UMA HISTORIA EM 8 CAPITULOS:
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Membros da FRETILIN
Querido Povo sofredor
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Membros da FRETILIN
Querido Povo sofredor
Xanana Gusmão falava à imprensa no final de um encontro com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, João Gomes Cravinho, que decorreu em simultâneo com uma reunião do Conselho de Ministros timorense.
«Há problemas muito maiores sobre os quais nos debruçamos», declarou Xanana Gusmão, antes de regressar à sala onde o IV Governo Constitucional discutia, desde manhã, o programa final a apresentar ao Parlamento.
«Mesmo que o currículo comece com o português nos bancos da escola, nós temos segmentos de sociedade em que uns falam português, outros inglês, outros tétum, outros bahasa. Esse é o nosso problema», explicou Xanana Gusmão.
«Temos que olhar que há uma geração toda em Timor que nasceu no tempo indonésio e só sabe bahasa. Como resolver esse problema? Sempre dissemos que a reinserção do português aqui é uma questão de tempo», disse.
«Os indonésios estiveram aqui 24 anos», acrescentou Xanana Gusmão, sublinhando que «não se pode imaginar que se consegue realizar uma reintrodução do português em cinco anos».
«É preciso responder a questões pontuais, actuais, em termos de educação», referiu Xanana Gusmão, dando um exemplo: «Por que é que o representante da Câmara Municipal de Lisboa foi inagurar a estrada, que eu pedi, para uma escola e a directora falou em tétum e pediu desculpas por não falar português - porque não aprendeu a língua?»
Xanana Gusmão recordou que Timor-Leste tem «poucos professores, que não chegam, com má qualidade, e ainda não há cursos de professores, além do da Diocese de Baucau».
«São questões de educação e de desenvolvimento. Não se coloca a língua em termos de problema», concluiu.
Diário Digital / Lusa
31-08-2007
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Mas, com a ânsia, marcaram mal o número e todos receberam o 'sms' pedindo para levar "10.000 pessoas desse distrito, 5.000 de outro distrito, para apoiar o camarada Lu-Olo e camarada Mari".
Hoje, se queres ser funcionário, ou ministro, tens de te preparar para matar a tua própria alma, porque o dólar despiu os princípios que, porventura, ainda pudesse ter, nós não sabemos.
Vemos muito bem, estas pessoas brincam com o sofrimento do povo, usam o povo para defender a sua cadeira, o seu nome e o seu bolso.
No Relatório da CAVR pede-se o FIM DA VIOLÊNCIA POLÍTICA, para que o povo não sofra uma vez mais. Ainda recentemente, em Janeiro passado, fui entregar este Relatório ao Secretário-Geral da ONU. Ainda mal se completaram seis meses, disparos de armas, incêndios, pessoas mortas em Dili.
Um jovem em Lospalos, chamou-me traidor, porque não defendo um tribunal internacional. Hoje, ele não está sossegado, está todo envaidecido em Lospalos acreditando que a FRETILIN tem armas para fazer a guerra.
Eu fui a Lospalos no ano passado e falei com eles, e disse que a FRETILIN tem de pedir desculpa. Enviaram de imediato um 'sms' ao Mari. No meio de uma reunião, Mari mostrou-me esse 'sms' e parecia contente porque a sua rede de informações do partido está espalhada por todo o Timor para informar sobre as conversas do Presidente ou as actividades da oposição.
Pude dizer a este jovem, que eu, agora, não quero ser mais um traidor do Povo. Porquê? Quando o Tribunal iniciou os julgamentos de crimes que estão a ser cometidos pedi aos Tribunais para considerarem se podiam esvaziar as Prisões de Becora, Baucau e Ermera para receber os novos hóspedes. Neste momento, todos aqueles apenas cometeram crimes menores comparando com o que está a acontecer agora. Crime contra o estado de Direito Democrático, crime contra o Povo que já sofreu durante a guerra, durante 24 anos. Becora, Baucau e Ermera hão-de receber diversos hóspedes, muitos corruptos que hão-de lá ir e têm de ir para lá.
