segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Timor-Leste: PR convida Xanana Gusmão a formar governo


O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, convidou hoje o seu antecessor, Xanana Gusmão, a formar o novo governo do país.

Ramos-Horta anunciou ainda que a tomada de posse ocorrerá já na próxima quarta-feira.

Diário Digital / Lusa

06-08-2007 9:25:00







Alkatiri: «É o Estado que deve controlar eleitorado»

O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou hoje que «é o Estado que deve controlar o eleitorado», não o partido, confrontado com o convite iminente do Presidente timorense à oposição para formar governo.

«É o Estado que, acima de tudo, deve ter a capacidade de controlar [o eleitorado]. Não deve pedir ao partido. Nós fazemos a persuasão política, tentamos persuadir», afirmou o ex-primeiro-ministro, questionado pela Lus

Timor: Fretilin «combaterá por vias legais usurpação poder»

A Fretilin «não cooperará com um governo empossado à margem da Constituição» de Timor-Leste e «combaterá por vias legais usurpação do poder», afirmou hoje em Díli o presidente do partido, Francisco Guterres «Lu-Olo».

O dirigente da Fretilin falava numa conferência de imprensa na residência do secretário-geral do partido e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, após uma reunião da comissão política nacional da Fretilin, horas antes do presidente timorense, José Ramos-Horta, anunciar o nome do próximo chefe do governo.

Na conferência de imprensa, participam também Mari Alkatiri e Manuel Tilman, da coligação KOTA/PPT, que apoia a Fretilin.

Diário Digital / Lusa

06-08-2007 7:32:00

Timor-Leste: Campanha anti-Xanana antecipa convite do PR

O convite a Xanana Gusmão para formar o novo governo de Timor-Leste, previsto para hoje, provocou já a reacção de pelo menos dois dos campos de deslocados de Díli, com o ex-Presidente a ser tratado de «traidor».

Cartazes e declarações directas contra Xanana Gusmão, o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) e a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) surgiram nas últimas 24 horas junto ao campo de deslocados do aeroporto, em Comoro, e ao campo do porto de Díli, no jardim diante do Hotel Timor.

«Xanana é revolucionário, mas com cérebro de John Howard e G.W.Bush», pode ler-se num cartaz hoje afixado em Comoro e que alude ao primeiro-ministro da Austrália e ao Presidente dos Estados Unidos.

Um cartaz em bahasa indonésio, língua usada em vários dos letreiros erguidos hoje em Comoro, exige a Xanana que «páre o seu plano de guerra» («Stop!!! Konsep Perang», literalmente).

«Deputado Xanana tem que responsabilizar-se pela crise entre "lorosae" e "loromonu"», exige outro cartaz por referência ao conflito que estalou em Abril e Maio de 2006 entre timorenses originários dos distritos ocidentais e timorenses dos distritos orientais do país.

Um número estimado de 100 mil deslocados continuam a viver em campos ou em residências provisórias na capital e por todo o país, segundo a última actualização, relativa a Julho, divulgada pelo Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária.

Em Díli, há pelo menos 30 mil deslocados.

Os campos do aeroporto e do porto de Díli estão entre os mais politizados da cidade e acompanham muito de perto a situação política e de segurança da capital e do país.

«Os traidores não merecem governar», declarou hoje de manhã uma das responsáveis do campo de deslocados do aeroporto, dizendo falar em nome dos deslocados de toda a cidade.

«Queremos justiça para os autores dos crimes de 2006», afirmou Madalena Tilman numa declaração lida à imprensa.

«Não concordamos que o Presidente da República inclua Xanana Gusmão como primeiro-ministro», afirmou a representante dos deslocados, alegando que declarações do ex-chefe de Estado na televisão pública, em 2006, «resultaram em muitas vítimas».

«Não somos tratados como pessoas, mas como projecto dos governantes», acrescentou Madalena Tilman, afirmando que «os deslocados não têm dignidade a viver debaixo de um toldo no seu próprio país».

O mesmo tom contra Xanana Gusmão marca vários cartazes erguidos em Comoro e no centro da cidade, junto aos campos de deslocados que têm demonstrado com frequência posições pró-Fretilin.

Num deles, a sigla CNRT é desdobrada em «Conselho Nacional da Revolta do Traidor» e «Conselho Nacional da Recolha do Traidor».

Um cartaz refere apenas: «Traidor uma vez, traidor sempre».

Os «objectivos» da AMP, de que o CNRT faz parte, são referidos noutro cartaz como «salvar os autonomistas, pisar o povo maubere, sobretudo o mais miúdo, alcançar uma nação capitalista e dar liberdade aos autores da crise».

Os ataques à pessoa de Xanana Gusmão começaram de forma clara domingo, em frente ao campo de deslocados do porto de Díli, com uma enorme faixa: «O filho do povo maubere precisa de um primeiro-ministro e não de uma pessoa choramingas (»tanis ten«, em tétum) como o irmão grande Xis».

