terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Timor: EUA «fizeram a sua parte» pelos médicos cubanos

Os Estados Unidos da América «fizeram a sua parte» para resolver a situação dos médicos cubanos que não pretendem voltar a Cuba, afirmou hoje à Agência Lusa fonte diplomática em Díli.

Três elementos da brigada médica cubana em Timor-Leste obtiveram na embaixada norte-americana em Díli documentos que lhes permitem entrar em território norte-americano.

«Se eles ainda continuam em Timor-Leste é apenas por motivos que devem ser procurados junto do Governo timorense», afirmou a mesma fonte diplomática.

Raidén López Carrillo, a mulher Irina Valdés Pérez e Miriela Llanes Martínez obtiveram da embaixada dos Estados Unidos da América autorizações «equiparadas a visto» ao abrigo de um programa chamado «Special Public Benefit Parole».

Esta autorização é concedida «a título apenas provisório» por motivos humanitários ou por relevante interesse público, segundo um Dicionário de Imigração disponível na Internet.

Um outro médico cubano, Alexis Oriol Rodriguez, pediu e aguarda o mesmo tipo de autorização de entrada nos Estados Unidos da América.

Os quatro médicos estão, em qualquer caso, dependentes de uma autorização de saída do país das autoridades timorenses, até porque não possuem os seus passaportes, entregues à sua embaixada desde que aterraram em Díli, há dois anos.

Cuba tem, desde 2005, uma brigada de 227 médicos em Timor-Leste que assegura o funcionamento do sistema de saúde nacional.

O embaixador cubano em Díli, Ramón Hernández Vásquez, questionado pela Lusa na semana passada sobre a situação dos quatro cidadãos, considerou tratar-se de um caso de «imigração económica».

Já esta semana, o Presidente da República, José Ramos-Horta, pronunciou-se, no mesmo sentido, em declarações à Lusa.

«Não estou a gostar nada dessa brincadeira dos nossos amigos americanos», afirmou José Ramos-Horta, para quem a política norte-americana em relação a Cuba «é absurda» e «ditada pelo eleitorado cubano na Flórida».

A Lusa não conseguiu obter, até agora, qualquer esclarecimento oficial do Governo timorense sobre este caso dos médicos cubanos.

Diário Digital / Lusa

24-01-2008

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