sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Veterano rebelde se rende com outros cinco homens no Timor

Dili, 28 fev (Lusa) - Um veterano da guerrilha e importante membro do grupo rebelde das Forças Armadas timorenses rendeu-se com cinco homens e uma arma, anunciou nesta quinta-feira o Comando Conjunto da operação de captura do ex-tenente Gastão Salsinha.

"É um dia de graças", afirmou o tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante do Comando Conjunto da operação "Halibur", ao apresentar os seis rebeldes que se renderam às forças de segurança timorenses.

Trata-se de Bernardo da Costa "Cris", um veterano da guerrilha que teve um papel importante na dinamização da petição que, em janeiro de 2006, recolheu assinaturas contra suposta discriminação no seio das Falintil – Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL).

Bernardo da Costa "Cris" e o seu grupo entregaram-se às autoridades trazendo uma arma HK33 que tinha sido entregue ao veterano da guerrilha por Susar, um membro do antigo grupo de Alfredo Reinado.

Desde a morte de Alfredo Reinado, durante o ataque à residência do presidente da República, José Ramos-Horta, em 11 de fevereiro, Susar está foragido com o que resta do grupo de Reinado, agora sob a chefia do ex-tenente Salsinha.

"Estava em um esconderijo quando passou Susar e nos deu uma arma", explicou aos jornalistas o veterano rebelde.

"Não estava aliado a eles naquele momento, mas como eles estavam armados não recusei a arma que me deram", disse Bernardo da Costa "Cris".

O veterano declarou também que não participou do ataque contra José Ramos-Horta nem contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

"Eu sabia que o Salsinha ia fazer uma operação e escondi-me com os rapazes", contou hoje o peticionário em entrevista coletiva realizada na sede do Comando Conjunto, em um salão de conferências no centro de Dili.

Todos os peticionários que entram no processo de aquartelamento passam pelo salão do Comando Conjunto, onde são interrogados e assistidos com alimentação e bebidas.

"O melhor caminho não é a guerra. Durante 24 anos, lutamos e tivemos sofrimento e morte. Sentir que temos uma arma na nossa mão sempre vai provocar mais guerra. É melhor entregar a arma à nação", explicou Bernardo da Costa "Cris" sobre os motivos da sua rendição.

Sobre o grupo de Gastão Salsinha, o veterano afirmou ter visto que "andam armados", mas não sabe de quantos elementos e quantas armas dispõe o sucessor de Alfredo Reinado.

Na sua edição de hoje, o diário Timor Post refere uma reunião de duas horas que houve quarta-feira entre Xanana Gusmão, o bispo de Dili, D. Alberto Ricardo, e o chefe do Estado-Maior General das F-FDTL, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, em torno de uma possível rendição de Gastão Salsinha à Igreja Católica.

Vários elementos do antigo grupo de Alfredo Reinado, que não pertencem aos quase 600 peticionários expulsos das F-FDTL em março de 2006, entregaram-se nos últimos dias às autoridades timorenses ou à Polícia das Nações Unidas (UNPol).

Em um incidente considerado "muito grave" por oficiais da UNPol ouvidos pela agência Lusa, as F-FDTL retiraram quarta-feira à polícia da ONU um elemento do grupo de Alfredo Reinado que se rendeu no enclave de Oécussi e que foi transportado de helicóptero para Dili.

A Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT) não reagiu oficialmente ao incidente, que no entanto foi objeto de várias "reuniões de crise", segundo fontes ouvidas pela Lusa.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Timor Leste: Soldado Martinho, um arguido acantonado com peticionários


Díli, 27 Fev (Lusa) - Martinho de Almeida, fugido com o major Alfredo Reinado desde 2006, rendeu-se segunda-feira passada à polícia internacional em Timor-Leste e no dia seguinte estava de novo em liberdade, desta vez entre mais de 500 peticionários.

"Quando me entreguei, não pensava que me iam pôr aqui", afirmou hoje à agência Lusa o antigo subalterno do major Alfredo Reinado.

Martinho de Almeida entregou-se à Polícia das Nações Unidas (UNPol) em Maubisse (oeste), que também era a terra natal de Alfredo Reinado, e o comandante operacional da UNPol, Hermanprit Singh, escoltou-o pessoalmente para Díli.

A surpresa de Martinho de Almeida é que "julgava que ia ser preso". Não foi. Depois de interrogado em Caicoli, no centro de Díli, "entre as 18:00 e a meia-noite de segunda-feira", Martinho de Almeida foi transportado terça-feira para o acantonamento dos peticionários das Forças Armadas.

