segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ramos-Horta nomeia japonês para seu consultor especial

O presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, nomeou o japonês Sukehiro Hasegawa, chefe de duas missões internacionais no país, seu consultor especial para a Boa Governação e Democracia.

«Sukehiro Hasegawa é um reconhecido especialista em matérias de governação e desenvolvimento, com 30 anos de serviço na ONU, durante os quais trabalhou num grande número de países em desenvolvimento», afirmou Ramos Horta em comunicado.

O presidente timorense também justificou a nomeação de Hasegawa por se tratar de «uma pessoa muito empenhada no bem-estar do povo de Timor Leste».

Sukehiro Hasegawa chefiou duas missões sucessivas entre 2002 e 2006, a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET) e a Missão Integrada da ONU em Timor (UNOTIL) como representante especial do secretário-geral da organização e coordenador residente.

22-09-2007

Polícia prendeu seis polícias no distrito de Viqueque


A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da Polícia Nacional timorense (PNTL) procedeu a detenções de seis polícias no distrito de Viqueque, confirmou hoje o chefe-interino da missão internacional, general Eric Tan.


As detenções, em duas operações separadas da UIR durante o fim-de-semana, estão relacionadas com a investigação aos incidentes no leste do país após a indigitação do novo primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Foram também detidos dois civis em relação com os ataques contra casas e pessoas na região leste.

"Consideramos que esses incidentes em Agosto foram os mais graves no país desde a crise de Abril e Maio de 2006", afirmou Eric Tan, responsável do sector de Segurança da UNMIT e chefe em exercício da missão, na ausência do representante-especial do secretário-geral, Atul Khare.

Entre os seis polícias detidos encontram-se o comandante distrital da PNTL de Viqueque e o comandante do subdistrito de Uatulari, na costa sul, adiantou Eric Tan na conferência de imprensa semanal da UNMIT.

Cinco dos seis elementos da PNTL foram detidos em Uatulari.

"A situação de segurança continua a melhorar em todo o país mas é ainda volátil em alguns locais", declarou Eric Tan.

"No último mês, o esforço da Polícia foi no sentido de estabilizar a situação, o que foi conseguido. Nos próximos tempos poderão ver que a máquina de justiça começou a funcionar", acrescentou o chefe interino da UNMIT.

Sobre o major fugitivo Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar acusado de rebelião e homicídio, Eric Tan explicou que "os requisitos foram claramente definidos" para o desenlace das negociações em curso.

"Esses requisitos não mudam: entrega de armas, acantonamento e entrega do major Alfredo Reinado à justiça", adiantou Eric Tan.

"A única coisa em discussão é a modalidade de aplicação desses requisitos", concluiu.

Governo estabelecerá o Banco de Desenvolvimento Nacional



João Saldanha : “Porque é que não desenvolve o Instituto Micro Finanças (IMF)”

O Governo através do Ministério da Economia e Desenvolvimento (MED) estebelecerá um Banco de Desenvolvimento Nacional para promover o investimento no País e dar apoios aos empresários timorenses.

Foram as declarações do Ministro da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves, ao Jornal Nacional Semanário, no “Uma Fukun” Parlamento Nacional, quando acompanhou o Primeiro-Ministro na apresentação do Programa do IV Governo Constitucional no Parlamento.

João Gonçalves afirma que o referido Banco dará apoio a todos os sectores que desejem criar emprego, incluindo empresários internacionais.

«Muitas vezes alguns empresários internacionais em Timor-Leste trazem um capital mínimo, insuficiente. Portanto o Governo poderá atribuir-lhes créditos para criar campos de trabalho para os timorenses» destacou João Gonçalves.

Por outro lado, em relação aos créditos atribuídos aos empresários internacionais, segundo Gonçalves, através de vários investimentos no País, o Governo cobrará impostos para aumentar as receitas da Nação.

«Todas as empresas que necessitem de apoio do Governo para criar um investimento que possa contribuir para o crescimento económico, criar campos de trabalho e outras actividades para desenvolver a economia e reduzir a pobreza penso que o Governo dará o seu apoio», garante o ex-deputado da primeira legislatura.

Porque é que o Governo não desenvolve o Instituto Micro Finanças (IMF)?

Por outro lado, o analista de Economia, João Mariano Saldanha afirma que o Governo deve criar fundos para dar apoio às actividades de investimento nacional.

O analista económico sugere que o Governo, neste caso, o Ministério da Economia e Desenvolvimento (MED), deve reforçar o Instituto Micro Finanças (IMF).

Porque, segundo ele, o Governo deve estabelecer um banco com um objectivo claro, um banco competitivo que não trabalhe apenas com fundos do Governo.

Por sua parte apoia o programa do Governo em relação ao estabelecimento do Banco de Desenvolvimento Económico com o objectivo desenvolver o crescimento económico da Nação.

Pedido o seu comentário sobre a ideia do Presidente da Comissão C para Assuntos de Economia, Finanças e Anti Corrupção, Manuel Tilman no “Uma Fukun” Parlamento Nacional, disse que após a alteração da Lei de Investimento deve ser aumento o capital mínimo para investidores estrangeiros, o Presidente do Partido Republicano afirmou que, preferencialmente, o capital mínimo para investidores estrangeiros neste momento é suficiente. Porque se não os investidores nacionais continuam a ser dependentes do Governo e por outro lado, a entrada de investidores estrangeiros em Timor-Leste poderá criar campos de trabalho para os timorenses. JNSemanário.

Emília Pires: “Orçamento transitório estimado no valor de 110 milhões de dólares”

A Ministra do Plano e das Finanças, Emília Pires, afirmou que o orçamento transitório de três meses, enquanto se aguarda o Orçamento do Ano Fiscal 2008-2009, terá o valor de 110 milhões de dólares. «O orçamento transitório é uma medida que tomei e cujo cálculo total ronda os 110 milhões de dólares» afirmou Emília Pires ao Jornal Nacional Semanário, na “Uma Fukun”, no Parlamento Nacional, quando a mesma comentou sobre a estimativa do orçamento transitório.

Segundo ela, o Orçamento Transitório irá ser enviado ao Parlamento para aprovação após a aprovação do Programa do Governo. O Parlamento tem de aprovar em primeiro lugar a mudança de Ano Fiscal para Ano Civil e, só depois disso, é que o Governo apresentará o orçamento transitório ao Parlamento para aprovação. Antes da aprovação no Parlamento, o Conselho de Ministros deve discutir e determinar a alocação do orçamento para as áreas prioritárias.

Segundo ela, o orçamento será discutido na quarta-feira, da semana corrente, no Conselho de Ministros, e só depois é que será apresentado ao Parlamento Nacional para a aprovação.

As prioridades do orçamento serão discutidas no Conselho de Ministros, porque o referido orçamento é referente ao prazo de três meses. Enquanto o Parlamento não aprovar a Lei de Mudança do Ano Fiscal para o Ano Civil, naturalmente que o orçamento transitório chegará até Dezembro, para se entrar no ano civil de 2008. JN Semanário.

Sem Xanana, Timor-Leste não ficaria independente





David Ximenes : “Não devemos ser bastante a prioris”

O deputado do Parlamento Nacional (PN) da bancada Partido Social Democrata (PSD), Riak Leman afirma que toda a gente não pode negar a resistência de Xanana. Com a liderança de Xanana é que Timor-Leste ganhou a independência. Após a queda das bases de apoio, Xanana Gusmão com toda a sua capacidade reorganizou as FALINTIL no mato, na luta contra a ocupação indonésia.

Riak Leman referiu-se a esta questão, na Plenária do Parlamento Nacional, lamentando o Partido da Oposição no Parlamento Nacional que faltou respeito a Xanana Gusmão na apresentação do Programa do IV Governo Constitucional.

O ex-veterano salientou que quando estiveram no mato na resistência respeitavam-se e amavam-se uns aos outros e Xanana não tinha qualquer intenção de matar os seus amigos da resistência.

Sobre a morte do Comandante das FALINTIL, Kilik Waiga'e, Riak Leman explicou que o mesmo foi morto pelos militares indonésios, numa área próxima de Vemasse, não foi enterrado porque foram dispersados pelo inimigo.

Em resposta a esta questão, o deputado da bancada FRETILIN e ex-veterano David Dias Ximenes afirmou que a declaração do deputado Riak Leman de que a FRETILIN faltou ao respeito a Xanana Gusmão é bastante a priori.

Adiantou que Xanana Gusmão como ex-veterano toda a gente concorda, incluindo o próprio David. Marí Alkatiri também foi um veterano porque da sua geração surgiu a segunda geração de Xanana Gusmão, portanto o ex. veterano pede para não contar a história ao meio, mas contar desde o início até o fim para que a história da resistência do País possa ser justa.

«Todos concordamos que Xanana é um ex-veterano e também Marí Alkatiri,. Nicolau Lobato, Marí Alkatiri e Ramos Horta realizaram uma reunião na residência de Ramos Horta no dia 20 de Maio de 1974. Marí estava também presente portanto não vamos contar a história no meio, deve-se contar a história desde o princípio, no princípio como é que decorreu, não vamos dizer que se sem resistência no mato não haveria luta pela independência», afirma David Ximenes.

Revelou porque Xanana Gusmão falou “expressões aguçadas” contra a FRETILIN é que por sua vez a FRETILIN lançou-as contra ele, o que não significa falta de respeito por Xanana.

