terça-feira, 20 de março de 2007

Austrália

Austrália

Não há erro maior do que ignorar a verdade e ainda por cima tentar transformar a mentira no facto. Os nossos vizinhos não estão de boa-fé no nosso país. Se não tivéssemos mais vizinhos como a Papua Nova Guiné, as ilhas Fiji e as outras, estaríamos hoje a anos-luz, de percebermos que o maior beneficiado nesta questão nacional é mesmo a Austrália.

A história dos nossos vizinhos responde e dá-nos respostas sobre a actuação das forças australianas na nossa sagrada terra. Ignorarmos as constantes ofensivas do primeiro-ministro australiano, do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a política interna timorense, é esquecermos que estamos a ser alvo da cobiça alheia.

De forma, pouco insuspeita entraram no nosso país. Vieram como salvadores da pátria. Aliás, como nunca vieram antes quando fomos ocupados barbaramente pelos militares indonésios.

Nessa altura, selaram a bordo de um avião o acordo de partilha do nosso petróleo com os indonésios e apressaram-se a reconhecer a anexação de Timor-Leste. Para a Austrália fomos sempre a 25ª província da República da Indonésia. Nessa altura, o equilíbrio timorense ao nível dos recursos naturais serviam as suas necessidades. Veio o referendo, veio a vitória da verdade.

A mais alta verdade até hoje escrita pelo Povo mártir nas urnas através do voto. Vencemos os Indonésios, venceremos perante os novos desafios colocados por uma potência regional que teima em reinar fora do seu ambiente: a Austrália.

Timor-Leste jamais se vergará aos subjugadores da verdade do Povo maior de Timor-Leste.

Depois do referendo veio a destruição do país. Os australianos apressaram-se a entrar e a nada fazer. Permitiram a continuada deportação de pessoas para o outro lado da ilha, e por detrás dos óculos escuros dos seus militares estavam olhos de jovens de ordens para não actuarem. Os óculos, esses, reflectiam as chamas das casas e dos departamentos que ardiam às mãos de militares e de milícias pró-integracionistas, perante a passividade australiana. Lamentavelmente, a sensação que dá é de memória curta da nossa parte. Mas, não é assim. Timor-Leste tem ainda a esperança de gritar liberdade efectiva e definitiva.

Em 2006 empurraram a comunicação social australiana para um constante bombardear das instituições nacionais. Gerou-se então o cenário da entrada. Uma vez cá dentro, eclodiram os maiores e mais continuados e repetidos actos de violência. O país entrou em definitivo na crise.

Os australianos falharam por não conseguirem esconder a verdade das suas intenções. A Austrália é a maior ameaça à soberania nacional. Recusamo-nos a ser um protectorado australiano, indonésio, português, americano, chinês, cubano, etc. Somos feitos da carne mais nobre que há!

Desta forma reafirmamos que temos condições para ir mais além, no caminho do progresso nacional, da igualdade de oportunidades, sem nunca abdicarmos da memória dos nossos saudosos mártires. O caminho é nosso e não precisamos de falsos amigos.

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