Brasília, 30 jan (Lusa) - O Presidente de Timor Leste, José Ramos Horta, anunciou nesta quarta-feira, em Brasília, o lançamento de um prêmio em direitos humanos para homenagear o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em agosto de 2003 em um atentado terrorista no Iraque.
Durante o encontro de hoje com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, José Ramos Horta adiantou que o objetivo é premiar ainda este ano uma organização não-governamental com atuação na defesa dos direitos humanos, segundo noticiou a Agência Brasil.
Vieira de Mello foi chefe da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET), entre novembro de 1999 e maio de 2002, responsável pela preparação da independência de Timor Leste, depois de duas décadas de domínio da Indonésia.
Em Brasília, José Ramos Horta disse ainda que o diplomata brasileiro deveria ter sido sepultado no Rio de Janeiro "no meio do calor humano dos brasileiros" e não em Genebra, na Suíça.
Lula da Silva, por sua vez, salientou o trabalho do diplomata brasileiro, nomeado alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, em julho de 2002.
"Nosso querido Sérgio, um dos mais brilhantes funcionários das Nações Unidas, deixou no país (Timor Leste) um legado inspirador e as fundações de um Estado de Direito democrático e pacífico", salientou o Presidente brasileiro.
Durante o encontro, Lula da Silva defendeu o aprofundamento da cooperação entre o Brasil e Timor Leste e destacou, principalmente, a criação de uma escola de futebol destinada aos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CLPL), em Brasília.
"Com a criação da Escola de Futebol da CPLP, vamos treinar no Brasil, a partir de março, técnicos de futebol para essa comunidade", disse, sublinhando o "compromisso brasileiro de avançar numa parceria verdadeiramente solidária" com Timor Leste.
Lula da Silva anunciou também a renovação até 2010 do projeto de cooperação em que 50 professores brasileiros trabalham na formação de docentes de língua portuguesa, em Timor Leste.
"As nossas iniciativas têm impacto direto sobre a qualidade de vida do povo timorense. A idéia é fornecer instrumentos para que homens e mulheres possam moldar seus próprios destinos", disse.
Lula da Silva afirmou ainda que um grupo formado por representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura visitará Díli, este ano, para identificar oportunidades de intercâmbio entre artistas dos dois países.
Por sua vez, José Ramos Horta salientou que o combate à violência e à pobreza, que atinge quatro em cinco timorenses, é um dos maiores desafios de Timor Leste.
"Temos de conquistar os investidores. Agora, temos a responsabilidade de combater a pobreza", disse Horta, que chamou a Lula da Silva "irmão mais velho".
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