quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Timor abre terceiro inquérito para julgar repasse de armas


Por Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa


Díli, 1° out (Lusa) - O processo de transferência de armas, que na quinta-feira tem o terceiro inquérito em Díli, capital do Timor Leste, é a mais recente "assombração" da crise de 2006 para a estabilidade frágil do país.


A Procuradoria-geral da República (PGR) marcou para quinta-feira o interrogatório do coronel Falur Rate Laek, depois de ontem inquirir o coronel Lere Anan Timor e o major Mau Buti.Os três oficiais superiores são membros do Estado-Maior das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e comandantes históricos da resistência timorense.


A PGR pretende também chamar à justiça o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA) timorense, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, e o ex-ministro da Defesa Roque Rodrigues, membros do Conselho Superior de Segurança e Defesa Nacional.


Na origem do processo está a distribuição de armas a civis pelas F-FDTL, em 24 de maio de 2006.O episódio aconteceu após quatro semanas de instabilidade desencadeada pelos chamados peticionários das F-FDTL, a partir de 28 de abril daquele ano.


A implosão da Polícia Nacional (PNTL), a deserção do major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar, a existência do grupo de Vicente Conceição "Railós", armado pelo então ministro timorense do Interior, Rogério Lobato, e incidentes como o ataque à residência de Taur Matan Ruak foram analisados pela Comissão Especial Independente de Inquérito (CEII) das Nações Unidas.A CEII, que apresentou o seu relatório final em outubro de 2006, concluiu que, "ao armarem civis, o ministro da Defesa e o chefe da Força de Defesa atuaram sem base legal e criaram uma situação de perigo potencial significativo".


"No dia 17 de maio, o brigadeiro-general Taur Matan Ruak escreveu ao primeiro-ministro (Mari Alkatiri) solicitando uma auditoria ao depósito de armas das F-FDTL em resposta a alegações segundo as quais pessoas civis teriam sido vistas a andarem com armas das F-FDTL", recorda o relatório da CEII."


As provas perante a Comissão estabelecem que as F-FDTL começaram a armar civis no dia 24 de maio de 2006. Isto foi feito sob ordens do brigadeiro-general Matan Ruak e com o conhecimento do ministro da Defesa", diz o documento."Foram feitas listas contendo nomes e os correspondentes números de série das armas entregues, mas as pessoas não assinaram em como receberam as armas", apurou a Comissão.


Apreensão


A Comissão mostra sua preocupação pelo grau de distribuição ilegal e irregular de armas no Timor Leste e pela inércia demonstrada pelo Governo para fazer face à falta de controle de armas no seio das suas forças armadas perante informações e análises credíveis relativamente à ilegalidade e/ou irregularidade da posse de armas, sua movimentação e uso.


A CEII concluiu que "as armas foram distribuídas com o conhecimento e aprovação das seguintes pessoas: Roque Rodrigues; Taur Matan Ruak; Tito da Costa Cristóvão, também conhecido por Lere Anan Timor; Manuel Freitas, também conhecido por Mau Buti; e Domingos Raul, também conhecido por Rate Laek Falur" (sic).


A Comissão recomendou que estas pessoas sejam processadas judicialmente por transferência ilegal de armas.O International Crisis Group, que analisou a crise num relatório que precedeu o da CEII, disse que, "em contraste com a transferência secreta e ilegal de armas da Polícia a civis, esta (das F-FDTL) foi relativamente ordenada e bem documentada, tornando mais fácil a recolha das armas após a chegada de tropas internacionais".

5 comentários:

Anónimo disse...

Qual a intencao de dar armas aos civis?

So cabe na cabeca de bandidos que nao querem o bem do povo.

Gracas a Deus nao saiu como planearam e timour recuperou das portas de uma guerra civil.

Ate parece que a ideia foi de "dividir para reinar" por muitos anos ou oportunidade para fazer dinheiro desaparecer sem deixar tracos.

Jose Malandro

Anónimo disse...

Se maka sala tenki kair tuir justisa nia dalan.

Se maka fo'o kilat ba civil sira atu tiro malu, tenki tama justisa nia lima. Nune, sala sira ne'e labele moris fali iha Timor laran.

Se maka iha ka simu kilat tenki mai fo hatene ba tribunal se maka fo'o kilat ba nia i atu halo saida ho kilat ne'e.

Anónimo disse...