O ex-Coordenador do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) nos tempos da resistência afirma que toda a gente acusa Marí Alkatiri de ter lançado “expressões aguçadas” que ofendia os outros, mas há ainda outras pessoas idênticas a Marí Alkatiri que lançam as mesmas expressões contra os outros.

«Falo uma piada, baixei a cabeça, pensei que só Marí Alkatiri é que falava assim, mas depois de erguer a cabeça “Maun” Xanana também é o mesmo, portanto as expressões de ambos são duras, então se ele critica ou ataca com certeza que os outros devem também responder o mesmo, criticar ou atacar uns aos outros não significa falta de respeito, criticar ou atacar os outros reivindica os nossos direitos,” afirma o ex-veterano.

Salientou que por sua parte muitas vezes criticava Xanana Gusmão, o que não significava uma falta de respeito por Xanana Gusmão.

Por sua parte não concorda com a declaração de alguns líderes de que todo o povo lutou, porque todo o povo lutou, não precisava de uma resistência contra a Indonésia ao longo de 24 anos.

A AMP é inconstitucional, traidor da pátria, segundo David Ximenes, a FRETILIN tem a razão ao declarar o Governo liderado por Xanana Gusmão inconstitucional com base na Constituição e a palavra “traidor” é usada quando as pessoas se comprometem mas depois não cumprem, são considerados “traidores”.

Acrescentando que a FRETILIN nunca traiu Timor-Leste como alguns líderes tem mencionado. Em 1975 os restantes Partidos em Timor-Leste abandonavam Timor-Leste e fugiam para outros Países, mas a FRETILIN não abandonou Timor-Leste, permaneceu em Timor-Leste pela defesa do direito de Timor-Leste à independência.

«Muitos dos actuais membros da AMP eram da FRETILIN, não podemos negar isto, se eles forem denominados traidores penso que é justo porque abandonaram a FRETILIN, agora denominar a FRETILIN de traidora, não é justo. Todos nós aqui não somos traidores nem heróis, foi o que nós desejávamos», afirma o ex-veterano nos tempos da resistência, conhecido como Mandate.

Portanto o deputado da bancada da FRETILIN pede à liderança dos outros Partidos para falarem aos outros com palavras de unidade e se não compreendem a palavra traidor não podem falar à toa, senão em vez de resolver problemas criamos mais problemas. JNSemanário

Programa do Governo passou com 41 votos a favor

Xanana satisfeito com a discussão

O Programa do IV Governo Constitucional foi aprovado com 41 votos a favor, 23 contra e com 1, que não participou na votação. A aprovação resultante da votação, ocorreu em plenário, após um processo de discussões, que durou três dias (de quinta-feira até sábado).

Os deputados da Segunda Legislatura deram os seus votos de confiança ao Programa do IV Governo Constitucional que o Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, apresentou ao Parlamento Nacional, na semana passada, no “Uma Fukun”, o Parlamento Nacional, no sábado, no dia 15 de Setembro, na semana passada.

Antes da aprovação do programa, surgiram duas propostas, a proposta de rejeição, apresentada pela Bancada da FRETILIN e a proposta apresentada pelo Governo, pedindo votos de confiança.

Os deputados das bancadas que apoiavam o Governo, incluindo os membros da mesa, sentiram-se confusos com as duas propostas, mas a mesa tentou explicar a intenção da proposta de rejeição e a intenção da proposta de votos de confiança. Com isto, o Presidente do Parlamento Nacional, que liderava a mesa, pediu cinco minutos para que a mesa pudesse reflectir sobre os meios de votação.

Após a consulta, o Presidente da Mesa entregou a função ao Vice-Presidente do Parlamento Nacional, Vicente da Silva Guterres, para organizar a sessão de votação.

A votação para a proposta de rejeição contou com 23 votos a favor, 41 contra e 0 de abstenção, perfazendo um total de 64 deputados, porque um deputado não marcou a sua presença.

A votação para a proposta de votos de confiança para o Programa do Governo contou com 41 votos a favor, 23 contra e 0 de abstenção.

Após a votação, o Vice-Presidente do PN entregou, novamente, a função ao Presidente do Parlamento Nacional, Fernando de Araújo “Lasama”, para que este continuasse até ao encerramento da conferência parlamentar.

Satisfeito com a discussão

Antes de terminar, o Primeiro-Ministro do IV Governo Constitucional, José Alexandre Gusmão, na sua intervenção, afirmou que da sua parte se sentia satisfeito, porque o Programa do Governo teve uma discussão franca e aberta na “Uma Fukun”. «Não digo que estou satisfeito por causa da maioria parlamentar, mas porque houve uma discussão franca e aberta, portanto penso que se houver mecanismos para nos encontrarmos, continuo à espera e a pedir a abertura da oposição. No primeiro e no segundo dia, todos nós estivemos abertos uns aos outros por causa de algumas declarações surgidas nos jornais. É preciso evitar isto, porque os jovens que estão connosco nos chamaram a atenção para esse facto. Portanto, aceito tudo o que surgiu da Oposição com toda a consciência, e também da bancada AMP, relativamente ao facto de que «As palavras podem ser lindas, mas a implementação é que demonstrará se o Governo pode ou não fazer qualquer coisa», afirmou Xanana.

Afirmou ainda que deseja declarar mais uma vez que o actual Governo não nega o que foi feito pelo anterior Governo. Na democracia quando houver assuntos que não decorrem de acordo com a filosofia política de cada partido político então esperamos que hajam eleições para se apresentar uma alternativa ao povo.

«Inconstitucional ou constitucional, nós estamos aqui, não exigimos que os deputados nos aprovem, eles podem rejeitar-nos. Quando fui Presidente da República promulguei várias leis. O próprio ex. Presidente do Parlamento Nacional explicou o número de abstenções, de votos contra, afirmando que isto é normal» explicou o Chefe do Governo.

Em nome de todos os membros do Governo, o Chefe do IV Governo Constitucional agradeceu aos deputados a sua paciência e a sua participação máxima no debate do Programa do Governo, assim como todas as intervenções dos deputados. «Agradeço ao Presidente do Parlamento Nacional e aos membros da mesa. Agradeço, também, a contribuição e presença do ex. Presidente do Parlamento Nacional e do ex. Primeiro-Ministro, assim como dos membros do Governo e deputados pela sua paciência e presença. Ao Presidente do Parlamento Nacional prometo que se todos formos sociais, consolidaremos o ambiente político entre nós, e tenho esperança, embora não peça o vosso apoio, que possamos garantir melhor a estabilidade do Estado de Direito Democrático» afirmou Xanana finalizando as suas declarações.

Na ocasião, o Presidente do Parlamento Nacional, Fernando “Lasama” de Araújo, agradeceu a presença dos deputados, dos membros do Governo, do ex. Presidente do Parlamento e do ex. Primeiro-Ministro. Em essencial, agradeceu aos membros do Parlamento Nacional, pois mostraram ser capazes de respeitar a democracia na “Uma Fukun”, no Parlamento Nacional. Na democracia, alguns deputados podem votar a favor e outros podem votar contra. Mas, pediu que o resultado das votações realizadas no Parlamento Nacional, se restringisse ao Parlamento Nacional e que não fosse levado para fora do Parlamento, porque o povo deseja “viver a paz”.

A sessão extraordinária, onde se debateu o Programa do Governo, relativamente ao período de 2007/2012 e que durou três dias, foi liderada pelo Presidente do Parlamento Nacional, Fernando “Lasama” de Araújo, acompanhado pelos Vice-Presidentes Vicente da Silva Guterres, Maria Paixão e a Secretária do Presidente do PN. Este debate contou com a participação do ex. Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres “Lú-Olo”, do ex. Primeiro-Ministro, Marí Alkatiri, dos ex. Membros Deputados da bancada FRETILIN, de elementos da sociedade civil, de estudantes e jornalistas nacionais e internacionais. JN Semanário.

Lú-Olo: “O Governo enfrentará problemas na implementação do Programa”

O ex. Presidente do Parlamento Nacional e actual Presidente do Partido Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), Francisco Guterres “Lú-Olo”, afirmou que os votos de confiança dos Deputados atribuídos ao Governo demonstram que o Programa do Governo foi aprovado no Parlamento Nacional, mas refere que o novo problema que o Governo irá enfrentar será a implementação do Programa.

«Com o apoio dos deputados claro que o Programa foi aprovado, mas o novo problema que o Governo irá enfrentar será a sua implementação. Para a implementação do Programa é necessário uma co-participação, ou seja, a participação de todo o povo para que a implementação do programa do Governo seja até à base. Sem a participação de todos, apesar do Governo ter boas intenções, o programa não terá uma boa implementação no terreno, e o povo não vai sentir o que é que este Governo deseja realizar na base», afirmou Lú-Olo ao Jornal Nacional Diário, na “Uma Fukun”, no Parlamento Nacional, quando acompanhou o debate sobre o Programa do IV Governo Constitucional.

O ex. Presidente do Parlamento Nacional salientou que o Programa do Governo é muito genérico, o que significa que não há uma explicação específica. Além disso, a maioria do conteúdo do programa tem referências ao Programa do Governo anterior, havendo programas adicionais nas áreas da reforma da assistência social.

«Não citaram uma grande diferença, como a projecção do futuro de Timor-Leste na área de economia, em essencial como é que Timor-Leste se tornou um Estado sustentável com o seu próprio orçamento e a sua própria capacidade de desenvolver o País», explicou Lú-Olo.

