A testemunha, membro da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Nelson Exposto afirma não ter conseguido identificar os 12 arguidos que disparavam contra a coluna de membros da Polícia, porque logo na altura ficou desmaiado quando ouviu os tiroteios.
A testemunha Nelson Exposto fez esta declaração no seu depoimento perante o Juiz Presidente Ivo Rosa, na audiência do caso de 25 de Maio, realizada no Tribunal de Recurso Caicoli, Díli.
Nelson explicou que quando houve disparos contra a coluna da Polícia por sua parte não conseguiu identificar quem é que disparou, porque na altura ficava desmaiado e caiu por terra (estrada). Após uns instantes recuperou e fugiu à procura de um local seguro, na direcção da Igreja Catedral.
Questionado pelo Juiz Ivo Rosa sobre quem é que desarmou os membros da PNTL, o mesmo respondeu que foram membros da UNPOL dando explicações aos membros da PNTL que tinham chegado a um acordo com as F-FDTL para não haja mais incidentes. Por isso os membros da PNTL cumpriram as ordens. Foram desarmados, formaram uma coluna e marcharam a partir do Quartel-General da PNTL em direcção ao Ministério da Justiça, com o objectivo de procurar um local mais seguro no Obrigado Barracks.
«Antes do desarmamento, houve troca de tiros entre membros da PNTL do Quartel-General da PNTL com membros das F-FDTL no Quartel-General das F-FDTL, tendo início das 10h30 às 14h00, devido à provocação de um tiro ao ar por um membro da PNTL não na direcção do Quartel-General das F-FDTL mas na direcção de uma viatura “sedan” vermelha que transportava a comida para o Comandante Armindo», frisou Nelson.
Questionado pelo Juiz se consegue identificar os 12 arguidos presentes na audiência por alegações de terem disparado contra a coluna da PNTL causando a morte dos seus companheiros, Nelson respondeu que apenas conhecia o arguido José Maria Neto, como Comandante de Inteligência da PNTL, desconhecendo os outros arguidos.
O Juiz questionou, se no acontecimento, Nelson foi atingido por algum tiro ou se teve algum ferimento. Nelson esclareceu que sofreu um ferimento ligeiro nos pés por ter caído, mas ficou recuperado.
O Juiz continuou a audiência, pedindo depoimentos das testemunhas Anacleto da Costa e Marcelino dos Santos e as mesmas deram depoimentos idênticos aos do Nelson Exposto que não tinham identificado os arguidos, acrescentando que não ficaram feridos apesar de estarem envolvidos na coluna.
A 11ª audiência foi dirigida pelo Juiz Colectivo composto por Ivo Rosa (Internacional), como Presidente, Victor Hugo Pardal (Internacional) e António Gonçalves (Nacional) como Adjuntos. O Procurador que atendeu o caso foi Bernardo Fernandes (Internacional) e Zélia Trindade (Nacional). Os 12 arguidos obtiveram uma assistência legal dos advogados, Arlindo Dias Sanches, Tomé Gerónimo e José Guterres.
A audiência terá continuação, porque muitas testemunhas ainda não marcaram presença para darem os seus depoimentos. De acordo com o horário determinado, a audiência foi realizada das 09h30 às 15h30, com uma participação máxima da Associação dos Advogados de Timor-Leste, Observadores Internacionais, membros do FOKUPERS, ONG Internacionais, “Judicial System Monitoring Programme (JSMP)”, as famílias dos arguidos, em especial membros das F-FDTL e da PNTL. Teve segurança reforçada da Polícia das Nações Unidas (UNPOL), Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Guarda Nacional Republicana (GNR). Ainda na entrada ao edifício do Tribunal de Recurso teve uma passagem de revista de cartões de identidade pessoal duas vezes a todos os participantes e antes de entrar na sala de audiência desligaram os telemóveis. JNSemanário.
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