro-ministro sobre a exploração do gás natural no Mar de Timor.

"Apoio totalmente as suas preocupações porque as alegações de irregularidades são gravosas, ao ponto de chegar a constituir crime", explicou José Ramos-Horta.

Quarta-feira, cinco candidatos enviaram ao presidente da CNE uma carta exigindo "o congelamento imediato da contagem" dos votos, alegando, entre outros motivos, a existência de irregularidades e incidentes de "terror e intimidação" durante as eleições.

"Como primeiro-ministro, não posso pactuar com acções atribuídas a uma agência do Estado, responsável pelas eleições, que é o STAE, acusada de ser co-responsável nessa fraude", referiu.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), dependente do Governo, é um dos órgãos de coordenação das eleições, juntamente com a CNE.

As declarações foram proferidas pouco depois de o porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão, ter admitido a possibilidade de repetição parcial das eleições de 09 de Abril, perante a escala das irregularidades encontradas até agora.

"É verdade? Não é verdade? Fizemos o pedido de investigação e a entidade competente dirá", explicou ainda Ramos-Horta.

O primeiro-ministro e também candidato à Presidência da República ficou em segundo lugar, e estaria em condições de passar à segunda volta, de acordo com os resultados provisórios divulgados quarta-feira pela CNE.

Sobre a possibilidade de repetição de eleições, Ramos-Horta afirmou apenas que "não especula" e que aguarda pelas decisões da CNE e do Tribunal de Recurso.