Segundo o antigo Chefe do Órgão Legislativo, apesar de terem dito que vão falar sobre o assunto na apresentação do orçamento, no Programa devia ter sido citado também para que as pessoas pudessem ter conhecimento sobre o que é que Timor-Leste deseja desenvolver no seu futuro. Na área da educação, o Governo dá mais prioridades aos sectores privados. O Governo dará subsídio ou apoio financeiro a estes sectores para que estes sejam autónomos e não estejam dependentes do sector público, e se possam criar campos de trabalho. O mesmo acrescentou que dar incentivo não significa dar apoio.

«Em relação à atribuição de incentivos, os critérios devem ser claros. Qual é o modelo do sector cooperativo? No seguimento desta questão, a relação com a área de investimento nacional e estrangeiro não é clara. Mas, a resposta dada foi apresentada como apenas uma intenção do Governo» explicou Lú-Olo. O mesmo admitiu que se o Programa fosse aprovado, se veria depois a sua implementação. Lú-Olo acrescentou que a aprovação do documento é uma coisa e que a sua implementação é outra totalmente diferente.

O Programa do Governo está, geralmente, dividido em duas partes: uma a curto prazo e outra correspondente à duração do mandato do Governo. «Em relação ao curto prazo, citaram seis meses, mas não sabemos se conseguem implementar o programa neste curto prazo, pois será complicado. Ainda não sabemos qual é o número de orçamento a ser gasto em seis meses e, também, não sabemos o orçamento do ano seguinte» explicou.

Na ocasião, o ex. Presidente do PN salientou que ao longo do debate sobre o Programa, que durou três dias, ocorreram várias falhas. «No debate sobre o Programa do Governo e na sessão plenária normal ocorreram várias falhas na mesa parlamentar, porque a mesa não conseguiu dominar o tempo, tendo permitido que os deputados falassem à vontade. Quando os deputados acabavam de falar é que a mesa retomava o tempo. As outras falhas são referentes às perguntas e às críticas que precisavam de explicação da mesa, em especial, do Primeiro-Ministro, pois estes assuntos não obtiveram resposta. Portanto, posso afirmar que houve algumas falhas normais neste debate sobre o programa», afirmou.

Apesar das falhas, o debate do segundo dia decorreu bem, o Presidente do Parlamento deu oportunidade a todos os Deputados para apresentarem as suas críticas, sugestões e propostas a fim de se corrigir o Programa do Governo. JN Semanário.

Xanana : “Já tinha pedido desculpas”


Devia responder em Tribunal

O Primeiro-Ministro do IV Governo Constitucional e ex. Presidente da República, José Alexandre Kay Rala Xanana Gusmão admitiu que, como responsável do Estado, já tinha pedido desculpas da sua parte ao Povo de Timor-Leste em particular ao Povo da parte leste do País, porque o seu discurso, do dia 13 de Março de 2006 na televisão, provocou a deslocação de populações para os campos de deslocados na Capital, em Díli, e fora de Díli.

O actual Primeiro-Ministro fez esta declaração ao público durante a apresentação do Programa do Governo, no segundo dia no “Uma Fukun”, no Parlamento Nacional, quando respondeu à pergunta do deputado Osório Florindo, relativamente ao problema dos deslocados, que ainda não tinha sido citado no Programa de Governo.

Na sua intervenção, o Deputado da Bancada FRETILIN afirmou que o Programa do Governo não fala do problema dos deslocados, dos peticionários e do Alfredo. Porque é que o Governo não mencionou esses assuntos no seu Programa? A sua dúvida é que o actual Governo tenha medo de falar dos deslocados.

«Não sabem que os deslocados que permanecem debaixo das tendas em vários locais, se deve ao discurso do Estado do dia 13 de Março de 2006, na televisão, quando citou Leste e Oeste, aliás, “Lorosae” e “Loromonu”. Apesar da intenção não ser dividir o País, como as expressões do então PR foram bastante genéricas, algumas pessoas questionaram-se e surgiram, então, actos de violência em várias localidades: destruíram-se e incendiaram-se casas, e muitas populações tiveram de se deslocar para os campos de deslocados», salientou Osório.

Ao comentar sobre esta questão, o Chefe do Governo afirmou que, pessoalmente, já tinha pedido desculpas ao Povo. «Fiz uma declaração de pedido de desculpas ao Povo, quando era Presidente da República. Mas, se quiserem, diariamente, farei uma “ mea culpa ”. Quando for à missa, posso fazê-la. Eu, pessoalmente, como Presidente da República, não consegui controlar a minha emoção por causa de provocações provenientes de outras partes. Mas, como Presidente da República, já tinha pedido desculpas. Não dividi o povo, mas repeti as declarações dos peticionários, quando falei ao público. Estou de acordo com isto. Não digo como “líder” mas como responsável do País, aceitei esta crítica, prostro-me a todos, em particular às populações da parte leste, que não conheço, pois não permaneci lá e não lutei lá», afirmou o Primeiro-Ministro.

Observação do Jornal Nacional Diário, no terreno, após a crise no País, quando milhares e milhares de populações abandonaram as suas casas e se deslocaram para os campos de refugiados na cidade de Díli ou fora da cidade de Díli, como Tibar, Metinaro, Hera, Baucau e outros locais. Estas pessoas permanecem há quase dois anos nos campos de deslocados e não têm esperança de poder regressar às suas casas.

Responder em Tribunal

Relativamente a esta questão, o ex. Primeiro-Ministro e actual Secretário-Geral do Partido Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), Marí Alkatiri, afirmou que o pedido de desculpas é importante, mas que foi feito tarde demais. O melhor é Xanana preparar-se para responder em Tribunal.

«Acusavam-me de ser o mais culpado e por isso demiti-me do cargo de PM. Foi, simplesmente, por causa de uma alegação, agora este caso não é uma alegação. Portanto quero declarar, mais uma vez, que Xanana Gusmão deve responder em Tribunal. Porquê? Porque usou uma Força ilegal, para matar elementos em Same. As Forças Australianas em Timor-Leste eram ilegais, porque o acordo anterior ainda não tinha sido ratificado. Xanana Gusmão deve-se preparar para responder em Tribunal» afirmou Marí Alkatiri aos jornalistas no Aeroporto Internacional Presidente Nicolau Lobato, em Comoro, em Díli, no sábado, dia 16 de Setembro, após a sua visita à Indonésia durante uma semana.

O Secretário-Geral da FRETILIN e a sua comitiva chegaram ao Aeroporto às 13h00, no avião da “Merpati”, e foram recebidos pelo Adjunto do Secretário-Geral, José Manuel Fernandes, e alguns membros da Comissão Política Nacional (CPN). Nessa ocasião, encontrou-se com o ex. Representante Especial do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa.

Na chegada ao Aeroporto, os representantes dos deslocados do Aeroporto, do Jardim Colmera e do Bairro Betó içaram a bandeira do Partido FRETILIN e receberam a comitiva da liderança do Partido Histórico com “Vivas”, gritando e expressando os seus sentimentos de orgulho. JN Semanário.

Timor Leste quer despartidarizar e profissionalizar petróleo

Díli, 22 Set (Lusa) - O governo do Timor Leste pretende profissionalizar e "retirar o setor petrolífero da alçada dos partidos" como parte de uma "reforma imediata" apresentada pelo vice-ministro timorense de Recursos Naturais, Alfredo Pires.


"Os funcionários devem escolher entre o petróleo e os partidos", disse Pires, durante um debate promovido na quinta-feira pela organização não-governamental timorense La'o Hamutuk.

"As pessoas do setor petrolífero não podem estar envolvidas na política partidária", afirmou o secretário de Estado de Recursos Naturais, ressaltando que é objetivo do governo que, "se um novo partido chegar ao poder em 2012, não remova ninguém".

De acordo com Alfredo Pires, "os objetivos são produzir receitas para o Estado e melhorar os recursos humanos". "A agência reguladora e a Companhia Petrolífera Nacional têm que ser profissionais".

Entre as propostas do vice-ministro estão o esforço para trazer o gasoduto do campo Sunrise no Mar de Timor para a costa sul. A outra opção estudada é que o gasoduto passe no litoral norte da Austrália, junto a Darwin.

O governo também tem como intenção procurar "clientes para o gás natural" e descobrir "outros campos de gás, como o Abadi, na Indonésia", operado pela companhia japonesa Inpex.

Em relação ao Tratado sobre Arranjos Marítimos no Mar de Timor (CMATS), ratificado no início do ano, o Executivo timorense pretende que o Plano de Desenvolvimento do campo Sunrise esteja pronto em seis anos e a produção comece no máximo em dez anos, "ou o CMATS pode ser cancelado por qualquer das partes".

Capacitação

Constatando o déficit em recursos humanos do setor, o governo afirma necessitar de uma centena de profissionais licenciados, "que serão escolhidos mediante um concurso competitivo".

Atualmente existem 20 licenciados no país, 80 em formação na Indonésia e outros dez na Austrália e outros países, afirma o vice-ministro, anunciando que "30% das bolsas irão para mulheres".

Segundo Alfredo Pires, as exportações anuais do setor não-petrolífero não totalizam mais do que US$ 8 milhões (R$ 14,9 milhões), enquanto as importações chegam a US$ 200 milhões (R$ 374 milhões).

Ao promoverem o debate sobre o setor petrolífero, o secretário de Estado e a La'o Hamutuk recordaram que "as experiências de outros países nos ensinam que o setor oferece muitas promessas e muitos riscos".

