A detenção de três militares timorenses na Indonésia por suspeita de envolvimento nos atentados de 11 de Fevereiro foi feita ao abrigo de mandados de captura emitidos pelo governo de Timor-Leste, disse hoje o presidente indonésio.
«Ontem de manhã (quinta-feira) e esta manhã, a polícia indonésia conseguiu deter três timorenses. Eles foram interpelados à luz de mandados de captura difundidos pelo governo timorense», declarou Susilo Bambang Yudhyono aos jornalistas em Jacarta.
«Trata-se de três soldados timorenses, não de indonésios«, frisou o presidente indonésio, referindo que os detidos são suspeitos de envolvimento nos ataques de 11 de Fevereiro, em Díli.
O presidente indonésio escusou-se a dar mais informações, »por agora«, sobre as detenções.
Os ataques de 11 de Fevereiro tiveram como alvos o presidente timorense, José Ramos-Horta, ferido a tiro com gravidade, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.
Susilo Bambang Yudhyono declarou ainda ter ficado surpreendido com »declarações em Díli do presidente Ramos-Horta, segundo as quais pessoas na Austrália e na Indonésia estavam implicadas« nos atentados.
«Fiquei um pouco surpreendido», declarou.
Ramos-Horta disse à Agência Lusa na quarta-feira que «elementos ligados aos Kopassus indonésios», as forças especiais com uma longa história durante a ocupação de Timor-Leste, estiveram ligados ao 11 de Fevereiro.
«São gente vingativa e a linha dura de alguns militares não aceita a independência«, explicou José Ramos-Horta sobre essa suspeita.
A agência indonésia Antara noticiou hoje que o Governo de Jacarta pediu provas a Ramos-Horta sobre o alegado envolvimento de indonésios nos ataques de 11 de Fevereiro.
«Nós precisamos que a acusação esteja suportada pela substância», disse o ministro de Negócios Estrangeiros da Indonésia, Hassan Wirajuda.
Diário Digital / Lusa
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