A Comissão Internacional de Investigação irá chegar, para nos ajudar a todos, para avaliar esta violência política que assolou o nosso país. Tudo quanto a CAVR fez e transmitiu, para escutar o choro do povo, o que o povo pede, as exigências do povo, para os políticos não fazerem sofrer mais o povo, para evitar a violência política, tudo isso, a liderança da FRETILIN não quis ouvir, ignorou. A liderança da FRETILIN demonstrou que, este choro, não lhes diz respeito, este chorar, não é problema deles, mesmo que o povo sofra não é problema deles, nem que o povo morra, não é problema deles. O grande problema para eles é como manter-se no Governo. A liderança da FRETILIN, por causa da sua arrogância, só sabe é acusar outras pessoas e não são capazes de reconhecer que também erram. Para eles, não há erros, porque o que fazem tem um objectivo: governar.
Só devem pensar em guerra para governar, porque governar dá-lhes tudo, dinheiro, boa casa noutro país, negócios que lhes dão dinheiro e ao partido também, mas o partido para eles é o pequeno grupo que está a governar. O Povo está a sofrer em Dili, não foram ainda ver o Povo, nem foram ainda falar com o Povo. Só se preocupam é em mobilizar pessoas do interior, para demonstrar que toda a FRETILIN curva-se perante eles, para lhes beijar as mãos e os pés. O Povo que se mobiliza para os apoiar, coitado, talvez andem de carro sem pagar, para gritar 'Viva este, Viva aquele', e depois de serem alimentados regressam às suas casas, continuam a cavar a terra, querem mandar os filhos para a escola mas não têm meios, sem dinheiro, em casa continuam com fome.
Na mensagem de Fim do Ano de 2005, eu apelei aos jovens e a todo o povo, para não darem ouvidos aos políticos que clamam pela 'violência', que os empurram para a violência. Nós não queremos ouvir-nos uns aos outros, todos confiamos que todos os sábios desta terra que, com as suas atitudes, podem dar-lhes dinheiro, para sujar a imagem da Fretilin, e para matar o nome e a história da FRETILIN.
Eu sei, que Nicolau Lobato está triste. Nicolau Lobato não pede que o seu nome seja colocado em todos os lugares. Ele não precisa. O que ele pede é apenas isto: que respeitem a sua luta para libertar esta Terra e este Povo, que respeitem apenas o seu sangue.
Espíritos e Antepassados, levantem-se para olhar por este povo! Ossos que estão espalhados por todos os cantos, ponham-se de pé, Sangue que foi vertido por todos os cantos, juntem-se de novo para ver aqueles que querem estragar o povo, que querem ver o povo sempre a sofrer, que querem ver o povo sempre a morrer.
A estátua de João Paulo II, de autoria do escultor português, Alves André, vai embarcar, na próxima sexta-feira, para Timor-Leste, onde será inaugurada no dia 12 de outubro, mesmo dia em que, em 1989, o falecido pontífice celebrou a santa missa em solo timorense.
Durante a apresentação da obra, nesta terça-feira, em Porto de Leixões, o administrador apostólico emérito de Díli, Dom Carlos Filipe Ximenes Belo, Prêmio Nobel da Paz-1996, manifestou sua alegria pela chegada da estátua, e se declarou esperançoso em relação ao futuro de Timor. "Espero que a presença dessa estátua de João Paulo II em nosso território abençoe o povo timorense. Apesar de todas as dificuldades, acredito na paz. Devemos todos dar as mãos, para a reconstrução do país" _ afirmou o Nobel da Paz.
A instabilidade voltou a Timor-Leste, depois que o presidente José Ramos Horta nomeou Xanana Gusmão como primeiro-ministro, decisão que encontrou a oposição da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN).
Alves André é o autor da estátua do Papa João Paulo II que no dia 25 de Julho será enviada para Timor depois de abençoada .
Tem 6,5 metros de altura, 4,3 de largura e pesa 12,5 toneladas. A imponente obra, em bronze do Papa João Paulo II já tem destino traçado: Tacitolo, a oito quilômetros de Díli, em Timor. O trabalho é da autoria de Alves André, escultor português, que aceitou o desafio lançado pelo Governo da República Democrática de Timor-Leste.