Memórias de um jovem comando que passou pelas montanhas de Timor

Sargento Gonçalo Fulgêncio recorda a primeira missão militar do outro lado do mundo

O comando Gonçalo Fulgêncio ensinou crianças timorenses a utilizar talheres na primeira missão. E no Afeganistão viveu em ambiente de guerra. Memórias de um militar de Almeirim ao serviço do Exército português.

Gonçalo Fulgêncio, 27 anos, natural de Almeirim, nunca vai esquecer a sua primeira missão como elemento dos Comandos, uma força especial do Exército português. Foi em 2004, em Timor. Travou conhecimento com três crianças que viviam nas montanhas daquele país lutando pela sobrevivência. Todos os dias os pequenos, que tinham entre sete e oito anos, pediam comida aos militares que estavam de patrulha na cidade de Aileu, nas montanhas timorenses. Comovidos com a extrema pobreza do país e a necessidade de sobrevivência da população, Gonçalo e os colegas levaram os jovens para as instalações do grupo, deram-lhes comida e ensinaram-lhes coisas tão simples como comer com talheres ou jogar videojogos.

“É indescritível perceber como aquele mundo é tão diferente do nosso. Eles não têm absolutamente nada. Vivem em cabanas ou ao relento. Os timorenses, sobretudo aqueles que moram nas montanhas, acordam todos os dias para tentar sobreviver. Estas crianças nunca tinham visto talheres para comer e muito menos uma televisão. Foi muito bom poder mostrar-lhes coisas novas. E o melhor de tudo foi termos travado amizade com eles. Ainda hoje guardo fotografias que tirei com os três”, revela com um brilhozinho nos olhos o sargento.

De Timor guarda boas recordações. A empatia do agrupamento Hotel – nome do contingente ao qual pertencia – com a população timorense foi imediata. O facto de falarem a mesma língua foi uma grande ajuda na adaptação ao país embora muitos tivessem receio de represálias. “Quando viam que estávamos ali para lhes dar comida falavam português. Mas quando lhes pedíamos informações sobre líderes da aldeia que andavam a ser investigados já não percebiam uma palavra da nossa língua”, relembra.

Em Aileu os comandos eram responsáveis pelo patrulhamento e apoio à população. Nos dias de folga tentavam fazer uma vida normal. Como não havia locais de divertimento na cidade onde estavam tentavam organizar as suas próprias diversões. À noite convidavam os professores, jornalistas portugueses e os chefes da aldeia e faziam as suas festas ao ar livre. “Um de nós colocava música, fazíamos um churrasco e divertíamo-nos da melhor forma possível”, refere.

O que o jovem sargento nunca esquecerá são as praias de Timor. “As praias mais próximas da aldeia onde estávamos ficavam em Díli, a cerca de 60 quilómetros. Íamos à capital de 15 em 15 dias, mas aproveitávamos ao máximo. Aquelas praias são realmente paradisíacas. Águas calmas e quentes. Conseguimos andar 100 metros no mar com a água pelo joelho. É uma beleza única. Indescritível”, confessa.

Desde criança que Gonçalo Fulgêncio cresceu a ouvir contar histórias de fuzileiros e militares. O que despertou em si o fascínio pelo manuseamento de armas e pela farda militar. Mas sobretudo motivava-o a ideia de poder intervir em situações de conflito e ajudar quem mais precisa. Por isso foi com naturalidade que decidiu, após concluir o ensino secundário, ingressar na vida militar. O jovem almeirinense fez o serviço militar obrigatório durante seis meses em Mafra tendo sido transferido, posteriormente, para Abrantes. Na cidade ribatejana deu instrução aos mais jovens.

Em 2002 voltou para Mafra – quartel onde estão sediados os Comandos, força militar à qual pertence - onde está até hoje. Cada militar pode assinar, no máximo, nove contratos de trabalho com o Exército. No final desses contratos é obrigado a deixar a vida militar. A não ser que tenha formação superior especializada. Com o canudo é mais fácil entrar nos quadros do Exército. É esse o seu objectivo. Por isso está a tirar o curso de Sociologia e Planeamento, no Instituto Superior de Ciências Trabalho e Empresas (ISCTE) onde frequenta o primeiro ano.

"Atrasámo-nos devido a políticas erradas nos últimos 20 anos"

A parceria com a Eni levou a Galp a estar presente no off-shore de Timor-Leste. A mudança de Governo e a instabilidade política naquele país preocupam-no?


Entrevista com Murteira Nabo, bastonário da Ordem dos Economistas
Em termos gerais, o nível de preparação dos alunos de economia e gestão responde às necessidades das empresas e da economia?

O nível melhorou muito em termos médios e os profissionais saem muito qualificados da universidade. Agora, quando a oferta aumenta, há sempre coisas melhores e piores. E, tirando as escolas de grande prestígio com empregabilidade assegurada, o desemprego dos economistas concentra-se no primeiro emprego.

A falta de gestores à altura dos desafios da globalização limita o crescimento potencial da economia?

Isso acontece sempre. O curso é, apenas, o arranque para uma aprendizagem contínua. É na profissão ao longo da vida que é preciso continuar a aprender. Esta é uma evidência que cada vez mais quadros reconhecem. Se eu hoje me posso considerar um gestor qualificado, devo-o aos cursos de pós-graduação e à constante aprendizagem ao longo da minha vida profissional.

E o programa InovJovem, que coloca jovens gestores nas pequenas e médias empresas é visto com bons olhos pela Ordem dos Economistas?
Sim, na medida em que sobe o nível geral da gestão das PME, que no nosso países é muito deficiente. Contribui para a mudança cultural de fundo nesse campo, mas ela não virá de actos ou impulsos isolados, mas sim de um esforço longo e continuado. O futuro está na formação ao longo da vida e na introdução de jovens em empresa que não têm condições às vezes para lhes pagar o que merecem, desde que tudo isso se faça de forma sustentável a nível nacional.
E a resposta está a dar-se ao ritmo necessário?

Eu acho que estamos a responder. A qualificação média dos nossos economistas aumentou, a sua visão estratégica é hoje muito maior. As PME tecnológicas, que começam a aparecer, com novos métodos avançados de gestão estão a mudar muito a nossa economia. É por aí que se notam mais as mudanças. Pode não ter efeitos de curto prazo, mas é o decisivo para o futuro.
E há sinais no comércio externo que indiciam mudanças ao nível tecnológico?

Há, mas é uma evolução de fundo que leva tempo. Não sei se levará uma geração ou duas, mas está a acontecer ao nível das PME, o que é decisivo, já que são elas que estruturam toda uma economia. Para mim são tendências que vão manter-se.

Hoje temos umas 28 mil empresas a exportar, muitas delas, a exportar ainda muito pouco...

A base é ainda muito estreita, não chega. Mas o alargamento é inevitável e as universidades mudaram a sua forma de estar. Hoje já ligam a investigação à criação de empresas, o que não acontecia há bem poucos anos. A visão de que a universidade deve estar aberta ao mercado, gerando empresários e novos produtos, está a implantar-se, numas de forma mais rápida do que noutras. O segundo momento, que ainda está para vir, é o salto das novas empresas para a globalização. Já há empresas de sucesso a ser compradas por multinacionais, mas tudo isso ainda está no começo.
E em que ponto estamos do ciclo económico?

Aí, sou polémico. Eu critico muito a política seguida nos últimos 20 anos. Acho que investimos demasiado em infra-estruturas físicas e demasiado pouco em qualificação das pessoas. A relação entre ambas devia pender mais para investimentos em melhores universidades, em melhores escolas com incentivos ao regresso ao ensino, como estamos agora a fazer. Isso levou a um atraso. E ficámos aquém em termos de competitividade. A saída da crise está a dar-se com alguma dificuldade por falta de qualificação, enquanto outros lá fora apostaram nela nas últimas décadas.
E as mudanças em curso são, como se ouve dizer, pura propaganda?

Não. Na área da eficiência da administração pública as mudanças são reais e não podem deixar de produzir resultados a nível da produtividade. A criação de empresas em minutos, em vez de levar dois ou três meses, a penetração da Internet nos serviços públicos e na ligação às empresas têm de produzir efeitos positivos. Não pode deixar de ser assim. Mas há um outro elemento de dificuldade, o nosso défice público. E enquanto não arrumarmos a casa, não conseguimos crescer de forma mais agressiva.
Estamos a arrumar a casa?

Estamos, sim. Se se conseguir atingir já este ano um défice inferior a 3% do PIB, o que é possível e desejável, voltamos a poder desenvolver-nos mais. E aí o Estado, de forma sustentada, pode apoiar mais os investidores para que eles possam criar mais riqueza.
Baixando impostos?

Não só, mas vai ter de acontecer inevitavelmente. Quanto ao IVA não podemos fugir muito tempo a ter um IVA semelhante ao espanhol. Isso é claro para mim. Qualquer governo vai ter de o fazer assim que houver condições. Quanto aos impostos sobre o rendimento, é preciso analisar a questão com cuidado.
Quando?

Assim que haja condições para manter de forma sustentada o défice abaixo dos 3%. Eu deixava a baixa do IRC para segundas núpcias. Estão--se a tomar medidas de fundo muito importantes, como a reforma da Segurança Social. Provocam grandes protestos, mas tinham de ser feitas. Com as finanças públicas sustentadas e equilibradas é possível incentivar a economia.

É, também, o chairman da Galp. Desenham- -se os mais diversos cenários para o futuro da empresa em termos de alianças e aquisições. Com quem vai casar-se a Galp para poder ganhar dimensão?

