domingo, 5 de agosto de 2007
Timor Leste: Zacarias da Costa poderá ser ministro timorense dos Negócios Estrangeiros
A Semana (Cabo Verde) – 4 de Agosto de 2007
Jorge Heitor
A escolha do novo primeiro-ministro timorense deverá ser formalizada segunda-feira, devendo na terça tomar posse o núcleo duro do IV Governo Constitucional, que sucede aos que nos últimos cinco anos, após a proclamação da independência, foram dirigidos sucessivamente por Mari Alkatiri, José Ramos-Horta e Estanislau da Silva.
Ramos-Horta, agora Presidente da República, já convidou a título privado a Aliança com Maioria Parlamentar (AMP), do seu antecessor Xanana Gusmão, a que constitua equipa, tendo dito quinta-feira à noite na televisão que ela tem condições para ver aprovado um Orçamento pelo Parlamento. Ao contrário da Fretilin, que apesar de ser o partido mais votado nas legislativas de Junho não consegue, mesmo com os seus aliados, controlar mais de 24 dos 65 deputados.
De modo a facilitar a formação de uma equipa governamental da AMP liderada por Xanana, o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão, desistiu de fazer parte do executivo, tendo afirmado à Lusa que a Fretilin o tem como "o alvo a atingir". Mas que a nova maioria parlamentar nunca aceitará um Governo chefiado por um independente, como chegou a ser sugerido por Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária.
Fernanda Borges, líder do Partido de Unidade Nacional (PUN), que votou ao lado da AMP na escolha de Fernando "Lasama" de Araújo para a presidência do Parlamento, considerou ontem ao PÚBLICO ser "muito lamentável" que Carrascalão não vá para vice-primeiro-ministro, dada a sua "experiência governamental e administrativa".
No caso de se manter a actual impossibilidade de qualquer Governo de Grande Inclusão, de que a Fretilin viesse a fazer parte, como Ramos-Horta e Alkatari gostariam, a bem da estabilidade nacional, as perspectivas actuais são de que Xanana Gusmão tome posse na terça-feira como primeiro-ministro.
De acordo com fonte da AMP ontem à noite consultada pelo PÚBLICO, o ministério dos Negócios Estrangeiros deverá ser entregue ao presidente da bancada parlamentar do PSD, Zacarias Albano da Costa, vice-presidente da Cruz Vermelha de Timor-Leste. O da Justiça está destinado a Lúcia Lobato, vice-presidente da mesma bancada, e o das Finanças a Giall Alves, secretário-geral da Associação Social Democrata Timorense (ASDT).
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10 comentários:
As eleições legislativas servem para o povo escolher os 65 deputados do Parlamento Nacional e simultaneamente para revelar o peso proporcional dos vários partidos e para escolher o primeiro-ministro.
Se Ramos-Horta insistir em escolher para primeiro-ministro o líder do CNRT que foi derrotado pela Fretilin e ficou em segundo lugar, então Ramos-Horta agirá contra a democracia, porque a democracia elegeu a Fretilin para governar
Conseguirá alguém viver em paz quando é "ajudado" com injecções periódicas da guerra, tem a vizinhança a instilar quotidianamente veneno e calúnia, quando os que, dentro de casa, se dizem arautos da concórdia e da misericórdia, não aceitam ver beliscado - ao de leve que seja - o seu estatuto de privilegiados exclusivos, únicos portadores da verdade única, como Xanana e Horta?
Para quê escolhas democráticas quando os eleitos não servem os interesses dos poderosos? As eleições apenas servem para homologar a presença nos órgãos de decisão de quem decide de acordo com os "donos do mundo"?
Muito mais que lamentável, tudo isto é um nojo, uma indignação, uma exigência de luta.
Bem faz a Fretilin que não se acomoda e vai à luta!
o SR Zacarias quando ainda tinha cabelos pretos. Princesa Milena bonita alegra o coracao do Sr Zacarias.
Amigo que tirou a foto
"Não vai ser fácil daqui para a frente gerir politicamente o país e as expectativas do eleitorado, se estamos, logo à partida, a pôr em causa o estipulado na Constituição e começamos a pôr em causa o que nós próprios políticos dizemos sobre respeito da democracia e dos direitos", declarou Estanislau da Silva.
