Darwin, 16 Abr (Lusa) - O presidente de Timor-Leste regressa hoje ao seu país, partindo dentro de momentos da Austrália, onde recebeu tratamento médico, depois de ter sido alvo de um atentado a 11 de Fevereiro, que quase lhe custou a vida.
O avião de José Ramos-Horta deverá partir de Darwin às 6:30 de quinta-feira (22:00 de quarta-feira em Lisboa).
O presidente é acompanhado por 24 pessoas, incluindo os embaixadores da Austrália em Dili e de Timor-Leste na Austrália.
O bispo norueguês Gunnar Stalsettgg, o filho Loro Horta, o médico pessoal, Rui Araújo, jornalistas e familiares acompanham também o Presidente de Timor-Leste.
No ataque à sua residência pelo grupo do major Alfredo Reinado, José Ramos-Horta foi ferido com balas que lhe rebentaram a parte inferior do pulmão direito "e abriram um buraco negro de quase um palmo nas costas", como recorda uma das irmãs do Presidente, Rosa Horta Carrascalão.
"O anestesista da clínica australiana do heliporto disse-me mais tarde que, quando mudaram o meu irmão da sala de anestesia para a sala de operações, ele estava a morrer. A cara estava toda azul", contou Rosa Horta Carrascalão à Lusa.
"Se a ambulância tivesse demorado mais uns minutos ou se o tivessem levado para o hospital central, o Presidente estaria morto", acrescentou.
"Tenho duas costelas soltas, a décima e a décima primeira do lado direito, que foram separadas da coluna por uma bala", contou hoje Ramos-Horta à agência Lusa.
"Também fiquei com três estilhaços cá dentro. Um dia, talvez sejam expulsos naturalmente pelo corpo", disse Ramos-Horta ao explicar as dores que ainda sente, "um desconforto" para o qual continua a ser medicado.
As costelas suspensas e, sobretudo, o facto de as balas terem atingido dois nervos vitais na região abdominal acentuam as dores na posição sentada.
"Não posso estar muito tempo sentado", explicou o Presidente antes de uma das últimas sessões de fisioterapia em Darwin.
José Ramos-Horta tem estado quase sempre em traje desportivo nesta semana de despedida de Darwin: calções, sapatos de "jogging", t-shirt branca.
Quando se senta, os calções deixam ver uma enorme mancha púrpura, rectangular, na coxa direita.
"Fizeram um enxerto da pele na perna para fechar a ferida nas costas. Fazem isso quase como daquela maneira de cortar queijo com uma lâmina", explicou o Presidente sem sinal de incómodo.
O atentado tem ainda contornos por esclarecer.
Ramos Horta disse hoje à Lusa que "Não foi mão timorense", repetindo a sua convicção de envolvimento estrangeiro.
Marcelo Caetano, o militar que o Presidente reconheceu como sendo o autor dos disparos que o atingiram, é, assim, "uma mão que teve uma mão por trás".
"Alfredo Reinado e Angelita Pires (assessora legal do major) tinham uma conta em conjunto, com um milhão de dólares, aqui na Austrália", disse, citando a informação que lhe foi prestada pela Polícia Federal Australiana.
Acredita também que "elementos ligados aos Kopassus indonésios", as forças especiais com uma longa história durante a ocupação de Timor-Leste, estiveram ligados ao 11 de Fevereiro.
José Ramos-Horta volta a um país ainda com rebeldes à solta mas diz que não tem medo que alguém lhe faça mal."Nunca tive. Mesmo em 2006 (ano da crise institucional e de segurança em Timor-Leste), ia a todo o lado, até onde havia tiros. Às vezes diziam-me, depois, que tinha sido uma loucura", contou.
O Presidente vai voltar para a casa onde tudo aconteceu, em Metihaut, e diz ter consciência de que o que se passou a 11 de Fevereiro pode voltar a acontecer.
"Pode. Mas eles não voltam duas vezes ao mesmo sítio", rematou.
PRM/MF.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-04-16 22:10:01
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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