A FRETILIN criticou hoje a nova ministra da Justiça de Timor-Leste por ter impedido que o antigo ministro do Interior Rogério Lobato deixasse a prisão para ser operado ao coração na Malásia, acusando-a de interferir na justiça.
«No primeiro dia do novo governo há um grosseiro abuso do sistema judicial», acusou José Teixeira, deputado da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), acrescentando que, enquanto esteve no Governo, o partido nunca interferiu quando Rogério Lobato foi preso, julgado e condenado.
Rogério Lobato, que cumpre uma pena de sete anos e meio de prisão por envolvimento na distribuição de armas a civis em 2006, foi impedido quarta-feira de viajar de Díli para Kuala Lumpur, na Malásia, por ordem da nova ministra da Justiça, Lúcia Lobato.
A intervenção da nova ministra contrariou autorizações dadas anteriormente a Rogério Lobato pelo juiz do seu processo para se ausentar de Timor-Leste para ser operado ao coração na Malásia.
O antigo ministro do Interior, que há duas semana foi transferido da cadeia de Becora para o Hospital Nacional Guido Valadares por razões de saúde, acabou por viajar para Kuala Lumpur apenas na quinta-feira, depois de passar cerca de 24 horas no interior de um avião fretado estacionado no aeroporto internacional Nicolau Lobato.
Lúcia Lobato justificou a sua decisão com a falta de garantias de que Rogério Lobato regressa a Timor-Leste depois do tratamento.
A FRETILIN criticou também notícias de que a ordem do tribunal seria um «negócio» para permitir que Lobato fugisse do país.
«As notícias esqueceram o facto de ordem do tribunal ter sido emitida por um juiz, o mesmo juiz que condenou Lobato, depois de três médicos estrangeiros, incluindo um australiano, terem aconselhado a realização de uma intervenção cirúrgica ao coração que não se faz em Timor-Leste«, referiu José Teixeira.
O responsável da FRETILIN não tem dúvidas que Lobato vai voltar a Timor-Leste após o tratamento.
Diário Digital / Lusa
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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