O resultado da audiência preliminar (ou o primeiro interrogatório judicial) ao ex-Agente da Polícia Nacional de Timor-Leste, Amaro da Costa “Susar”, que decorreu por dois dias (segunda e terça-feira), foi conhecido na terça-feira, por volta das 14h00, quando o Juiz Ivo Rosa, como Juiz da audiência, anunciou que “Susar” será remetido a prisão preventiva durante 1 ano para participar nos processos posteriores, porque a decisão do Tribunal é uma medida de coacção.
Após a audiência, o Juiz Ivo Rosa deu oportunidade aos jornalistas para entrarem na sala de audiência A, a fim de serem informados de que o arguido Susar obteve uma pena de prisão preventiva, de um ano, porque várias evidências demonstram o envolvimento do arguido em vários casos.
O Juiz Ivo Rosa acrescentou que há indícios fortes para considerar que o arguido cometeu 6 homicídios, nomeadamente, homicídio atentado, crime contra o Estado de Segurança, homicídio atentado para matar o Chefe do Estado na sua residência em Metiaut, incluindo perturbação de ordem pública e crime contra a segurança do Estado aos seus companheiros das F-FDTL em Fatuahi no dia 23 de Maio de 2006 e em Same.
Portanto o Juiz aplicou o artigo 338, 340, 53, 140 do Código Penal, artigo 140, contra a segurança do Estado e artigo 340, atentado contra o Chefe do Estado, no dia 11 de Fevereiro.
No mesmo local, o Procurador Felismino Cardoso afirmou que o Ministério Público determinou a prisão preventiva porque o mesmo teve envolvimento em vários casos, dirigido pelo falecido Alfredo Reinaldo Alves.
«Há indidicações de três casos de envolvimento do Susar com o falecido Alfredo Reinaldo, há fortes indícios do seu envolvimento no atentado do dia 11 de Fevereiro, no caso de 23 de Maio e no caso de 2007 em Same», explicou Felismino.
No mesmo local o advogado do Susar, José Pedro Camões, afirmou que o seu cliente concorda com a decisão do Juiz da audiência sobre o seu envolvimento nos três casos supramencionados, então a prisão preventiva é o melhor meio para aguardar o processo de justiça.
«O meu cliente concorda com a decisão tomada pelo Juiz. Susar demonstrou a sua dignidade aos seus colegas para facilitar os serviços do Tribunal. Não há recurso a ser feito pelo advogado de Susar porque o processo terá ainda continuação», afirmou Pedro Camões.
A audiência foi dirigida pelo Juiz Ivo Rosa e o Procurador que atendeu ao caso foi Felismino Cardoso, incluindo o advogado de defesa do arguido Susar, José Pedro Camões, Hernani Rangel e Belchior Bento.
Segundo a observação do Diário, a audiência teve uma segurança máxima da UNPOL, Guarda Nacional Republicana (GNR) e PNTL. A audiência foi fechada ao público, por ser o primeiro interrogatório judiciário a Susar. No final da audiência, o arguido Susar, acompanhado pela GNR, foi levado para a Prisão de Becora, Díli. JNSemanário.
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Encontro de Susar com o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão
Susar : “Falarei em Tribunal sobre quem é que atirou no Presidente da República”
O Primeiro-Ministro (PM), Kay Rala Xanana Gusmão, recebeu o ex. Membro da UIR, Susar, que se entregou às Forças de Operação Conjunta, sábado à noite em Turriscai, no Palácio do Governo.
Neste encontro, Susar informou o Primeiro-Ministro de que com a sua própria consciência desejava entregar-se contribuindo para a justiça a fim de resolver os problemas da Nação.
O Secretário do Estado de Defesa, Júlio Tomás Pinto, que acompanhou o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão neste encontro afirmou ao JNDiário que neste encontro Susar afirmou a sua vontade de ajudar o Governo a resolver os problemas da Nação a fim de criar a estabilidade no País.
O PM Xanana Gusmão pede a Susar para apelar aos seus membros que continuam no mato para se apresentarem a fim de resolver os problemas enfrentados pelo País.
Participaram também neste encontro o Comandante-Geral das F-FDTL, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, o Comandante da PNTL, Afonso de Jesus, Procurador-Geral Longuinhos Monteiro e o Secretário do Estado de Segurança, Francisco Guterres.
Falarei no Tribunal
Por outro lado quando falou na conferência de imprensa no Salão Memorial Hall, Susar afirmou que teve envolvimento no assalto à residência do Presidente da República, em Metiaut, Díli.
