Díli, 14/06 - A presença das forças da Austrália e da Nova Zelândia em Timor-Leste deveria prolongar-se para além do mandato das Nações Unidas no país, afirmou em Díli o chefe da missão internacional.
A continuação do envolvimento dos dois países em Timor-Leste, onde as suas tropas integram as Forças de Estabilização Internacionais (ISF), deveria estender-se por um período de entre dois a cinco anos, afirmou Atul Khare, a agência Lusa.
As ISF foram constituídas na sequência da crise de 2006, antes da resolução do Conselho de Segurança que criou a missão da ONU em Timor-Leste em Agosto desse ano, e não estão sob comando das Nações Unidas.
O representante-especial do secretário-geral da ONU, chefe da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), iniciou hoje uma visita de nove dias à Austrália e Nova Zelândia.
Na agenda da visita a Camberra, Sydney, Wellington e Darwin estará a cooperação bilateral no sector de segurança dos dois países com Timor-Leste, explicou Atul Khare, entrevistado no quartel-general da UNMIT em Díli.
"As autoridades timorenses têm o direito soberano e a principal responsabilidade pelas decisões no sector de segurança, que serão respeitadas por nós", afirmou Atul Khare.
"Eu acredito, no entanto, que as autoridades timorenses precisam de ajuda a longo-prazo. Ajuda da comunidade internacional através das Nações Unidas mas também ajuda dos vizinhos" Austrália e Nova Zelândia, explicou o chefe da UNMIT.
"Estou a pensar, para a ajuda bilateral, num período de algumas décadas", respondeu Atul Khare quando questionado sobre a duração do envolvimento da Austrália e Nova Zelândia.
"Como mínimo, porém, penso num compromisso de ambos os países por um período de dois a cinco anos. É isso que espero em todas estas áreas" relacionadas com o sector de segurança, acrescentou Atul Khare.
"Talvez seja útil continuar a presença das ISF um a dois anos para lá da missão da ONU", sublinhou o chefe da UNMIT.
Atul Khare explicou que a cooperação no sector de segurança abrange o reforço da Polícia Nacional (PNTL) e das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) em várias áreas.
Salientou que o apoio ao sector de segurança se faz também com o reforço do sistema judicial, o apoio a projectos específicos (desenvolvimento rural, reforço da administração pública e emprego dos jovens) e ao reforço da cultura de democracia.
O chefe da UNMIT afirmou à Lusa que irá "sugerir um aumento, em muitas áreas, da assistência bilateral", tendo presente que a presença das Nações Unidas com uma operação de paz, através da UNMIT, terá um fim a prazo.
O actual mandato expira em Fevereiro de 2009 e Atul Khare declarou que, na altura devida, tenciona recomendar ao secretário-geral da ONU mais uma extensão da UNMIT.
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