Diário Digital / Lusa

06-08-2007 7:13:00

Timor: «O eleitorado Fretilin vai ficar frustrado», diz PM

O pedido do Presidente da República à Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) para formar governo, esperado para hoje, provocará «a frustração no eleitorado da Fretilin», afirmou o actual primeiro-ministro Estanislau da Silva em entrevista à agência Lusa.

«Não vai ser fácil daqui para a frente gerir politicamente o país e as expectativas do eleitorado, se estamos, logo à partida, a pôr em causa o estipulado na Constituição e começamos a pôr em causa o que nós próprios políticos dizemos sobre respeito da democracia e dos direitos», declarou Estanislau da Silva.

José Ramos-Horta deverá anunciar ainda hoje o convite à AMP, que reúne os quatro maiores partidos da oposição, a formar governo.

Questionado sobre se aceitaria integrar um executivo chefiado por Xanana Gusmão, Estanislau da Silva sublinha que é dirigente e deputado eleito de um partido e «é ao partido que cabe a decisão».

«Sou timorense e gostaria de contribuir para esse país mas também faço parte da liderança da Fretilin e só estaria num governo mediante a decisão formal do meu partido», respondeu o primeiro-ministro no que pode ser o último dia de funções do III Governo Constitucional.

«As promessas foram feitas e não vejo como vão ser cumpridas porque não há nenhum programa visível», afirmou Estanislau da Silva sobre o que espera de uma governação da AMP.

«Fico muito preocupado quando ouço dizer que se vai fazer tudo de novo», acrescentou Estanislau da Silva.

«Não vai ser fácil» governar o país, declarou o primeiro-ministro.

«Espero que o novo governo aproveite as capacidades existentes».

Após a posse do IV Governo, Estanislau da Silva tenciona manter o lugar de deputado no novo parlamento.

Estanislau da Silva tomou posse como primeiro-ministro a 19 de Maio, na sequência da eleição do anterior chefe de governo, José Ramos-Horta, para Presidente da República.

Estanislau da Silva era ministro da Agricultura e primeiro vice-primeiro-ministro do II Governo Constitucional.

Diário Digital / Lusa

06-08-2007 6:25:00

9 comentários:

Anónimo disse...

As eleições legislativas serviram para o povo escolher os 65 deputados do Parlamento Nacional e simultaneamente revelaram o peso proporcional dos vários partidos e a preferência para a indicação do primeiro-ministro e para a formação do governo. E sem margem de dúvidas foi a Fretilin que o povo escolheu e que interpretando o verdadeiro sentido da votação propôs um Governo de Grande Inclusão onde todos os partidos estivessem presentes.

Ramos-Horta fechou os olhos e os ouvidos à escolha do povo e e à proposta da Fretilin e persistiu no erro colossal de pôr como primeiro-ministro o maior derrotado das eleições, o Xanana e os seus aliados os pró-integracionistas, os colaboradores dos militares indonésios nos massacres que desde 1975 levaram a morte e a destruição à sua terra e ao seu povo. Traidor uma vez, traidor sempre!

É uma decisão ao arrepio da Constituição, das leis, da democracia e do bom-senso e que vai certamente provocar mais frustrações, mais instabilidade, mais discórdia e mais violência.

Muito mal andou o Xanana e o Ramos-Horta.

Anónimo disse...

A voz do povo é a voz de Deus:

Os «objectivos» da AMP são como «salvar os autonomistas, pisar o povo maubere, sobretudo o mais miúdo, alcançar uma nação capitalista e dar liberdade aos autores da crise»

«O filho do povo maubere precisa de um primeiro-ministro e não de uma pessoa choramingas como o irmão grande Xis»

«Os traidores não merecem governar»

Abaixo todos os choramingas de lágrimas de crocodilo!
Viva o Povo de Timor-Leste!
Viva a Fretilin!

Anónimo disse...

Tal como os deslocados que não têm nada a perder porque já lhes tiraram tudo, então por que não lutar?

Vamos, à luta amigos da Fretilin!

Anónimo disse...

Como diz o Lu-Olo «Timor-Leste abriu um precedente muito grave de violação flagrante da Constituição de forma que Timor-Leste está dividido. Antes, defendíamos a unidade nacional e do país e a nossa soberania. Com esta decisão do presidente Horta, ele violou a Constituição e o país está dividido»

E é indecente que tenham sido os PR’s da mais jovem democracia do mundo que tenham aberto esses graves precedentes de violação da Constituição e de usurpação do direito ao partido mais votado, a Fretilin, para formar governo.

E é imoral que a comunidade internacional sancione estas manobras do seu vizinho ganancioso para dividir o povo e assim com mais facilidade deitar mãos às riquezas naturais – ao petróleo e ao gás – do mar de Timor.