A empresa está a definir a sua estratégia internacional, virada para a extracção e produção de combustíveis. Até há pouco tempo, a Galp era uma refinadora com distribuição. Hoje já tem poços de petróleo em Angola e no Brasil. O objectivo é agora mais ambicioso: aumentar a extracção, crescer na Ibéria. Em termos internacionais, a Galp já está alinhada. Tem um parceiro. Um terço do seu capital é detido pela italiana Eni e tem outro parceiro, que é a Sonangol. Há outros a namorar a nossa empresa, até por que a consolidação vai dar-se na Europa. Ela vai modificar muita coisa, mas o acordo parassocial protege a empresa por cinco anos a oito anos, durante os quais os accionistas de referência não podem comprar ou vender acções.

A parceria com a Eni levou a Galp a estar presente no off-shore de Timor-Leste. A mudança de Governo e a instabilidade política naquele país preocupam-no?

Não. Repare que entre as primeiras prospecções e a extracção de petróleo decorrem, em média, dez anos. E, ainda por cima, somos um parceiro muito pequeno no consórcio criado. A instabilidade é sempre preocupante, mas até agora não sentimos qualquer mudança de política quanto ao processo de prospecção do petróleo em Timor-Leste.
O modelo dualista de gestão de grandes empresas, com um chairman e um CEO está a ser questionado, na sequência da querela no BCP. Qual é a sua posição em relação aos modelos de governação de grandes empresas?

Eu sou um defensor do modelo monista, nunca defendi o modelo dualista. Acho que o modelo monista, tendo um conselho de administração, do qual sai uma comissão executiva, permite concertar estratégias de forma muito mais fácil entre os diversos accionistas de referência e compatibilizar os interesses em presença. Agora, se me pergunta se é necessário o modelo do chairman mais o CEO, respondo que sim, é necessário, por razões de transparência. Desde que esse modelo seja entendido como um modelo de partilha da visão estratégica e de partilha da actividade executiva. Tem de haver um diálogo permanente entre ambos, por forma a que os accionistas saibam que a estratégia definida está a ser executada e que haja transparência em todas as decisões tomadas. A experiência que eu tenho é de que a permanente e informal comunicabilidade, que tem de existir entre chairman e CEO, se revela difícil entre nós. Quando isso falha, geram-se situações do tipo BCP. E reduzir o papel do chairman a mera figura simbólica não vale a pena, é um desperdício.

"A ORDEM AINDA NÃO É UMA VOZ RECONHECIDA"

O que vai trazer de novo o 2.º Congresso dos Economistas?

Aproveitámos a presidência portuguesa da União Europeia para trazer a Lisboa grandes personalidades do mundo da economia para discutir a conjuntura portuguesa e europeia, no contexto da globalização. Daí que tenhamos oradores de todas as partes do mundo, também dos países emergentes e de África. E já tem asseguradas as presenças qualificadas que pretendia?

Sim. No programa temos um conjunto de grandes oradores. O Presidente da República abrirá os trabalhos, falando como economista que é, e não, apenas, de um ponto de vista institucional. Temos o prémio Nobel Edward Prescott, o comissário Joaquín Almunia, além dos economistas de maior renome do país, como Miguel Cadilhe, Eduardo Catroga, João Salgueiro, Ernâni Lopes, Teodora Cardoso. Os ministros das Finanças e da Economia, bem como o governador do Banco de Portugal também falarão aos congressistas. Vai ser um grande momento de discussão para os economistas do nosso país. Esperamos perto de mil economistas.
E surgiram comunicações em quantidade e qualidade?

Recebemos cerca de 100 teses. É o dobro dos trabalhos enviados ao nosso 1.º Congresso. Vão ser seleccionadas as mais relevantes e apresentadas pelos autores nos cinco grupos de trabalho que vão trabalhar em paralelo:

a economia portuguesa, a internacionalização da economia e a gestão das empresas, mas também uma discussão aprofundada à volta da formação e da profissão dos economistas.
Está no fim do seu mandato à frente da Ordem dos Economistas. Vai recandidatar-se a um segundo mandato?

Vou. E será, de acordo com os estatutos, o último.

Como avalia a evolução da profissão e da sua Ordem nestes últimos três anos?

Considero-a muito positiva. Ela estava muito centrada nos meios académicos e muito pouco nos mercados, com grande peso da macroeconomia e pouco peso da gestão de empresas. Mas hoje, mais de dois terços dos nossos associados são da microeconomia. É uma mudança muito forte que se deu nos últimos cinco anos e obrigou a Ordem a ligar-se mais às questões da empresa e da sua gestão, e já não, quase exclusivamente, às questões da macroeconomia. Em seguida, tentámos que a Ordem tivesse uma voz relevante na sociedade. A Ordem não é, apenas, uma associação que se dedica às questões da profissão, mas tem também opiniões. Mas ela ainda não é reconhecida como voz relevante a ser ouvida nos momentos próprios. Não o bastonário, mas a Ordem. Era importante que isso acontecesse, mas ainda não é assim. Não é fácil emitir opiniões que reflictam as ideias prevalecentes entre 12 mil associados.
Continua a haver vagas por preencher nos cursos. A profissão não é atractiva?

As universidades estão em grande transformação com o Processo de Bolonha. E as Ordens profissionais debatem-se com os critérios do acesso reconhecido à profissão. No nosso caso, temos uma grelha de requisitos para o acesso à profissão para além da simples licenciatura. Nós optámos pelo rigor na admissão, facilitando a fase do estágio. Bolonha vai obrigar a avaliar tudo isto. O mercado começou a distinguir os cursos. Alguns não terão procura porque a imagem que têm no mercado não é a melhor.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Suspeitos de incêndio da Alfândega detidos em campo de deslocados

Dois suspeitos do incêndio que destruiu a Alfândega de Díli foram hoje detidos durante uma operação da Polícia das Nações Unidas num campo de deslocados em Díli, afirmou fonte oficial da UNPol.


Os dois suspeitos, "timorenses com idades entre os 20 e 30 anos", foram detidos no campo de deslocados do porto de Díli, fronteiro ao Hotel Timor e às ruínas da Alfândega.

Um dos suspeitos tinha já sido detido pela UNPol na passada sexta-feira "por ter sido apanhado em flagrante" numa acção de extorsão a lojistas do centro da capital, acrescentou a mesma fonte da UNPol.

Durante a operação no campo de deslocados, iniciada às 15:30 (07:30 em Lisboa), "foram apreendidas várias armas de fabrico tradicional".

Cerca das 16:00 (08:00 em Lisboa), o ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, que passava na viatura oficial em frente ao porto, quis saber "se era uma operação politicamente motivada", conforme a Lusa constatou no local.

A Lusa pôde também constatar que outros elementos da Fretilin, como o ex-ministro da Justiça, Domingos Sarmento, telefonaram para o telemóvel do comandante da operação da UNPol para saber o que estava a acontecer.

Bandeiras da Fretilin foram hasteadas em Agosto dentro e fora do campo de deslocados, na sequência da posse do IV Governo Constitucional, que o maior partido timorense considera "ilegítimo".

O edifício da Direcção Nacional da Alfândega, sede dos serviços aduaneiros, na Avenida dos Mártires da Pátria, em pleno centro de Díli, foi destruído por um incêndio a 06 de Agosto, após a indigitação do primeiro-ministro Xanana Gusmão.

No dia seguinte, um segundo incêndio destruiu o edifício onde estava o sistema informático da Alfândega, virado directamente à avenida e ao campo de deslocados e contíguo ao Hotel Timor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Dalai Lama: Timor têm experiência para resolver problemas

O líder espiritual do Tibete acredita que os líderes políticos de Timor-Leste têm a experiência necessária para ultrapassar os problemas que se colocam à estabilidade do país.

«Não conheço muitos detalhes mas acredito que a liderança [timorense], experiente na luta pela liberdade há muito tempo, conseguirá enfrentar e resolver os problemas e as dificuldades», disse o Dalai Lama numa entrevista à agência Lusa, em Lisboa.

Referindo que «existem semelhanças» entre a história de Timor-Leste e do Tibete - sobretudo devido ao historial de invasão e atentados aos direitos humanos - o Nobel da Paz de 1989 disse que ainda está à espera de receber um convite para visitar o território do mais recente país do Mundo.

«Conheço os dois Nobel da Paz timorenses [D.Ximenes Belo e José Ramos-Horta], especialmente o Ramos-Horta, que conheço bem, mas nunca me chegou nenhum convite», disse o Dalai Lama entre risos.

«Obviamente não é fácil», acrescentou.

Timor-Leste, ex-colónia portuguesa ocupada pela Indonésia em 1975, tem vivido sob tensão política desde a independência em 2002 devido a divergências entre os seus líderes que no ano passado levaram a confrontos que causaram dezenas de mortos.

Sobre a causa tibetana, o líder espiritual tibetano explicou que o Tibete têm hoje menos liberdades - liberdade religiosa e de expressão - do que as outras províncias chinesas.

«O Tibete tem uma herança cultural muito rica e uma situação ambiental única. É lógico que tenha de se organizar de uma forma especial», sublinhou.

Segundo Thenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, «a própria constituição da República Popular da China, logo de início, reconheceu que as áreas minoritárias precisavam de sistemas especiais, isto é, autonomias. Autonomia de região, de distrito e de província não só para o Tibete mas para regiões como Shinjian, a Mongólia Interior e outras».

Uma visão que acabou por ficar distorcida com o passar do tempo.