O objetivo de Alves André foi criar uma figura mais próxima das pessoas, e menos institucional. A estátua «excessivamente volumosa» é, assim, representativa "um homem cheio que se demarcou no seu tempo". "Foi o Papa mais preocupado com as questões da humanidade", aponta o escultor.
Na quarta-feira, 25 de Julho, a obra será benzida pelo bispo timorense Ximenes Belo, Prêmio Nobel da Paz, em uma cerimônia que contará com a presença do bispo do Porto(Portugal ), Manuel Clemente. A estátua segue depois, por via marítima, para Timor.
Por ocasião do feriado do dia da Consulta Popular
Dili, 30 de Agosto de 2007, 10:00
Suas Excelências,
Senhor Presidente da República,
Senhor Primeiro Ministro,
Senhores Bispos de Dili e Baucau,
Senhor Presidente do Tribunal de Recurso,
Distintos representantes do Corpo Diplomático e Comunidade de Doadores,
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhoras e Senhores,
A quem sabe esperar, o tempo abre as portas.
Foi pelo momento, que hoje celebramos, que esperámos vinte e quatro anos.
A 30 de Agosto de 1999, o povo de Timor-Leste exerceu o seu direito de autodeterminação e escolheu o caminho da independência.
Numa consulta livre e democrática, organizada pelas Nações Unidas, os timorenses, seguros das suas convicções, decidiram corajosamente dar o passo irreversível para a formação de um Estado soberano.
Foi uma vitória de um povo, de uma Nação que se uniu em torno de um objectivo comum.
Foi a vitória dos timorenses que da adversidade, conseguiram ver a esperança. Que de pé, em Timor ou no estrangeiro, mantiveram com determinação, a chama viva de um sonho de uma Nação independente.
É uma vitória daqueles, que apesar do sofrimento, não souberam desistir, daqueles que sempre acreditaram que jamais uma montanha, por maior que seja, pode tapar o sol.
Ao estar aqui perante vós, é com grande emoção, que não posso deixar de me recordar dos que tombaram para podermos viver em liberdade e em democracia. Não citarei nomes, porque nomear alguns agora seria esquecer muitos mais, e para além disso, é na face do timorense comum que continuo, e quero continuar a ver, a vitória da nossa independência.
Não posso também deixar de sublinhar o papel da igreja. Foi sob o seu abrigo, que tantas famílias encontraram a ajuda que lhes permitiu continuar a olhar em frente. Foram tantas as vezes, que oferecendo a sua vida, madres e padres, atravessaram os seus corpos perante a injustiça.
Volto a repetir, não vou falar de nomes. Falar de alguns é esquecer muitos mais. Esta foi a vitória de um povo que se uniu: o povo de Timor-Leste.
Quero também dizer, que felizmente, contámos com muitas ajudas internacionais. Países irmãos, que mesmo quando mal se sussurrava a palavra Timor, não nos esqueceram. Continuaram a levar a todos os fóruns internacionais a questão de Timor-Leste, fazendo com que de ano para ano se tornasse uma questão cada vez mais importante na opinião pública internacional.
Falo obviamente de Portugal. Falo sem formalidades, pois da família fala-se sempre sem cerimónia. Portugal é parte integrante da nossa história e será com toda a certeza do nosso futuro.
Mas Timor-Leste não contou só com a família, teve a sorte de contar também com amigos muito chegados, que até pela sua proximidade geográfica desempenham um papel muito relevante na nossa vida. Recordo que, como bons amigos, recentemente não hesitaram em nos ajudar assim que tivemos dificuldades. Falo da Austrália, da Nova Zelândia e da Malásia. Queremos crescer com eles. Contamos com a Vossa ajuda.
Mas falar do referendo de 30 de Agosto de 1999 é também falar da Indonésia. É falar de uma relação íntima, próxima, com momentos de grande inquietude e agitação, mas que depois de ultrapassados, permite-nos seguir em frente como irmãos que trilham um caminho comum.