Como explica Lu-Olo «A FRETILIN rejeita totalmente este governo e vai continuar a combater no sentido de não cooperar com este governo inconstitucional, um governo que não serve para nada, um governo que viola a Constituição da República Democrática de Timor-Leste”.

E fazem eles muitíssimo bem! Vamos à luta, amigos da Fretilin!

Anónimo disse...

«A FRETILIN rejeita totalmente este governo e vai continuar a combater no sentido de não cooperar com este governo inconstitucional, um governo que não serve para nada, um governo que viola a Constituição da República Democrática de Timor-Leste», explicou Lu-Olo e prometeu ainda a abertura da «frente de luta» da FRETILIN «por vias legais» nomeadamente através de acções no parlamento.

«Temos 21 cadeiras com mais alguns aliados e vamos combater dentro do próprio parlamento e depois vamos abrir mais outras frentes de luta através de manifestações nos distritos, aqui mesmo em Díli».

Tal como os deslocados que não têm nada a perder porque já lhes tiraram tudo, então por que não lutar?

Vamos, à luta amigos da Fretilin! A luta é o caminho!

Anónimo disse...

Conseguirá alguém viver em paz quando é "ajudado" com injecções periódicas da guerra, tem a vizinhança a instilar quotidianamente veneno e calúnia, quando os que, dentro de casa, se dizem arautos da concórdia e da misericórdia - Xanana e Horta! - não aceitam ver beliscado - ao de leve que seja - o seu estatuto de privilegiados exclusivos, únicos portadores da verdade única?

Para quê escolhas democráticas quando roubam desavergonhadamente a vitória da Fretilin cujo único “crime” foi não servir os interesses dos poderosos, e particularmente dos gananciosos vizinhos estrangeiros?

As eleições apenas servem para homologar a presença nos órgãos de decisão de quem decide de acordo com os "donos do mundo", mesmo tendo-as perdido como perdeu clamorosamente o Xanana?

Muito mais que lamentável, tudo isto é um nojo, uma indignação, uma exigência de luta. Bem faz a Fretilin que não se acomoda e vai à luta!

Bem fazem todos os seguidores da Fretilin que não calam a sua revolta perante tão descarada usurpação dos seus votos que foram maioritários.

Nunca em Portugal – pese embora todas os recuos da nossa democracia – roubaram de forma tão acintosa o direito do mais votado formar governo.

Formaram-no com minorias Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso entre outros e o de Cavaco teve a mesma percentagem da Fretilin e teve também os partidos perdedores a exigirem do PR serem eles a formar governo e Mário Soares não cedeu!

É simplesmente vergonhoso que a comunidade internacional em geral e Portugal e a ONU em particular se calem, sancionando esta insensata e anti-democrática pouca-vergonha.

Isto é um autêntico roubo à mão armada à democracia depois de terem andado mais de um ano - com difamações, calúnias, violência, incêndios e pilhagens - a tentar roubar a honra do único partido Timorense que lutou durante 24 longos e duros anos pela libertação da sua pátria.

Como é que querem que sem democracia haja paz? Sem democracia nunca há paz!

Anónimo disse...

«Timor é um caso de sucesso que acabou em 20 de Maio de 2002» esta é a frase imbecil que o então PR e agora nomeado para PM se gaba de dizer a todas as personalidades que visitam o seu país desde 20 de Maio de 2002, a data formal da independência de Timor-Leste.

E é este imbecil e arrogantemente mesquinho idiota que perdeu as eleições que vai ser o PM! Valha-nos Deus! Muito sofre o sofredor povo Timorense!

Anónimo disse...

"Tomei a decisão de convidar a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) para formar o governo", disse Ramos Horta.

Convidar para formar governo quem não se sujeitou ao escrutínio popular é contra todas as regras de qualquer democracia, tanto mais que não se deu ao partido mais votado a oportunidade de formar governo e de apresentar o seu programa para apreciação parlamentar.

E pior ainda, está a convidar o que nem sequer existe, pois a alegada AMP não passa de um cozinhado de quatro líderes que ATÈ HOJE, nem sequer foi institucionalizada pelas direcções dos respectivos partidos

"Não pensem que a Fretilin perdeu” diz o Horta.

Não, toda a gente sabe que a Fretilin não só não perdeu como ganhou as eleições e que está a ser imoral e indecentemente roubada dessa sua vitória. Apenas para o Horta é que a Fretilin ganhando, perdeu.

Mas os hortas passam e os partidos com raízes profundas na defesa dos interesses do povo permanecem.

Vivam os Timorenses e Viva a luta dos Timorenses pela libertação e independência nacionais.

Anónimo disse...

COMO A MELICIA INDONESIO, A FRETILIN QUEIMA AS EVDENCIAS DOS CRIMES COMETIDOS DURANTE 5 ANOS..

JA E' TEMPO DE ALKATIRI E LUOLO ACOMPANHAREM ROGERIO LOBATO.