Em declarações aos jornalistas em Jacarta, onde se encontra, o ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Alexander Downer, sublinhou que, «mais tarde ou mais cedo», Reinado será capturado, «mesmo que não se renda».
«Penso que, mais tarde ou mais cedo, o major Reinado será capturado, mesmo que não se renda. Não deve ser morto, mas sim capturado, vivo, sobretudo agora, que deve estar separado do seu grupo», sustentou o chefe da diplomacia australiana.
Em curso está uma operação de «caça ao homem» na região montanhosa próxima de Same, a sul de Díli, localidade de onde escapou ao cerco australiano.
A agência noticiosa indonésia Antara indicou hoje ter indicações de que o líder rebelde está são e salvo numa área a sul de Same, onde goza de grande apoio popular.
Por outro lado, as tropas indonésias reforçaram também a zona de fronteira entre Timor-Leste e Timor Oriental, na Indonésia, e estão em alerta máximo desde o início do fim-de-semana, de forma a impedir que Reinado a transponha.
Até agora, não está clara a forma como Reinado conseguiu escapar ao cerco efectuado pelas forças australianas, que, no fim-de-semana, abateram quatro dos seus homens em Same durante a operação.
Nas declarações aos jornalistas, Downer adiantou que a última noite em Timor-Leste foi «relativamente calma», tendo-se registado apenas alguns pequenos incidentes, como um ataque a um armazém de arroz.
«O importante é que o exército continue com a operação, que não sei quanto tempo irá demorar. Mas o melhor conselho que posso dar ao major Reinado é que se entregue, que pense primeiro no seu país e, mais do que isso, nos interesses de Timor-Leste. Já se ultrapassou o ponto em que as negociações deveriam ter dado frutos», sublinhou Downer.
Entretanto, também hoje, o primeiro-ministro australiano, John Howard, defendeu que as tropas que estão envolvidas na captura de Reinado devem «neutralizar» a ameaça que constitui o líder rebelde e os seus homens, reirerando as palavras de Downer.
«Preferimos prender as pessoas e pensamos que esse objectivo vai ser alcançado. Mas ele (Reinado) é um fugitivo. Escapou e tem pessoas do seu lado. As suas contínuas actividades constituem uma ameaça à segurança em Timor-Leste e seria preferível que a ameaça fosse neutralizada», sustentou Howard.
A Austrália lidera uma força de manutenção de paz internacional enviada para Timor-Leste após semanas de instabilidade no país, alguma dela causada por Reinado, em que morreram pelo menos 37 pessoas e levaram mais de 150.000 pessoas a abandonar as suas casas.
Diário Digital / Lusa
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