«Nos anos 1950 o governo chinês, o secretário-geral Mao [Tze-Tung] e Chou Enlai [primeiro-ministro] reconheceram que o Tibete era um caso único. Quando em 1956 Chou Enlai foi a [Nova] Deli - nessa altura eu estava lá - disse ao primeiro-ministro indiano que o Tibete era um caso especial. Creio que essa era uma abordagem muito realista. No entanto, nos dias de hoje as autoridades locais do Tibete entendem ´especial` como ´mais repressão`», lembrou.

«Comparando, existe mais liberdade na China - liberdade religiosa e de expressão - do que no Tibete. No Tibete o controlo é muito rígido. É isso que o Tibete tem hoje de especial», ironizou o Dalai Lama.

Dalai Lama, prémio Nobel da Paz e líder espiritual tibetano, está em Lisboa desde quarta-feira para uma visita que incluiu três dias de ensinamentos, uma conferência pública e encontros com deputados portugueses, com o presidente da Assembleia da República e com o ex-presidente da República Jorge Sampaio.

A visita termina hoje com uma conferência Pública no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, subordinada ao tema «O Poder do Bom Coração».

E os portugueses, para o líder espiritual tibetano, têm mesmo «bom coração», embora tenha referido que necessita de visitas mais longas para se aperceber do «calor» lusitano.

Diário Digital / Lusa

16-09-2007

Brandão Sousa: “A redução do preço das telecomunicações depende do Governo”

O Administrador-Delegado da Timor Telecom (TT), Eng. José Brandão de Sousa, afirma que a redução do preço das telecomunicações depende do Governo, o que significa que se o Governo reduzir o valor de imposto, a TT reduzirá também o preço daquelas.

Segundo Brandão, o imposto na TT é bastante alto, em essencial nos serviços directos da empresa, com um imposto no valor de 12%, o que significa que quando um cliente compra um cartão de recarga de 10 dólares, automaticamente a TT terá que pagar 12% ao Governo.

Brandão informou que, com base nos planos, a TT terá um encontro com o Governo e com o Presidente da República, para discutirem sobre o preço das telecomunicações em Timor-Leste.

Na semana passada, a TT realizou a campanha de “semana sem imposto”, que ofereceu aos clientes, naquele momento, um bónus sem pagar imposto.

«A TT sabe que o Governo tem ideias positivas sobre este assunto e espera que este Governo coopere para ajudar as populações», garantiu o Administrador-Delegado da Timor Telecom.

Por outro lado, em resposta aos jornalistas sobre a preocupação de redes de telecomunicação, Brandão afirmou que a TT aumentará a capacidade de telecomunicação, com a construção de uma rede na capital de Díli.

Informou, deste modo, ao público que neste momento a TT tem duas estações (Bebonuk e Tacitolu) e, segundo o plano, será construída uma nova estação, no Aeroporto Nicolau Lobato. JNSemanário.

FMI reunido com Primeiro-Ministro para discutir criação do Banco de Desenvolvimento Nacional

O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), sexta-feira da semana passada, reuniu-se com o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, o Vice-Primeiro-Ministro, José Luís Guterres, e a Ministra do Plano e das Finanças, Emília Pires, para discutir assuntos sobre a implementação da política de desenvolvimento, como os relativos à criação do Banco de Desenvolvimento Nacional .

O Vice-Primeiro-Ministro, José Luís Guterres, referiu-se a estas questões aos jornalistas após o encontro com o representante do FMI no Palácio do Governo, Díli, um encontro marcado pelo FMI, aproveitando a ocasião para visitar o Primeiro-Ministro.

«O Ministério das Finanças tem a sua política relativamente à situação económica do País e, como nos Governos anteriores, este Ministério apresentou relatórios sobre essa situação, portanto trouxe um documento com ideias em relação ao processo de desenvolvimento», explicou José Luís.

José Luís explicou ainda que o Primeiro-Ministro apresentou as ideias do Governo sobre a implementação da política de desenvolvimento, como a da criação do Banco de Desenvolvimento Nacional , entre outras.

Em relação aos incentivos que o Governo deseja atribuir aos nossos empresários, destinam-se a motivar as empresas nacionais e outras instituições do nosso País, com a esperança de que o investimento empresarial possa criar campos de trabalho para os timorenses e capacite as empresas nacionais para entrarem em competição no mercado.

Explicou que no encontro não houve qualquer pedido de ajuda orçamental, porque Timor-Leste tem orçamento suficiente – do fundo petrolífero – e o Governo não tem intenção de pedir empréstimos a organizações internacionais.

«Estas foram as nossas ideias, e eles apresentaram as suas preocupações para que nós geríssemos melhor os nossos recursos do fundo petrolífero», explicou José Luís. JNSemanário.

Xavier do Amaral: “Transformação de ASDT em FRETILIN fez-se para que os timorenses pudessem caminhar juntos”

O fundador da Associação Social-Democrata Timorense (ASDT), Primeiro Presidente da RDTL e seu Proclamador, Francisco Xavier do Amaral, afirmou que a data da transformação da ASDT em FRETILIN (dia 11 de Setembro de 1975) não é importante para a ASDT, porque a ASDT nunca pensou em comemorar o referido dia, adiantando que se a FRETILIN o desejar comemorar, estará no seu direito. Contudo, diz, a transformação da ASDT em FRETILIN tinha como objectivo unir os timorenses num único caminho, o da independência.

Francisco Xavier do Amaral referiu-se a esta questão ao Jornal Nacional Semanário na sede do partido ASDT, em Lecidere, Díli, questionado sobre se a ASDT tem algum plano para comemorar o dia da transformação da ASDT em FRETILIN.

«Para a ASDT, não é importante comemorar o dia da mudança da ASDT em FRETILIN, porque era uma transformação natural, como eu ter sido da FRETILIN, que depois abandonei para entrar na ASDT.

Não comemoramos esse dia e nunca pensámos em comemorá-lo, se a FRETILIN o deseja fazer, tudo bem, mas por que é que a FRETILIN nunca comemorou esse dia durante 5 anos? Por não ter importância, mas neste momento os líderes do partido sentem-se atrapalhados e fazem isto para erguerem as suas cabeças», afirmou o ex-Vice-Presidente do Parlamento Nacional da Primeira Legislatura.

Segundo Xavier, a transformação de ASDT-FRETILIN deveu-se à influência de estudantes timorenses que estudavam em Portugal, vindo com ideias comunistas para promoverem uma revolução.

Xavier aceitou o comunismo porque havia uma condição denominada “Frente” que colocava os timorenses numa frente unida para alcançar o único objectivo, que era a independência.

«A transformação de ASDT para FRETILIN deveu-se a influência dos estudantes de então vindos de Portugal com ideais comunistas, que desejavam promover uma revolução, era uma política negativa para o nosso País mas trazia algumas ideias positivas para alcançarmos os nossos objectivos de independência e eu aceitei-as.

Por que é que aceitei a transformação de ASDT-FRETILIN? Porque na altura, além da ASDT, havia outros partidos, como a UDT, APODETI, KOTA e TRABALHISTA. Como tínhamos muitos partidos num território tão pequeno como Timor, com pouca população, poucos intelectuais, convidei os outros partidos para seguir um único caminho que era a “Frente”, com o objectivo de alcançar a independência», afirmou o Proclamador Unilateral da RDTL em 1975.

Segundo ele, o objectivo da transformação ASDT-FRETILIN era unir os timorenses, para que não houvesse divisão entre eles, porque havia ideias que defendiam a integração com a Indonésia e, outras, a continuação com Portugal.

Xavier desejava que os timorenses se unissem numa frente com um único objectivo, a independência. Essa ideia não alcançou os seus objectivos, que se chegaram a concretizar nos tempos da resistência, onde se conseguiu obrigar todos os timorenses na luta contra a ocupação indonésia, colocando de lado os interesses partidários, fossem da APODETI, da UDT ou da FRETILIN. Todos, com uma única ideia, a de defender Timor-Leste, a Nação de todos os timorenses, em vez de a vender aos estrangeiros.

Francisco Xavier acrescentou ainda que neste momento não continua na FRETILIN porque a actual FRETILIN continua a manter uma ideologia comunista dentro de si própria.

Realçou que a FRETILIN foi fundada por ele, na altura era Presidente da ASDT e foi ele quem chamou os estudantes timorenses que estavam em Portugal para regressarem a Timor-Leste e, juntos, estabelecerem a FRETILIN, mas no fim abandonou a FRETILIN porque esta o maltratou e torturou, acusando-o como traidor, apenas porque desejava que o povo se rendesse às forças indonésias, deixando somente os homens fortes na resistência. A FRETILIN terá interpretado essa ideia doutra maneira, acusando-o de que, ao exortar o povo à rendição, ele o terá feito para que um dia pudesse “ganhar cadeira” ou posição na Indonésia.

Xavier clarificou que o envolvimento de Marí Alkatiri na FRETILIN e ASDT era um envolvimento passivo e não activo.

«O envolvimento de Marí Alkatiri na FRETILIN e no ASDT era passiva. Os mais activos eram eu e o Ramos Horta, ele no exterior e eu no interior».

Questionado sobre a diferença entre a ASDT-FRETILIN do passado e a actual, o Proclamador da RDTL explicou que a primeira era constituída por nacionalistas com um único objectivo, a independência, enquanto na actual FRETILIN não há nacionalistas, porque é comandada por uma única pessoa, considerada como se fosse o autor da revolução.