Ilustres Convidados,
Senhoras e Senhores,
Esta vitória já ninguém nos tira, mas não podemos esquecer que agora temos outros desafios.
A consolidação do Estado democrático é um deles, assente sobretudo no respeito pela liberdade, pelos direitos cívicos e políticos, de acordo com as regras de tolerância. Não há vencidos, nem vencedores. Há apenas a alternância normal, que caracteriza os regimes livres e democráticos.
É importante que o povo perceba que não há inimigos num Estado de direito e que ninguém pode fazer a justiça pelas suas próprias mãos. Daí o meu apelo para que todos os timorenses, se reconciliem e se unam na construção do nosso País.
É precisamente por este motivo que celebramos o dia de hoje. O 30 de Agosto existe para que nunca nos esqueçamos que o acto fundador de Timor-Leste, foi um acto livre e democrático. O referendo, é por si só, a expressão máxima da democracia: é a tradução plena da vontade popular.
E só assim chegámos ao Referendo de 1999. Porque nos juntámos. Porque unimos esforços. Só desta forma é possível ultrapassar os desafios que Timor-Leste enfrenta hoje.
Este dia existe, para que não nos esqueçamos que não podemos desperdiçar o que foi ali conseguido. Que é esse o legado que queremos deixar aos nossos filhos. Que são esses os valores que queremos transmitir.
É em honra dos que lutaram e do que juntos conseguimos em 1999, que temos a obrigação de continuar este trabalho. Há ainda muito a fazer.
O carácter de uma jovem Nação é como um adolescente. E cheio de duvidas e hesitações. Mas tambem como os adolescentes, a nossa jovem Nação, tem muita forca e vontade de vencer.
Viva Timor-Leste!
The agenda also explained that Mr. Downer will especially visit to Timor-Leste to participate Timor-Leste’s historical day to gain independence.
Mr. Downer will also held a meeting with all political leaders of the country to discus the current security situation in Timor-Leste, after participating ceremony of popular consultation day Mr. Downer reportedly will visit Australian soldiers in headquarter Caicoli, Dili. (TP and STL)
Os nomes, cinco para o Conselho de Estado (CE), e três para o Conselho Superior de Defesa e Segurança (CSDS), representam o Parlamento Nacional naqueles dois órgãos e foram aprovados em duas listas únicas.
A lista com os cinco nomes para o CE, Feliciano Alves (proposto pelo partido maioritário FRETILIN), Milena Pires (PSD), Cirilo José Cristóvão (CNRT), Benevides Correia Barros (PD) e Vítor Alves (UNDERTIM), obteve 41 votos favoráveis, tendo quatro deputados votado contra enquanto seis se abstiveram.
Para o CSDS foi aprovada com 48 votos favoráveis, dois contra e uma abstenção a lista com os deputados Fernando La Sama de Araújo (presidente do parlamento e indicado pelo PD), David Dias Ximenes (Fretilin) e Fernanda Borges (PUN).
O Conselho de Estado, enquanto órgão de consulta política, permite ao chefe de Estado fazer uso das competências constitucionais que lhe permitirão, a título extraordinário, «resolver situações de extrema gravidade, quer no plano interno quer no plano externo, que possam afectar a normal convivência democrática, ameaças a independência nacional ou a unidade do Estado».
Dado o carácter extraordinário destas circunstâncias, a Constituição de Timor-Leste determina que a decisão presidencial seja precedida de audiência do Conselho de Estado.
Trata-se de um órgão em muito parecido, em termos de competências e de representatividade, com o Conselho de Estado existente em Portugal.
Têm assento no Conselho de Estado antigos presidentes da República que não tenham sido destituídos, o presidente do Parlamento Nacional, o primeiro-ministro, cinco cidadãos eleitos pelos deputados, respeitando a representação proporcional, e cinco cidadãos indicados pelo chefe de Estado, que a ele preside.
Relativamente ao CSDS, trata-se igualmente de um órgão consultivo do chefe de Estado para os assuntos relativos à defesa, segurança e soberania.