Depois da expulsão das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e de dois anos em fuga, num limbo negocial com o Estado timorense, os peticionários iniciaram a 07 de Fevereiro de 2008 um acantonamento em Aitarak Laran, numa zona central da capital.

Hoje de manhã, na formatura, a contagem de peticionários ia já em 557, e mais eram esperados de vários distritos.

Martinho de Almeida tem uma história diferente dessa multidão de descontentes das F-FDTL, que, em Janeiro de 2006, alegaram discriminação de base regional no seio da instituição militar.

O soldado Martinho, como os 17 co-arguidos iniciais do processo Reinado, tem uma questão penal por resolver. Os peticionários, como várias vezes lembraram os líderes timorenses, são uma questão política.

"O meu futuro só será decidido depois de resolver o caso com a justiça. Eu estou pronto para ir a tribunal e aceitar a sentença que o juiz me der", afirmou hoje o jovem soldado, 26 anos, que entrou para as F-FDTL com 21, em 2003.

Martinho de Almeida, como o seu antigo comandante, foi acusado de crimes de homicídio, rebelião contra o Estado e porte ilegal de material de guerra.

Fez parte do grupo da Polícia Militar que seguiu o major Reinado quando ele abandonou o quartel, em Abril de 2006, no início da grande crise política e militar.

Martinho de Almeida reconheceu à Lusa que participou no primeiro incidente grave entre o major Alfredo Reinado e as F-FDTL, uma emboscada em Fatuhai, a sul de Díli.

"Mas era o major que estava à frente a disparar. Eu não fiz parte, estava na retaguarda do grupo", afirmou o soldado.

"Eu saí (de Díli) com Alfredo Reinado porque ele era o meu comandante e eu sou apenas um soldado e obedeço a ordens. Hoje teria de obedecer na mesma", explicou.

Martinho de Almeida continuou com Reinado nos meses seguintes, "até à entrega das armas pesadas e dos rádios" em Ermera, em Junho, e, no final de Julho, à detenção do ex-comandante da PM em Díli, pela GNR.

O soldado Martinho esteve também com o major Reinado na fuga do Estabelecimento Prisional de Becora, onde estava em prisão preventiva, a 30 de Agosto de 2006. Esteve fugido à justiça desde essa data até segunda-feira passada.

Martinho de Almeida afirmou à Lusa que esteve com Alfredo Reinado em Same (sul) durante o cerco e o ataque por tropas australianas, em Março de 2007. "Mas depois disso desviei para Maubisse e não voltei a estar com o major Reinado", contou.

"Só voltei a vê-lo em Novembro (de 2007), na parada de Gleno", a sudoeste de Díli, onde Alfredo Reinado juntou algumas centenas de peticionários numa demonstração de força.

"Não voltei a vê-lo depois disso. Nem participei no ataque de 11 de Fevereiro" ao Presidente da República, José Ramos-Horta, e ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, garantiu Martinho de Almeida sob o olhar atento e desconfiado de alguns peticionários.

A entrega voluntária de Martinho de Almeida "em nada altera a sua condição de arguido", afirmou à Lusa uma fonte judicial.

O despacho da Procuradoria-geral da República que mandou entregar o arguido em Aitarak Laran "foi motivado por se considerar que não era a melhor opção neste momento enviá-lo para a prisão de Becora", segundo a mesma fonte.

Martinho de Almeida vai ser ouvido por um juiz, talvez quinta-feira.

Os elementos da UNPol que o conduziram a Aitarak Laran levavam uma ordem para o entregar ao major Tilman - um dos elementos do actual processo de acantonamento que, no entanto, não fazia parte dos 592 signatários iniciais da petição nas Forças Armadas há dois anos.

Dos 17 co-arguidos no processo Reinado, dois estão em prisão preventiva, dois morreram no ataque a José Ramos-Horta e cinco entregaram-se ou foram capturados, segundo fonte judicial.

O julgamento tem a próxima audiência para 04 de Março.

Lusa/fim

197 candidaturas para Nobel da Paz

Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, propôs a candidatura de José Manuel Durão Barroso


Um número quase recorde de 197 candidatos disputam este ano o Prémio Nobel da Paz. Entre os possíveis premiados, estão o presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, o ex-chanceler alemão Helmut Kohl e o Esperanto.


O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo Instituto Nobel de Oslo, sendo que o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, propôs a candidatura de José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Comissão Europeia.

