segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sem Xanana, Timor-Leste não ficaria independente





David Ximenes : “Não devemos ser bastante a prioris”

O deputado do Parlamento Nacional (PN) da bancada Partido Social Democrata (PSD), Riak Leman afirma que toda a gente não pode negar a resistência de Xanana. Com a liderança de Xanana é que Timor-Leste ganhou a independência. Após a queda das bases de apoio, Xanana Gusmão com toda a sua capacidade reorganizou as FALINTIL no mato, na luta contra a ocupação indonésia.

Riak Leman referiu-se a esta questão, na Plenária do Parlamento Nacional, lamentando o Partido da Oposição no Parlamento Nacional que faltou respeito a Xanana Gusmão na apresentação do Programa do IV Governo Constitucional.

O ex-veterano salientou que quando estiveram no mato na resistência respeitavam-se e amavam-se uns aos outros e Xanana não tinha qualquer intenção de matar os seus amigos da resistência.

Sobre a morte do Comandante das FALINTIL, Kilik Waiga'e, Riak Leman explicou que o mesmo foi morto pelos militares indonésios, numa área próxima de Vemasse, não foi enterrado porque foram dispersados pelo inimigo.

Em resposta a esta questão, o deputado da bancada FRETILIN e ex-veterano David Dias Ximenes afirmou que a declaração do deputado Riak Leman de que a FRETILIN faltou ao respeito a Xanana Gusmão é bastante a priori.

Adiantou que Xanana Gusmão como ex-veterano toda a gente concorda, incluindo o próprio David. Marí Alkatiri também foi um veterano porque da sua geração surgiu a segunda geração de Xanana Gusmão, portanto o ex. veterano pede para não contar a história ao meio, mas contar desde o início até o fim para que a história da resistência do País possa ser justa.

«Todos concordamos que Xanana é um ex-veterano e também Marí Alkatiri,. Nicolau Lobato, Marí Alkatiri e Ramos Horta realizaram uma reunião na residência de Ramos Horta no dia 20 de Maio de 1974. Marí estava também presente portanto não vamos contar a história no meio, deve-se contar a história desde o princípio, no princípio como é que decorreu, não vamos dizer que se sem resistência no mato não haveria luta pela independência», afirma David Ximenes.

Revelou porque Xanana Gusmão falou “expressões aguçadas” contra a FRETILIN é que por sua vez a FRETILIN lançou-as contra ele, o que não significa falta de respeito por Xanana.

O ex-Coordenador do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) nos tempos da resistência afirma que toda a gente acusa Marí Alkatiri de ter lançado “expressões aguçadas” que ofendia os outros, mas há ainda outras pessoas idênticas a Marí Alkatiri que lançam as mesmas expressões contra os outros.

«Falo uma piada, baixei a cabeça, pensei que só Marí Alkatiri é que falava assim, mas depois de erguer a cabeça “Maun” Xanana também é o mesmo, portanto as expressões de ambos são duras, então se ele critica ou ataca com certeza que os outros devem também responder o mesmo, criticar ou atacar uns aos outros não significa falta de respeito, criticar ou atacar os outros reivindica os nossos direitos,” afirma o ex-veterano.

Salientou que por sua parte muitas vezes criticava Xanana Gusmão, o que não significava uma falta de respeito por Xanana Gusmão.

Por sua parte não concorda com a declaração de alguns líderes de que todo o povo lutou, porque todo o povo lutou, não precisava de uma resistência contra a Indonésia ao longo de 24 anos.

A AMP é inconstitucional, traidor da pátria, segundo David Ximenes, a FRETILIN tem a razão ao declarar o Governo liderado por Xanana Gusmão inconstitucional com base na Constituição e a palavra “traidor” é usada quando as pessoas se comprometem mas depois não cumprem, são considerados “traidores”.

Acrescentando que a FRETILIN nunca traiu Timor-Leste como alguns líderes tem mencionado. Em 1975 os restantes Partidos em Timor-Leste abandonavam Timor-Leste e fugiam para outros Países, mas a FRETILIN não abandonou Timor-Leste, permaneceu em Timor-Leste pela defesa do direito de Timor-Leste à independência.

«Muitos dos actuais membros da AMP eram da FRETILIN, não podemos negar isto, se eles forem denominados traidores penso que é justo porque abandonaram a FRETILIN, agora denominar a FRETILIN de traidora, não é justo. Todos nós aqui não somos traidores nem heróis, foi o que nós desejávamos», afirma o ex-veterano nos tempos da resistência, conhecido como Mandate.

Portanto o deputado da bancada da FRETILIN pede à liderança dos outros Partidos para falarem aos outros com palavras de unidade e se não compreendem a palavra traidor não podem falar à toa, senão em vez de resolver problemas criamos mais problemas. JNSemanário

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