Presidido pelo chefe de Estado, o CSDS integra ainda o primeiro-ministro, os ministros ou secretários de Estado responsáveis pelas áreas da Defesa, Justiça, Interior e Negócios Estrangeiros, três representantes do Parlamento Nacional, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, o comandante-geral da Polícia Nacional de Timor-Leste, o responsável nacional pela Segurança do Estado e dois cidadãos indicados pelo presidente da República.
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Mensagem de S.E. o Presidente da República
Queridos Companheiros membros da FRETILIN
Em 1998, se eu não me engano, no período da Reformasi na Indonésia, eu mandei Mau Hodu a Sydney e escrevi à FRETILIN para se organizar como partido, para mostrarem a sua orientação político-ideológica. Foi sob o chapéu do CNRM e do CNRT que o Povo ganhou em Agosto de 1999. Isto é história, história da resistência, história do sofrimento, história de sangue. Hoje em dia, nós ouvimos que só a FRETILIN é que fez a luta. Não importa, vocês é que são os donos da luta, aceitamos, não deitem areia para os olhos do povo porque é todo o povo que vota e não apenas a FRETILIN.
Em Agosto de 2000, no Congresso do CNRT, a FRETILIN isolou-se, saindo do CNRT. Nós permanecemos calmos, continuámos a trabalhar seguindo o processo político que a UNTAET delineava, até Junho de 2001, data em que foi dissolvido o CNRT, porque terminara a sua missão.
Em Janeiro de 2000, Ramos-Horta fez-me saber que era melhor falar com o Mari. Eu respondi que foi a FRETILIN que abriu a porta do CNRT para sair e que ninguém a fechou, pelo que se quiserem voltar que o fizessem. Mari veio falar comigo à sede do CNRT em Balide.
«O problema político é resolvido através da política, mas se apresentarmos o caso ao Tribunal e se o Tribunal decidir uma vitória da Fretilin, como poderemos resolver o problema?» questionou Marí Alkatiri.
Marí Alkatiri explicou que se o Presidente da República entregar o Governo apartidariamente à FRETILIN também não resolverá problemas, e não é necessário sobrecarregar o Presidente do Tribunal de Recurso para resolver os problemas políticos que devem ser resolvidos através da política.
«Como aconteceu quando a “Mudança” apresentou o caso ao Tribunal, nós ganhámos mas o problema não ficou resolvido. O Presidente José Ramos Horta e o Presidente do CNRT, Xanana Gusmão, usaram o grupo Mudança para realizar campanhas, apesar de terem conhecimento de que esse grupo era ilegal, portanto digo que eles não respeitaram a decisão do Tribunal», lamenta Marí Alkatiri.
Marí declara ainda que se os líderes no topo não respeitam a decisão do Tribunal, então mais vale não apresentar nenhum caso ao Tribunal e tentar resolver através da justiça. Explica também através do caso de Alfredo, que se evadiu da prisão e até agora não há certeza de que se deva capturar ou não capturar, «uma situação contra a decisão do Tribunal».
Marí Alkatiri explicou ainda que Railós teve o mandato de captura, ainda se encontrou com o Presidente da República e depois escapou-se e foi esconder-se. «Então, ir ao Tribunal para quê? Apenas para sobrecarregá-lo e depois continuamos a fazer as coisas segundo os nossos desejos? Não vale a pena, então seria melhor os líderes principais resolverem esse problema. Precisamos de estabilidade e de paz. Daqui a dois ou três anos, então devemos formar um Governo de grande inclusão para garantir a estabilidade e a paz no País. Neste momento grupos incendeiam casas em Viqueque, condenam a Fretilin, mas este partido não quer a violência porque a Fretilin foi vítima de violência há mais de um ano, sem contar os tempos da luta», defende Marí Alkatiri.
Salienta ainda que «gostam de usar a violência para resolver problemas porque em 2006 usaram a violência para derrubar o Governo. Quem é abriu esta situação e dividiu o país em Leste e Oeste para dar início à violência? Este caso ainda não foi respondido perante a justiça».