Ramos-Horta, Nobel da Paz em 1996, justificou a sua proposta por considerar que desde que Durão Barroso assumiu os destinos da Comissão Europeia, "há um diálogo pacífico que é benéfico para as forças da ONU e refugiados".

Segundo informou o director do Instituto Nobel de Oslo, Geir Lundestad, este ano foi apresentado o segundo maior número de candidaturas registadas na história do prémio, em 2005, quando foram apresentadas 199 candidaturas .

Em 2007, foram galardoados com o Nobel da Paz o antigo vice-presidente norte-americano Al Gore e o Grupo intergovernamental de peritos sobre a evolução do clima (Giec) devido às acções desencadeadas para fazer face ao aquecimento global.

http://www.correiomanha.pt

Tropa do Timor tira da UNpol rebelde que havia se rendido

Photo: Homens de Alfredo


Dili, 27 fev (Lusa) - Oficiais das Forças Armadas timorenses retiraram à Polícia das Nações Unidas (UNPol) um membro do grupo do rebelde Alfredo Reinado que havia se rendido nesta quarta-feira, afirmou uma fonte da missão internacional à Agência Lusa.
O rebelde pertencia ao grupo do major foragido Alfredo Reinado desde o início de 2007, havia se rendido à UNPol no oeste da ilha do Timor, e foi transportado pela manhã para Dili, em um helicóptero a serviço da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (Unmit).

O homem, ex-membro das Falintil - Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL), como a maior parte dos comparsas de Reinado, era co-acusado em processo por homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra.

"Depois de o helicóptero aterrissar no aeroporto, em Comoro, uma viatura das Forças Armadas entrou lá e, de armas apontadas aos oficiais da UNPol, levou o elemento que tinha se rendido a nós", contou à Lusa a mesma fonte.

No helicóptero das Nações Unidas, na companhia do rendido, viajava também o secretário de Estado da Região Autônoma de Oécussi, Jorge Teme, membro do 4º governo constitucional do país.

O incidente foi confirmado à Lusa por oficiais da UNPol, que acrescentaram que a retirada do membro do grupo de Reinado "envolveu 14 elementos das F-FDTL" e foi "considerada muito grave" na Unmit.

Questionada pela Lusa sobre o ocorrido, uma fonte oficial da Unmit respondeu apenas que a missão internacional "tem conhecimento da operação e está ainda em discussões com o governo sobre o assunto".

A Lusa procurou saber junto às F-FDTL a razão da intervenção no aeroporto de Comoro.

"Nós só queremos dizer que, quando as coisas são fáceis, não dificultem, e quando as coisas são difíceis, fazem-nas fáceis", respondeu o tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante da operação "Halibur".

O tenente-coronel das F-FDTL fez suas declarações aos jornalistas em entrevista coletiva sobre o andamento das operações de captura do grupo de Alfredo Reinado, agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.

O major Reinado liderou em 11 de fevereiro o ataque à residência do presidente timorense, José Ramos-Horta, acabando por morrer baleado.

Na investida, José Ramos-Horta foi gravemente ferido e se recupera, já fora de perigo, em um hospital em Darwin, norte da Austrália.

Pouco depois do ataque contra o presidente, um atentado liderado por Gastão Salsinha teve como alvo a comitiva onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

A rendição desta quarta-feira em Oécussi é a segunda, no espaço de 48 horas, de um membro do grupo de Reinado, depois de um ex-oficial da Polícia Militar ter se entregue à UNPol em Maubisse, na segunda-feira.

Esse outro membro que se rendeu está, desde terça-feira, no acantonamento dos rebeldes das F-FDTL, em Dili, "por decisão judicial, depois de ter sido interrogado durante seis horas, na segunda-feira", contou o homem, nesta quarta, à Agência Lusa.

Timor tem mais de 500 ex-militares rebeldes aquartelados

Photo: aquartelamento dos chamados peticionários
Dili, 27 fev (Lusa) - Ao todo, 557 ex-agentes rebeldes das Forças Armadas do Timor Leste estão aquartelados em Dili, segundo a contagem feita nesta quarta-feira.

O processo de aquartelamento dos chamados peticionários foi iniciado em 7 de fevereiro de 2007, a convite do governo timorense, após quase dois anos de impasse na situação destes ex-militares.

O governo preparou um local em Aitarak Laran, no centro da cidade, para receber as centenas de ex-militares que estiveram na origem da crise política e militar que atingiu o Timor Leste em 2006.

