quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Religiosas timorenses professam em Braga



O dia de ontem foi um «momento histórico» para a Congregação das Religiosas Escravas da Santíssima Eucaristia e Mãe de Deus como expressou a Irmã Teresa Martins, delegada geral da congregação, que realçou o facto de «assistir à primeira profissão religiosa de quatro jovens timorenses » nesta comunidade religiosa.

A celebração, que teve lugar na capela de S. Barnabé, foi presidida pelo padre jesuíta Alfredo Dinis e concelebrada por alguns sacerdotes entre os quais o Vigário Geral da Diocese de Baucau (Timor) e o padre Abel, promotor vocacional das quatro jovens.

No início da celebração, o padre Alfredo Dinis afirmou que «o Senhor chama cada um a viver a alegria plena através da pobreza, da castidade e da obediência». Depois, já na homilia, centrada no tema da «alegria», o sacerdote jesuíta asseverou que os três votos ou conselhos evangélicos em questão são «mal vistos pela cultura e pela sociedade actual» realçando, contudo, que «nada propõe como alternativa para que as pessoas possam ser felizes», frisou.

Para o presidente da celebração, «todos somos criados, queridos, amados, escolhidos e enviados por Deus», afirmou à assembleia constituída por familiares das jovens e amigos da congregação. Depois, reflectindo sobre os «conselhos evangélicos», defendeu que, em última instância, «a pobreza resume todos estes votos» porque ela é «a experiência de quem procura a sua alegria não nas coisas do mundo mas no Alto, nas coisas de Deus». De facto, para o jesuíta, «a castidade é uma forma de pobreza» porque é «dizer não a uma família para se encher de amor pelos outros», assim como «a obediência é uma forma de pobreza» porque é «renunciar a decidir por nós próprios para fazermos a vontade de Deus» em fidelidade e escuta permanente e constante.

A terminar a reflexão, o director da Faculdade de Filosofia, deu um conselho às quatro jovens: «tirai os obstáculos que impedem de viver a verdadeira alegria, já que ela é uma graça de Deus, e uma constante procura de cada ser humano», concluiu. No ritual da profissão religiosa, diante da delegada geral em representação da superiora geral, Irmã Pilar Burgos, as quatro jovens professaram solenemente os votos de pobreza, castidade e obediência e receberam, também, as insígnias desta profissão (o véu, as Constituições, o Crucifixo e o emblema), terminando o ritual com a assinatura da acta da solene profissão.

Agora, Beatriz de Carvalho, Elda da Cruz, Georgina Silva e Luciana Rodrigues, já na fase do juniorado, vão para a comunidade religiosa do Porto como membros de plena comunhão de vida. Lá, durante os próximos tempos, vão fazer o estágio de catequese e, também, formação teológica na diocese portuense, como adiantou a Irmã Teresa Martins.

Embaixador de Timor presente na celebração


Na celebração esteve presente, também, o Embaixador de Timor em Portugal, Manuel Soares Abrantes que se congratulou com o facto de «o povo timorense contribuir com vocações religiosas para esta congregação e para a Igreja».

A celebração da profissão religiosa das quatro jovens timorenses «revela a nossa identidade cultural e a nossa adesão à Igreja Católica», afirmou o embaixador.

Actualmente, «estão em Portugal 335 estudantes timorenses dos quais 68 são finalistas superiores, bolseiros de programas de cooperação entre o Estado português e o timorense», referiu o diplomata, acrescentando esperar que regressem a Timor no final da formação e do curso, porque «têm o dever cívico e moral de construir um novo país».

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