De acordo com o responsável, «a Fretilin fez isto porque não quer governar apartidariamente neste momento actual mas optou por um Governo de grande inclusão. A Fretilin foi o primeiro partido mais votado e assim devia indigitar o Primeiro-Ministro, portanto a própria Fretilin apresentou uma figura independente a Primeiro-Ministro através de um acordo e com base na Constituição mas rejeitaram», afirmou.
Sobre a intervenção das Forças Internacionais, acusadas de falta de imparcialidade, Mari Alkatiri afirma que «usamos essas Forças para resolver problemas mas se a sua presença é para apoiar um determinado grupo contra outro grupo, mais vale regressarem aos seus países». JNSemanário.
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Mensagem de S.E. o Presidente da República
Companheiros Membros da FRETILIN
Em 1989, eu estava em Ainaro, recebi uma carta do Rogério Lobato acusando os outros no exterior, de que não faziam nada, dizendo que a luta estava acabada, e que todos tinham de se submeter à justiça popular. Rogério informou-me nessa carta, que Mari Alkatiri criava coelhos e galos em Maputo.
O Presidente da República, Dr. José Ramos Horta, afirma que Alfredo Reinado demonstra honestidade para resolver problemas. O Presidente da República continua a dar atenção ao problema do Alfredo Reinado e dos peticionários.
«Ontem fiz uma visita ao distrito de Ermera, no cume da montanha, muitas pessoas continuam a viver pobres. Lá encontrei o Alfredo Reinado. Tenho a esperança de que neste momento o mesmo demonstra a sua honestidade e sinceridade para resolver a situação do país. Não pode haver grupos armados fora das Forças Armadas». O Chefe de Estado falou sobre esta questão na sua mensagem à nação, segunda-feira (20/8), relacionada com as comemorações do 32º Aniversário das FALINTIL.
«Como Presidente da República, compreendo as circunstâncias do dia 28 de Abril de 2006 que provocaram que o Alfredo Reinado e alguns dos seus elementos dentro das F-FDTL e PNTL abandonassem os quartéis em Díli.
É tempo de guardarmos as armas e contribuirmos para a justiça e estabilidade do nosso país», explicou o Presidente Ramos Horta.
Na ocasião, o Presidente da República convidou o MUNJ, que deu a sua colaboração positiva, a facilitar contactos com o Grupo de Diálogo Humanitário, ajudando o Presidente da República, o Governo e o Parlamento a resolver esta questão.
O laureado Nobel da Paz afirmou ainda que «os peticionários são filhos do povo, filhos dos pobres, porque o nosso país é novo, as nossas instituições são novas, a PNTL e as F-FDTL são novas instituições, novas na independência para fazer gestão, organizar logística, infra-estruturas, o que deve levar tempo. Vários problemas aconteceram, não é tempo de acusar ou criticar o 1.º Governo Constitucional, não esqueçamos que iniciámos uma nova instituição e um Estado novo. Portanto há muita coisa dentro das instituições PNTL e F-FDTL que não decorreram bem, não devido à incapacidade do Primeiro Governo Constitucional. Não se deve esquecer que a nossa Nação obteve a independência há cinco anos. Devemos reconhecer os nossos erros, realizar diálogos com o Alfredo Reinado e com os peticionários para resolver o problema e acelerar o processo de reorganização da PNTL e das F-FDTL, para que as duas Forças possam ganhar a confiança do povo». JNSemanário.
Capitulo 2
Queridos companheiros
Membros da FRETILIN
Eu comecei a enviar cartas para o exterior para a DFSE (Delegação da FRETILIN em Serviço no Exterior) – podem perguntar ao Sr. Abílio Araújo que nós escolhemos em Março de 1981
No exterior, em Portugal, em Moçambique e também na Austrália, talvez a "INTEL" também vigiava os timorenses lá fora, não se mexiam como se os espias os seguissem, como se fossem as suas sombras e por causa disso demoraram tanto tempo para erguerem a "Convergência Nacionalista" onde surgiram vários problemas – podem perguntar aos elementos da FRETILIN no exterior, ao Sr. João Carrascalão e ao Sr. Vicente Guterres. Eu cito o nome deles só para dizer que, se pensam que eu minto, peçam-lhes para vos informar.