Cabo Verde: PR de Timor-Leste aceitou convite para visitar país em 2009
02 de Outubro de 2008, 18:16
Cidade da Praia, 02 Out (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, deverá visitar Cabo Verde no primeiro trimestre de 2009, em resposta a um convite nesse sentido feito na semana passada, em Nova Iorque.
À margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, encontrou-se com o seu homólogo timorense, a quem formulou o convite, que foi aceite.
"O Presidente Ramos-Horta está interessado em conhecer Cabo Verde, as instituições cabo-verdianas, tendo em conta que somos pequenos países e podemos ter alguns traços comuns", afirmou hoje Pedro Pires, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia.
Também à margem da Assembleia Geral, Pedro Pires disse que se encontrou com o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, com quem discutiu a amortização das dívidas que Cabo Verde tem em relação ao pagamento das quotas da organização.
"Como sabem, estamos atrasados no pagamento das quotizações e está a fazer-se um esforço no sentido da sua resolução. Para tal é preciso negociar com a comissão da União Africana", explicou.
Pedro Pires afirmou que Jean Ping se mostrou disponível e que o Governo irá agora negociar a amortização da dívida cabo-verdiana com a organização.
O Presidente da República alertou também os cabo-verdianos para a necessidade de estarem atentos, já que sendo Cabo Verde um país pequeno poderá sentir os efeitos da crise financeira mundial na sua economia.
Um dia depois de regressar da 63ª Assembleia Geral da ONU e de visitas às comunidades cabo-verdianas nos Estados Unidos, Pedro Pires lembrou que a economia cabo-verdiana tem como motor o turismo e a imobiliária, pelo que é necessário acompanhar a situação com atenção para que o país não sofra grandes impactos.
"A economia cabo-verdiana tem tido como motor a imobiliária e acho que neste momento há que pensar nisso. Há uma questão da qual não se pode fugir que é o aumento do custo do dinheiro, quer dizer haverá certamente uma restrição do crédito nesses países, maior selectividade na atribuição do crédito, maior rigor e maior cuidado na concessão de crédito. Sendo assim haverá certamente uma certa retracção da economia", admitiu.
Pedro Pires ressaltou que as autoridades e o país têm de estar de sobreaviso já que se trata de uma situação sobre a qual Cabo Verde não tem "controlo ou capacidade de intervenção".
"Penso que o Governador do Banco de Cabo Verde está a acompanhar a situação porque já discuti essa situação com ele. Mas eu diria que é preciso muito cuidado nos créditos, e o cidadão deve ser realista e aprender a viver com os seus recursos. Quanto às autoridades é acompanhar com muito cuidado o que está acontecer lá fora e evitar que tenha impactos muito fortes entre nós", aconselhou.
CLI.
Lusa/Fim

Anónimo disse...

TIMOR RECEBE OSSO DE SANTO ANTÓNIO
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Lusa – AO online

Um fragmento do osso do braço direito de Santo António está desde sábado num convento franciscano em Timor-Leste, afirmou hoje em Díli o padre Vítor Melícias.

“Fui portador de um osso do braço direito de Santo António, do osso que é garantidamente autêntico” e que está na Igreja de Santo António de Lisboa.

O fragmento “foi retirado do osso do braço segundo todas as regras e é a maior relíquia que os franciscanos têm”, frisou o padre Vítor Melícias.

A relíquia repousa desde sábado no Convento de S. Francisco de Fatuberliu, em Alas, Manufahi, no sudoeste do país, depois de uma cerimónia dirigida pelo bispo de Díli, Alberto Ricardo da Silva.

A oferta da relíquia teve como pretexto a instalação em Timor-Leste da Fundação de Santo António de Lisboa, explicou Vítor Melícias.

Há actualmente três frades franciscanos em Díli, no bairro de Becora, um deles timorense (que é o superior) e dois brasileiros.

Vítor Melícias salientou que a oferta da relíquia de Santo António tem especial significado porque a evangelização de Timor começou com um frade franciscano, frei António Taveira, que chegou a Oécussi em 1556 e baptizou os primeiros timorenses com o apelido “da Cruz”.

Vítor Melícias, que é o provincial ou superior dos franciscanos portugueses desde Abril de 2007, foi nomeado há um mês como delegado-geral da Ordem para a Fundação de Santo António de Lisboa e é nessa qualidade que visita Timor-Leste.

O ex-comissário português para Apoio à Transição em Timor-Leste encontra-se segunda-feira com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e visita um terreno para possível construção de um novo imóvel para os franciscanos em Timor-Leste.

Santo António, com o nome de baptismo de Fernon Martin di Bulhon y Tavera Azeyedo, nasceu em Lisboa em 1195 e morreu em Pádua, Itália, em 1231.

Na cidade italiana conserva-se a outra relíquia de Santo António, “a língua incorrupta”, como recordou o padre Vítor Melícias.
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Publicada por Fábrica dos Blogs em

Anónimo disse...

Sabemos que durante a crise de 2006 a chefia militar tinha dito publicamente que tinham recebido a aprovacao politica do Ministro de Defesa, Roque Rodrigues para procederem com a distribuicao de armas a civis.

Portanto sabemos sem margem para duvidas que Roque Rodrigues esta comprometido com essa decisao. Agora so resta saber se o Roque vai assumir a responsabilidade sozinho ou se vai apontar o dedo mais acima.

E' que para quem conhece o Roque Rodrigues sabe que ele e' suficientemente esperto para nao ter feito uma decisao dessas unilateralmente e sem primeiro ter informado o Mari Alkatiri e obtido o seu aval.

Vamos esperar para ver.

Uma coisa e' certa. Para que haja seriedade e confianca no sistema de justica alguem vai ter que assumir a responsabilidade pela distribuicao ilegal das armas da F-FDTL a civis.