segunda-feira, 3 de março de 2008

Rebelde se entrega no Timor e admite participar de atentado

Díli, 2 mar (Lusa) - Kaer Susar (ao centro, na foto), um dos elementos do grupo do autor do atentado ao presidente do Timor Leste, se entregou neste domingo às autoridades do país asiático e admitiu ter participado do ataque à residência de José Ramos-Horta.


A rendição de Susar foi anunciada em entrevista coletiva pelo Comando Conjunto da operação "Halibur", para a captura dos responsáveis pelo duplo ataque de 11 de fevereiro contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro timorenses.

Susar chegou apenas cerca de 15 minutos antes ao centro de conferências onde funciona o Comando Conjunto, transportado pela Polícia Nacional a partir da aldeia de Turiscai, distrito de Manufahi, sudoeste do país.

O rebelde admitiu aos jornalistas que tomou parte na operação à residência de Ramos-Horta, com o grupo chefiado pelo major Alfredo Reinado, morto no ataque. "Sim, participei. Estava ao portão [da residência]", afirmou Kaer Susar na breve entrevista à imprensa.

Susar se rendeu com duas armas, uma AL 33 e um FNC, que afirmou terem sido usadas no ataque ao chefe de Estado.

Captura

O tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante da operação "Halibur", que apresentou Kaer Susar e as armas apreendidas, manifestou "a profunda gratidão" do Comando Conjunto a Susar "pela sua cooperação, ao optar pela via pacífica para a resolução dos seus e dos nossos problemas".

O oficial das Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste agradeceu também ao ex-presidente timorense Francisco Xavier do Amaral, proclamador da independência do país em 1975, pela ajuda na rendição de Susar.

Kaer Susar e o líder da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), Francisco Xavier do Amaral, são naturais de Turiscai. O ex-integrante do grupo de Alfredo Reinado contatou o antigo presidente antes de se entregar.

"Continuamos a dar tempo ao grupo de Gastão Salsinha para reconsiderar na sua postura e tomar uma decisão correta e pacífica na busca de solução para o seu caso", afirmou o tenente-coronel Filomeno Paixão.

O ex-tenente Gastão Salsinha liderou o grupo que atacou a comitiva onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e passou a chefiar o grupo de Alfredo Reinado desde a morte do major.

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