23/07/2008 - 19h18
Braga, 23 jul (Lusa) - O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, afirmou que a população do país asiático ficará satisfeita se todos os habitantes nascidos na ex-colônia até 2002 poderem receber a nacionalidade portuguesa."
Portugal é um país soberano, mas se a lei da imigração determinar que os timorenses nascidos antes da independência também têm nacionalidade portuguesa, todo o povo vai ficar satisfeitíssimo", afirmou Ramos Horta, após uma conferência na Universidade do Minho, em Braga. O presidente timorense declarou que compete a Portugal fazer as suas próprias leis, mas ressaltou que, "no caso dos timorenses mais velhos, são justas as pensões de aposentadoria, os muitos milhões de euros que vão de Portugal para o Timor".Questionado sobre o processo judicial em torno da tentativa de assassinato de que foi alvo, em fevereiro, Ramos-Horta disse que o procurador-geral da República o informou de que os supostos culpados "seriam acusados dentro de dias"."Não sei quais as acusações, nem se foi ou não encontrada uma razão para o crime", afirmou.Questões políticasEm termos políticos, o líder timorense defendeu a continuação da aposta na língua portuguesa, como língua oficial do país, acrescentando que "ninguém obrigou os timorenses a optarem pelo português, conforme consta da Constituição".Ramos-Horta rejeitou as críticas à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), dizendo que se o atual secretariado não faz mais é porque os países não fornecem meios para os projetos aprovados.Apesar disso, criticou as autoridades governamentais do país asiático, por não terem pagado a cota anual para a CPLP, de cerca de 30 mil euros (R$ 74,8 mil), afirmando que "é um problema de competência, já que não há razões financeiras para a dívida.O presidente timorense defendeu o aprofundamento da CPLP, acrescentando que, como o secretariado não tem receitas próprias, os países precisam cumprir as suas obrigações e promessas assim que os projetos são aprovados.Sobre a posição do Timor Leste na questão do Kosovo, e em especial quanto ao reconhecimento da sua independência, Ramos Horta disse que nas questões européias "houve sempre o conselho diplomático de Portugal".
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