quarta-feira, 30 de abril de 2008

Rebeldes do Timor serão interrogados nas próximas 48 horas

Dili, 29 abr (Lusa) - O ex-tenente das forças armadas timorenses Gastão Salsinha e os outros 12 rebeldes que se renderam serão interrogados separadamente nas próximas 48 horas, disse à Agência Lusa um dos oficiais que conduziram as operações de captura.

Só depois de dois dias, Salsinha e seu grupo serão entregues ao procurador-geral do Timor Leste, confirmou em entrevista coletiva o tenente-coronel Calixto dos Santos Coliati, das Falintil - Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL).

O tenente-coronel Coliati, que comandou nas últimas semanas as operações de captura, disse que "Salsinha não se rendeu ao comando conjunto, rendeu-se à justiça".

O grupo de Gastão Salsinha, vestindo uniformes com os símbolos das forças armadas, assistiu à entrevista coletiva, mas não fez declarações. Os jornalistas não foram autorizados a fazer perguntas aos rebeldes.

Gastão Salsinha, um dos líderes dos rebeldes das F-FDTL, é acusado de ter participado do ataque contra o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, em 11 de fevereiro (noite do dia 10 no Brasil), e de ser cúmplice do ataque à residência do presidente José Ramos-Horta.

No atentado contra o presidente, comandado por Alfredo Reinado, Ramos-Horta foi baleado por Marcelo Caetano, também apresentado em Dili nesta terça-feira.

Com a morte de Alfredo Reinado no ataque, Gastão Salsinha assumiu a liderança do grupo e era procurado pela operação "Halibur", que uniu F-FDTL e a Polícia Nacional do Timor Leste.

O grupo de Salsinha chegou à capital timorense com uma caixa metálica com onze armas, incluindo nove espingardas HK-33, uma espingarda Mauser e uma SKS, além de quase 1.400 munições e 16 cartucheiras. O material foi entregue pelos rebeldes na rendição.

Os rebeldes chegaram ao Palácio do Governo às 12h30 (00h30 em Brasília) e foram recebidos pelo vice-premiê, José Luís Guterres, e por outros membros do governo. Poucos minutos depois, chegou Ramos-Horta.

"Não tenho ódio nem rancor", afirmou o presidente, garantindo que "a justiça será feita sem intervenção política".

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