Segundo Xavier, neste momento não só os que vieram do exterior é que têm capacidade para governar o País, pois há muitos timorenses capacitados em Timor-Leste para tais funções. JNSemanário.

domingo, 16 de setembro de 2007

Díli rejeita investimento conservador “Há melhores maneiras de aplicar o dinheiro”

Díli rejeita investimento conservador “Há melhores maneiras de aplicar o dinheiro”

A ministra das Finanças de Timor-Leste, Emília Pires, defendeu-se das críticas sobre o uso do Fundo Petrolífero afirmando que “há melhores maneiras de aplicar o dinheiro” do que a actual aplicação “conservadora” das receitas.
“Se temos uma quantia de dinheiro que está a ser investido de forma muito, muito conservadora, há melhores maneiras de aplicar o dinheiro, criar mais riqueza para o país e investirmos nós mesmos. No início, terá que haver investimento público e só depois podemos atrair os outros para Timor-Leste. Há muita coisa que tem de se fazer”, sustentou ontem a ministra das Finanças, chamada a plenário, como os seus colegas de Executivo, para responder às questões dos deputados. Mais: “É um facto que temos milhares de pessoas que precisam de trabalho. E temos uma infra-estrutura que precisa de ser feita. São coisas muito básicas. Sem isto, como pode haver desenvolvimento? Como podemos atrair os investidores se não temos condições mínimas?”. E, fez notar ainda Emília Pires, “a mentalidade não era de os serviços colaborarem entre si e agora é muito difícil, por exemplo, conciliar os dados do Tesouro com os do Aprovisionamento”.
De resto, no primeiro de três dias de debate sobre o Programa de Governo, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, declarou que “este governo rejeita a filosofia de um País pobre e um povo na miséria orgulhosos de possuir muito dinheiro nos bancos dos países ricos”.

Governo de Xanana sob fogo cerrado


Governo de Xanana sob fogo cerrado


O Parlamento de Timor-Leste aprovou ontem um voto de confiança ao Governo e chumbou uma moção de rejeição apresentada pela Fretilin e apoiada pela coligação KOTA-PPT.

A reacção do secretário-geral da Fretilin não se fez esperar. "O Governo não tem legitimidade", afirmou Mari Alkatiri, acrescentando que "o primeiro-ministro de facto só tem 24% dos votos" e reiterando que o Executivo de Xanana Gusmão "não dura mais de dois anos".

Confrontado com as declarações de Mari Alkatiri, Xanana Gusmão disse que dois anos não era mau porque o líder da Fretilin lhe dissera "que não duraria uma semana". Quanto ao Orçamento transitório até ao final de 2007, tem um valor indicativo de cerca de 79,2 milhões de euros.

A partir de 2008, segundo o primeiro-ministro, "será um Orçamento no qual serão introduzidas as coisas que a Oposição disse que faltavam neste e sobre as quais tem razão".

"Estamos a andar no bom caminho, no sentido de aceitarmos que a democracia é assim e que as boas propostas são aceites, partam de quem partirem", comentou Xanana Gusmão, dizendo-se "satisfeito porque Timor tem uma Oposição forte que vai fiscalizar bem o Governo".

Timor chumba moção de rejeição apresentada por Fretilin


Timor chumba moção de rejeição apresentada por Fretilin
A Assembleia Nacional de Timor-Leste chumbou hoje por maioria uma moção de rejeição apresentada pela Fretilin e aprovou um voto de confiança ao governo liderado por Xanana Gumsão.

A votação das duas moções registou a mesma distribuição de votos, com 41 a favor do governo e 23 a apoiar a Fretilin.

A Fretilin tem 21 deputados e conseguiu ainda o apoio dos dois deputados eleitos pela coligação KOTA/PPT.

O governo recebeu o apoio dos quatro partidos que integram a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) - CNRT, ASDT, PSD e PD -, do PUN e da UNDERTIM.

A votação decorreu no final dos três dias de debate do programa do IV Governo Constitucional de Timor-Leste.

Diário Digital / Lusa

Timor: «Este governo não tem legitimidade», Mari Alkatiri

Mari Alkatiri, insistiu hoje que o governo de Timor-Leste «não tem legitimidade» e considerou o programa do executivo «parte da campanha de Xanana Gusmão contra a Fretilin».

p> «O primeiro-ministro 'de facto' tem 24 por cento dos votos. Os outros têm menos ainda», declarou Mari Alkatiri quando questionado sobre a sua afirmação, feita esta semana em Jacarta, de que o IV Governo timorense «dura no máximo dois anos».

«É um governo ilegítimo. Não podemos somar legitimidades. Legitimidade não se soma. Não há aritmética para somar legitimidades», explicou o ex-primeiro-ministro.

Mari Alkatiri falava à imprensa no regresso a Díli, depois de uma semana na Indonésia.

«O senhor Xanana não soube responder frontalmente a nenhuma pergunta» do debate sobre o Programa de Governo, acusou Mari Alkatiri, que disse ter acompanhado os três dias de discussão.

«Mostra claramente que não foi este governo quem fez o programa ou que Xanana Gusmão não sabe defendê-lo», acrescentou o secretário-geral da Fretilin.

«Se não o sabe defender, como vai implementá-lo?», perguntou

O Programa de Governo «é mais uma campanha que Xanana Gusmão foi para o Parlamento fazer contra a Fretilin», acusou ainda o líder do partido vencedor das legislativas de 30 de Junho e maior partido da oposição.

Mari Alkatiri, que considerou a sua visita de uma semana à Indonésia «bem sucedida», participou em seminários em duas universidades indonésias, onde falou sobre a globalização e políticas não-liberais, e num debate televisivo sobre «fé e amor à pátria».

«Outros convites» foram deixados para visita posterior, explicou Mari Alkatiri, porque entretanto se iniciou o jejum islâmico e porque queria ainda assistir à discussão sobre o Programa de Governo.

«Não fui pedir apoio a ninguém para me dar mais força para a minha luta dentro do país», sublinhou o secretário-geral da Fretilin.

«Não seria honesto», acrescentou.

«Também não fui lavar a roupa suja, porque a roupa suja lava-se em casa», comentou Mari Alkatiri.

Nos encontros com líderes políticos, empresários e jornalistas, o ex-primeiro-ministro pediu «confiança nos timorenses».

«Disse-lhes que queremos reforçar a paz e a estabilidade em Timor-Leste, embora haja diferenças e contradições que tentaremos resolver a nível interno».

«Com os empresários, a mensagem foi clara. Eles estavam preocupados se há condições para investir e eu disse que agora é o momento mais certo», afirmou Mari Alkatiri.

O ex-primeiro-ministro anunciou que pretende fazer visitas à Indonésia, Malásia e Austrália «até ao final do ano».

Mari Alkatiri foi esperado no aeroporto por algumas dezenas de deslocados do campo fronteiro ao terminal, com bandeiras da Fretilin.

Durante a tarde, Mari Alkatiri assistiu na fila dos convidados ao debate sobre o Programa, que passou no Parlamento com a aprovação de um voto de confiança e o chumbo de uma moção de rejeição apresentada pela Fretilin.

Diário Digital / Lusa

Statement by H.E. Mr. Zacarias da Costa, Minister for Foreign Affairs and Cooperation


Permanent Mission of the Democratic Republic of Timor-Leste to the United Nations - 10 September 2007

Statement by H.E. Mr. Zacarias da Costa, Minister for Foreign Affairs and Cooperation, Democratic Republic of Timor-Leste to the United Nations Security Council on the 'Question of Timor-Leste'

Mr. President,
Distinguished Members of the Security Council,
Excellencies,

I shall begin by congratulating you Mr. President for assuming the Presidency of the Council. I wish to express my gratitude to you for convening this meeting on the 'Question of Timor-Leste'. I should also like to thank Secretary-General Ban Ki-moon for his comprehensive report and his Special Representative Atul Khare for an insightful presentation on the situation in Timor-Leste.

I am deeply honored to address for the first time this eminent audience. As the Minister of Foreign Affairs I have the privilege to speak on behalf of all the people of Timor-Leste to express our foremost gratitude for your sustained commitment to the development of our young country. Looking back at our past it is not difficult to conclude that the Timorese people bear on their shoulders a heavy burden of pain and suffering; but it is also apparent that they have always been able to overcome obstacles and difficulties in expressing and affirming their desires.

The three rounds of elections just concluded were no exception. These were the first national elections run by the Timorese and an important assertion of our ability of exercising our independence. The national authorities and the electoral staff trained by the UN carried out the necessary legal, operational, and logistical procedures successfully and in a highly professional manner. Overall, with the extensive support of UNMIT, the presence of international observers and the International Stabilization Force, the elections were peaceful, free, fair and transparent and a show of the popular display of hope, confidence and enthusiasm.
The first round of presidential elections was held on 9 April with a field of 8 candidates; the run-off was held a month later, on 9 May. As a result of these elections, former Prime Minister José Ramos-Horta was sworn in as the new President on 20 May, succeeding Kay Rala Xanana Gusmão. The legislative election held on 30 June was a culmination of the long process begun with the presidential elections. Its result was a true test of the Constitution of Timor-Leste and the political and democratic maturity of the Timorese. In electing their representatives to the National Parliament, the citizens clearly expressed their desire for political dialogue and plurality together with stability and national development. The new 65-seat Parliament was inaugurated on 30 July, with seven of fourteen parties and coalitions gaining seats. The President of the Parliament was elected on the same day whilst the two Vice-Presidents, a Secretary and two Deputy Secretaries were elected the following day. I am pleased to say that we have 18 seats occupied by women, which is the largest percentage in our legislature’s short history. On 6 August, President Ramos-Horta invited CNRT President Gusmão, nominated by the “Alliance with a Parliamentary Majority”, a post-electoral coalition of four parties, to be the new Prime Minister and to form Government. On 8 August, Prime Minister Gusmão was sworn-in, together with 10 Ministers, 2 of whom are women who head the key Justice and Finance portfolios, and 14 Vice-Ministers and Secretaries of State. On 30 August a further 12 members of Government were appointed, bringing the total number of women in Cabinet to 5. There are still 3 outstanding positions of Secretary of State to be appointed.