E tem toda a razão. porque se o PR convidar o Xanana que foi o maior derrotado das eleições, não apenas rouba a vitória à Fretilin como se comporta como um ditador que não respeitou os resultados eleitorais.
E em vez de um ditador passamos a ter dois ditadores desavergonhados e usurpadores da vontade do povo expressa nas eleições – o Horta e o Xanana.
Faço minhas as palavras dos deslocados:
«Xanana é revolucionário, mas com cérebro de John Howard e G.W.Bush»,
«Stop!!! Konsep Perang»
«Deputado Xanana tem que responsabilizar-se pela crise entre "lorosae" e "loromonu"»
«Os traidores não merecem governar»
«Queremos justiça para os autores dos crimes de 2006»
«Não concordamos que o Presidente da República inclua Xanana Gusmão como primeiro-ministro»
«Os deslocados não têm dignidade a viver debaixo de um toldo no seu próprio país».
"CNRT = Conselho Nacional da Revolta do Traidor»
«CNRT = Conselho Nacional da Recolha do Traidor»
«Traidor uma vez, traidor sempre»
Os «objectivos» da AMP são como «salvar os autonomistas, pisar o povo maubere, sobretudo o mais miúdo, alcançar uma nação capitalista e dar liberdade aos autores da crise»
«O filho do povo maubere precisa de um primeiro-ministro e não de uma pessoa choramingas como o irmão grande Xis»
DECLARACAO - 6 de Agosto de 2007
FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN
DECLARAÇÃO
A Comissão Política Nacional da FRETILIN, orgão político-executivo do partido, reuniu hoje em Dili 06 de Agosto de 2007, decidiu tornar clara a posição da FRETILIN face ao convite do Presidente da República ao CNRT, o segundo partido mais votado, e os seus aliados para formar o Governo.
A FRETILIN sempre procurou interpretar racionalmente a mensagem do eleitorado logo depois do anúncio ou certificação formal feita pelo Tribunal de Recursos dos resultados eleitorais onde ficou evidente que ganhou as eleições. Deste modo a FRETILIN avançou desde o início com a proposta de um Governo de Grande Inclusão na linha defendida por S.E o Presidente da República.
A FRETILIN, uma vez mais, fazendo leitura correcta a mensagem vinda do eleitorado, apoiou sem equívocos a proposta do Governo de Grande Inclusão do Presidente da República. Contudo, manteve a posição de que o PM deveria ser indigitado pela FRETILIN, partido mais votado nas eleições parlamentares para ser em conformidade com os artigos 85 e 106 da Constituição da República Democrática de Timor-Leste.
Face a intransigência do CNRT e seus aliados e ainda no contexto do GGI, a FRETILIN voltou novamente a propor ao PR a indicação de um independente para liderar o Governo. Contudo essa mesma proposta foi igualmente rejeitada pelo CNRT e seus aliados.
Perante tal realidade, a FRETILIN considera que, para sermos fieis aos artigos conjugados nr. 85 e 106, da Constituição da República Democrática de Timor Leste, o Presidente da República deve convidar a FRETILIN para formar o governo e só na situação clara de rejeição do seu Programa pelo Parlamento Nacional, por duas vezes consecutivas, pode SE o PR convidar o Segundo Partido mais votado. Não sendo este o caso, a FRETILIN considera a decisão do PR de convidar o CNRT e seus aliados para formar o governo, uma decisão contrária a Constituição da RDTL e politicamente desrespeitadora das expectativas do eleitorado timorense que iam no sentido de todos trabalharmos em conjunto para reestabelecer a estabilidade que tanto almejamos e reforçar o Estado de Direito Democrático.
Como consequência, a FRETILIN declara que não cooperará com um Governo empossado à margem da Constituição mas, consciente das suas responsabilidades, tudo fará, ao seu alcance, para consciencializar todo o povo no sentido do mesmo poder combater por vias legais a usurpação do poder, contribuir para pôr fim a violência, restabelecer a Lei e a Ordem, restaurar a paz e a estabilidade.
A FRETILIN mutiplicar-se-á em acções legais no sentido de impor o respeito pela Constituição e pelas Leis da República Democrática de Timor-Leste e devolver ao povo a confiança no Sistema politico no nosso país.
A Luta Continua!
Dili, 6 de Agosto de 2007.