As armas que estavam no mato eram 38. Neste momento restam apenas 35 armas porque 3 delas foram entregues.
No mesmo local Susar afirma que as armas que entregou foram também usadas para o assalto à residência do Presidente da República.
«Entreguei-me porque quero o desenvolvimento deste País para que o povo possa viver a estabilidade. Se não nos entregarmos a Nação não pode avançar, portanto desejamos contribuir para a justiça», afirmou Susar.
Afirma que teve envolvimento no ataque à residência do Presidente da República, mas sobre o autor dos disparos sobre o Presidente da República explicará no Tribunal.
«Na altura estava no portão principal da residência do Presidente da República», explicou Susar.
Susar desejava responder a mais perguntas dos jornalistas, mas os dois comandantes Filomeno Paixão e Mateus Fernandes encerraram a conferência de imprensa. JNSemanário.
700 peticionários concentrados em Aitaraklaran
Os peticionários concentrados em Aitaraklaran até segunda-feira, 3 de Março, aumentaram para um total de 700.
O ex. Major Augusto de Araújo (Tara) explicou ao Jornal Nacional Diário no local de acantonamento em Aitaraklaran que os peticionários neste momento são no total 700 elementos, incluindo os colegas que abandonaram os quartéis antes da crise político-militar.
«O número de peticionários atingiu os 700 elementos, alguns deles abandonaram os quartéis antes da crise, com base nas decisões do Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, que demitiu 194 membros e após a crise militar no dia 28 de Abril de 2006, no total de 594 membros abandonaram os quartéis», explicou Tara.
O ex. Major das F-FDTL exlicou que no total dos 700 peticionários incluem-se membros que foram visitar as suas famílias e não desejaram regressar, outros não tinham esperança de regressar por haver rumores de que quando regressassem aos quartéis seriam aniquilados, então os mesmos não quiseram regressar, incluindo 402 soldados demitidos em 2004 e mais de 600 soldados a serem demitidos em Abril de 2006, mas entretanto aconteceu a crise.
Explicou que, no sábado dia 1 de Março, o Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão chegou ao local e afirmou que ao longo de alguns meses todos os peticionários exigiram o diálogo mas com o atentado de 11 de Fevereiro de 2008 o processo de diálogo com os peticionários já não existe. «Portanto até agora ainda não sabemos se os peticionários regressarão à vida militar ou irão trabalhar no estrangeiro, ainda não sabem claro. Mas os líderes estão a criar a estabilidade da Nação, que favorecerá a resolução deste problema com dignidade e há meios para resolver esse problema», salientou o ex. Major.
Relativamente à entrega de Susar e das duas armas no Sábado, foi um passo positivo para o Governo e para o povo de Timor-Leste, sobretudo para os 700 membros concentrados no local de acantonamento. «Agradecemos imensamente ao Susar porque teve um pensamento positivo, entregou as armas do povo que teve na sua posse durante 2 anos. Isto demonstra que deseja contribuir para o bem-estar desta Nação sagrada e para para a estabilidade», disse.
«Pessoalmente, penso que se Salsinha e o seu grupo tiverem o bom sentimento de entregarem as armas, isso será um grande valor para o Salsinha e o seu grupo, nesse caso podemos dizer que os mesmos estão a mudar de ideias. Os problemas foram manipulados por alguns políticos, portanto segundo o meu ponto de vista, este problema preocupa toda a gente se os mesmos continuarem armados no mato», afirmou o ex. comandante.
O ex. comandante pediu a Salsinha para mudar de ideias e demonstrar que como jovem não deve destruir a sua vida ou o seu futuro, o melhor meio é entregar-se ao Estado para garantir o seu futuro como jovem.
Apelou ainda à população, sobretudo aos jovens para não acreditarem demasiadamente nos rumores ocorridos de que os peticionários que se estão a concentrar no local de acantomento serão mortos, ou que os elementos peticionários que se juntaram recentemente serão separados dos outros colegas, são tudo informações falsas. «Quero dizer que todos os peticionários aqui concentrados consideramo-nos como irmãos, porque todos nós temos problemas, ninguém está sem problemas. Portanto, apelamos aos jovens para se manterem calmos e acompanharem o processo que está a decorrer para obter uma solução favorável para o problema dos peticionários. Apelo também aos companheiros peticionários que ouviram rumores de que quando se concentarem no local de acantonamento serão prejudicados ou mortos, não podem ouvir estes rumores, seria melhor juntarem-se para obter uma solução por parte do Estado e desenvolver o nosso futuro», concluiu o ex. comandante. JNSemanário .
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