Throughout the electoral process, the Special Representative of the Secretary-General for Timor-Leste (SRSG) Atul Khare and his UNMIT team provided invaluable support to us, urging constitutional as well as politically acceptable solutions. The Timorese did their part, but without the substantial contribution of the international community, including those of the UN Agencies Funds and Programs, of UNDP, UNIFEM and UNICEF, such positive results would have not been achieved. On behalf of the people of Timor-Leste, I would like to extend our most sincere appreciation to the United Nations as well as to our bilateral partners for their support throughout the entire process. I would like to acknowledge the support of Australia, Malaysia, New Zealand and Portugal. These countries responded without hesitation to our appeals first during the crisis and since then maintained a continuous presence on our national territory to guarantee public order.

The Government of Timor-Leste takes in serious consideration the recommendations of the Independent Electoral Certification Team. We are aware that the benchmarks underpinning the certification exercise were, in some cases, only partially met. We are committed to address our shortcomings in those areas to improve the conduct of future elections, including measures to guarantee the independence of the electoral authorities and the consolidation of the legal framework.

We profoundly regret the loss of two lives during the electoral period and the serious damages to private and public properties that occurred immediately after. These tragic episodes remind us that our emerging democracy needs sustained assistance to consolidate. Although I believe that there has been a qualitative change between April 2006 and now, the road ahead is still long and challenging. For this reason, the Government of Timor-Leste fully accepts and supports the recommendations put forward in the Report of the Secretary-General presented today.

Through their vote, the people of Timor-Leste sent a clear message to their leaders that peaceful dialogue and inclusive politics should prevail. They are committed to become a truly tolerant and pluralistic society based on the rule of law and the respect for human rights. The leaders of Timor-Leste shall facilitate that process by strengthening the democratic institutional framework and ensuring that the fruits of the economic development equally benefit all citizens. All political parties - those that now form the Government and those that do not, those that sit in the new Parliament and those that do not - pledged to adhere to the fundamental principles of good governance and to support a meaningful role for the opposition after the election. They showed their commitment by signing the Political Party Accord in May this year. Yet, to achieve those goals and keep faith to our word, we must overcome numerous challenges in the short, medium, and long term. The support of the UN will be essential at each step of this tortuous road.

The fragile institutional structure is the major challenge facing Timor-Leste, which, coupled with limited capacity and lack of skills and training, undermines the building of a culture of peaceful settlement of conflicts. Justice is crucial also for building respect for the rule of law, which is undermined by a widespread perception of lack of accountability. In this context, it is essential to solving the Petitioners’ issue as well as clearly defined roles and functions of the PNTL and F-FDTL while ensuring adequate civilian oversight mechanisms. The outstanding socio-economic problems include poverty, unemployment, violence against women and humanitarian issues, such as the return of the IDPs.

I believe Timor-Leste is at a crucial moment and should seize the opportunity to build on its recent security and democratic gains. In his inauguration speech, Prime Minister Gusmão set the short-term priorities of his Government and named consolidating security as first. This will include solving the Petitioners’ issue, the case of Alfredo Reinado and promoting dialogue with the F-FDTL. Also a major pillar of UNMIT’s mandate, a stable security environment would serve as the foundation of all further developments. For this reason, interim law enforcement continues to be the priority for the UN police. Maintaining the current contingent at its current strength would be essential until the expiration of the present mandate. Only a stabilized security situation would allow the subsequent transition from executive policing to the monitoring phase, depending on progress in the screening and certification processes of PNTL.
The coalition of parties that form the Fourth Constitutional Government is internally solid and committed to an open and consultative approach within the Cabinet, but also and especially toward all other parties. As an indication of that conciliatory attitude, Prime Minister Gusmão offered Cabinet positions to the former ruling party. The post-electoral period, however, showed that our nascent democratic mentality is still in need of substantial guidance. Consolidating a culture of justice, in which citizens’ rights are respected and disputes are fairly settled through legal channels, is the building block of a free, open and democratic society. UNMIT’s revamped support would be vital to build the necessary capacity in the justice sector.

The provision of protection and assistance to the internally displaced will remain an issue for some time in Timor-Leste. As much as we would wish, there is no short term solution to this situation and addressing the root causes of the crisis requires a medium to long term effort. Continuous efforts to guarantee security, resolve land rights issues, strengthening the judiciary, and national and community-level dialogue initiatives to re-establish national unity have to be undertaken. These are the preconditions for the full reintegration of the internally displaced and their ability to reclaim their lives and livelihoods. In addition to the challenges related to the return and reintegration of the around 100,000 persons who remain displaced from and within Dili since last year, we are now facing a new humanitarian situation in Viqueque and Baucau districts, where 323 houses were burnt and around 6,000 citizens were affected last month.
I would like to personally thank all Member States, which have so generously assisted our young nation in addressing the humanitarian crisis. Although we continue to rely on the assistance of our partners at this critical juncture, the Government of Timor-Leste remains primarily responsible for delivering assistance and protection to our people. In the recent past we have been fortunate to have received financial support through the Consolidated Appeals Process (CAP). In the medium-term, the Government of Timor-Leste aims to be able to bear more of the financial burden to respond to the humanitarian emergency needs, as well as to enhance the level of preparedness and contingency planning for future disasters. Timor-Leste appreciates the support from the Central Emergency Response Fund, which provided funds quickly and predictably during the crisis.

As you can see, Timor-Leste is faced with all sorts of formidable challenges. The international community has so far been at our side. We shall not forget, however, what we learned from UNTAET that consolidation the state’s institutional framework is a long and difficult process. On behalf of the Government and the people of Timor-Leste, therefore, I shall ask you to give consideration to the possibility of extending UNMIT’s mandate until 2012. I understand that the SRSG also foresees the need for International Support, for at least two and half years after the end of the present mandate and I do agree with him that subsequently a mission with a peace building mandate should be created and stay in place for five additional years. I think however, that a peacekeeping mission would need to be in place longer than 2010. In expressing Timor-Leste’s gratitude for the numerous signs of continued engagement of the international community, let me assure you that we are strongly committed to put your trust and investment to good use.

Mr. President,
On 13 September, the new Government will present its programme to the National Parliament. It has committed itself to a) strengthen the institutional framework including integrity and professionalism of the civil service, fight against corruption, investment in the education sector; b) fight impunity by creating a functional, credible, independent and impartial judicial system; c) reform the security sector by revising the existing policies and promoting dialogue among all national institutions to develop highly professional forces that could participate in international missions; d) continue the good work done by the previous Governments in the health sector, with a view to ensuring universal access; e) support the professionalism and independence of the media, while facilitating access for the entire population and to dedicate special attention to the needs of youth and women to enable them full and meaningful participation in all aspects of Timor Leste’s development.

The Security Council resolution 1704 (2006) mandated UNMIT to “promote a compact between Timor-Leste and the international community for coordinating Government, United Nations and other multilateral and bilateral contributors to priority programmes". In this regard, the Government of Timor-Leste has prepared a 24 months recovery programme to address the priorities emerging from the crisis. The Compact's implementation has begun with the formation of new Government of Timor-Leste. Also the Government of Timor-Leste has made contributions to key priorities emerging from the crisis and hopes that the development partners will enhance support towards these key areas.

The new Government is strongly committed to the economic advancement of Timor-Leste and acknowledges the remarkable job of its predecessors in building from scratch the foundations of the national development. To consolidate those achievements, it will pay considerable attention to the private sector and will encourage the opening of the country to foreign investment. In this context, Timor-Leste is keen also on deepening its economic and commercial ties with the countries in the region. Advancing the negotiations for accession to ASEAN is one of the first priorities of the new Government.

Timor-Leste is poised to participate meaningfully in the family of nations. We pledge to put into practice the universal principles of human rights to which we adhere and which are enshrined in the international covenants we have ratified. We are committed to participate in the best possible way in the United Nations to foster the democratic values of dialogue, tolerance and peace. We are determined to reinforce our friendship ties with the countries that are both geographically and historically close to us, including Australia, Indonesia, and Portugal.
In particular, Timor-Leste and Indonesia are seeking to deal with their past while deepening their friendship. Although I am aware that some in this room will not agree with me, the Government of Timor-Leste believes that the best mechanism available to deal with our shared past is the bilateral Commission on Truth and Friendship. We understand the reservations of the UN, but we encourage you to reflect on the fact that countries in transition to democracy, as both Indonesia and Timor-Leste are, must be prudent and sensitive when looking at their own realities.

Mr. President,
I shall conclude by stressing that the Government of Timor-Leste fully accepts and strongly supports the recommendations of the Secretary-General’s Report, including in particular those pertaining to continued engagement of the FPU and UNPOL contingents until February 2008.
I am grateful for this opportunity to address you Mr. President and the distinguished members of the Security Council. I also wish to extend to the Members of the Council an invitation to visit Timor-Leste so that the new Government could better benefit from its advice.
Thank you.