Francisco Guterres ( LU OLO ) Mari Bin Amude Alkatiri
«A FRETILIN rejeita totalmente este governo e vai continuar a combater no sentido de não cooperar com este governo inconstitucional, um governo que não serve para nada, um governo que viola a Constituição da República Democrática de Timor-Leste», explicou Lu-Olo e prometeu ainda a abertura da «frente de luta» da FRETILIN «por vias legais» nomeadamente através de acções no parlamento.
«Temos 21 cadeiras com mais alguns aliados e vamos combater dentro do próprio parlamento e depois vamos abrir mais outras frentes de luta através de manifestações nos distritos, aqui mesmo em Díli».
Tal como os deslocados que não têm nada a perder porque já lhes tiraram tudo, então por que não lutar?
Vamos, à luta amigos da Fretilin! A luta é o caminho!
Conseguirá alguém viver em paz quando é "ajudado" com injecções periódicas da guerra, tem a vizinhança a instilar quotidianamente veneno e calúnia, quando os que, dentro de casa, se dizem arautos da concórdia e da misericórdia - Xanana e Horta! - não aceitam ver beliscado - ao de leve que seja - o seu estatuto de privilegiados exclusivos, únicos portadores da verdade única?
Para quê escolhas democráticas quando roubam desavergonhadamente a vitória da Fretilin cujo único “crime” foi não servir os interesses dos poderosos, e particularmente dos gananciosos vizinhos estrangeiros?
As eleições apenas servem para homologar a presença nos órgãos de decisão de quem decide de acordo com os "donos do mundo", mesmo tendo-as perdido como perdeu clamorosamente o Xanana?
Muito mais que lamentável, tudo isto é um nojo, uma indignação, uma exigência de luta. Bem faz a Fretilin que não se acomoda e vai à luta!
Bem fazem todos os seguidores da Fretilin que não calam a sua revolta perante tão descarada usurpação dos seus votos que foram maioritários.
Nunca em Portugal – pese embora todas os recuos da nossa democracia – roubaram de forma tão acintosa o direito do mais votado formar governo.
Formaram-no com minorias Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso entre outros e o de Cavaco teve a mesma percentagem da Fretilin e teve também os partidos perdedores a exigirem do PR serem eles a formar governo e Mário Soares não cedeu!
É simplesmente vergonhoso que a comunidade internacional em geral e Portugal e a ONU em particular se calem, sancionando esta insensata e anti-democrática pouca-vergonha.
Isto é um autêntico roubo à mão armada à democracia depois de terem andado mais de um ano - com difamações, calúnias, violência, incêndios e pilhagens - a tentar roubar a honra do único partido Timorense que lutou durante 24 longos e duros anos pela libertação da sua pátria.
Como é que querem que sem democracia haja paz? Sem democracia nunca há paz!
«Timor é um caso de sucesso que acabou em 20 de Maio de 2002» esta é a frase imbecil que o então PR e agora nomeado para PM se gaba de dizer a todas as personalidades que visitam o seu país desde 20 de Maio de 2002, a data formal da independência de Timor-Leste.
E é este imbecil e arrogantemente mesquinho idiota que perdeu as eleições que vai ser o PM! Valha-nos Deus! Muito sofre o sofredor povo Timorense!
"Tomei a decisão de convidar a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) para formar o governo", disse Ramos Horta.
Convidar para formar governo quem não se sujeitou ao escrutínio popular é contra todas as regras de qualquer democracia, tanto mais que não se deu ao partido mais votado a oportunidade de formar governo e de apresentar o seu programa para apreciação parlamentar.
E pior ainda, está a convidar o que nem sequer existe, pois a alegada AMP não passa de um cozinhado de quatro líderes que ATÈ HOJE, nem sequer foi institucionalizada pelas direcções dos respectivos partidos
"Não pensem que a Fretilin perdeu” diz o Horta.
Não, toda a gente sabe que a Fretilin não só não perdeu como ganhou as eleições e que está a ser imoral e indecentemente roubada dessa sua vitória. Apenas para o Horta é que a Fretilin ganhando, perdeu.
Mas os hortas passam e os partidos com raízes profundas na defesa dos interesses do povo permanecem.
Vivam os Timorenses e Viva a luta dos Timorenses pela libertação e independência nacionais.
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