No primeiro dia de aquartelamento, 71 peticionários responderam à convocação do governo para resolver suas situações. Nesta quarta-feira, durante a contagem feita durante a manhã, o número de registrados atingiu 557 pessoas.
Grupo

A parte mais substancial do grupo chegou de vários distritos nos últimos três dias, transportados ou acolhidos pelas Falintil - Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL), Polícia Nacional do Timor Leste (PNTL), Polícia das Nações Unidas (UNPOL) e Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Helicópteros da Austrália e da Nova Zelândia participaram do transporte dos rebeldes de áreas mais distantes como o distrito de Oécussi, um enclave na parte ocidental da ilha do Timor.

Uma petição inicial com 159 signatários surgiu em janeiro de 2006, citando alegadas discriminações de base regional no seio das F-FDTL, de que seriam alvo os militares originários dos distritos ocidentais.

Na primeira manifestação dos peticionários, como ficou conhecido o grupo de signatários, havia 418 elementos e semanas depois, quando a petição foi levada ao então presidente Xanana Gusmão, já havia 592 assinaturas.

Os rebeldes abandonaram os quartéis e o Estado-Maior das F-FDTL decidiu pela sua expulsão, com efeitos a partir de março de 2006. No mês seguinte, uma manifestação em Dili, em frente ao Palácio do Governo, terminou em violência e desencadeou a grande crise política e militar.
Organização

Alguns oficiais se juntaram mais tarde aos rebeldes, como os majores Tilman e Tara. Além disso, os peticionários teriam sido dirigidos pelo ex-tenente Gastão Salsinha, o oficial mais graduado do grupo.

Gastão Salsinha lidera atualmente o grupo de homens armados, que era chefiado pelo major fugitivo Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, desde a crise de 2006.

Reinado foi morto durante o ataque em 11 de fevereiro contra a residência do presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, pouco antes de um segundo ataque contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, liderado por Gastão Salsinha.

A aproximação de Alfredo Reinado dos peticionários de Gastão Salsinha ficou demonstrada em uma parada militar organizada em Gleno, a sudoeste de Dili, em novembro de 2007.

A evento foi uma demonstração de força de Alfredo Reinado e Gastão Salsinha, dias depois de uma primeira tentativa fracassada promovida por Xanana Gusmão para juntar os peticionários em Aileu, a sul da capital.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

TIMOR LESTE: Investigador Hetan Osan Valor Boot Iha Bolsu Alfredo


Edition: 26 February 2008

DILI-Prokurador Geral Republika (PGR), Longuinhos Monteiro informa katak ekipa investiador hetan evidensia seluk iha mate isin Alfredo Alves Reinado nia bolsu ho osan valor boot dolar Amerikanu.

“Hau rasik seidauk haree, maibe husi informasaun nebee hau simu katak, los duni, iha Alfredo nia bolsu iha osan valor boot tebes,” hatete Longuinhos ba jornalista sira iha nia servisu fatin, Kaikoli, Dili, Segunda (25/2).

Mesmu Longuinhos konfesa osan nebee refere, maibe nia la hatete sai lolos osan valor boot nee hira. Maibe, nia hatete, husi parte investigador sei haree numeru seri osan hirak nee no sei husu ba banku iha Australia ho Indonezia para bele konfirma osan sira nee sai iha banku ida nebee.

PGR Longuihos Monteiro hamutuk ho ekipa FBI (Federal Boreu Investigation) husi nasaun Estadus Unidus, AFP (Australian Federal Police) husi Austrialia ho ekipa investigador UNPol, Sabadu-Domingu (23-24/2) halao rekonstruksaun iha rezidensia Prezidensi Ramos Horta, Metiaut, relasiona ho kazu atentadu oho Prezidenti.

Prosesu rekonstruksaun nebee hahu husi tuku 14.00-18.00 Otl la kompletu, ho nunee, prosesu rekonstruksaun nee kontinua tan fali iha loron Domingu komesa iha tuku 09.00 dader too remata.

Longuinhos mos hatete katak iha rekonstruksaun nee halo dezenhu tres dimensaun ninian para atu fasilita ema nebee mak aban bain rua hetan depoimentus ruma ka ema ruma involve para fasilita liu tan atu indika area konbertura pena de krimi nian.

Ekipa sira nee mos halo scanning ho apereilu sira nian no hetan mos kilat musan 14 no rekoila hotu kedan, no prosesu rekonstruksaun hanesan nee iha tempu besik sei halao tan iha Balibar.

Tuir Longuinhos katak kilat musan sira nee ninia kalibre 5,56 milimetrus nebee uza ba kilat sira hanesan HK-33, M-16, ho FNC nee uza kilat ho milimetrus hanesan.

Hafoin rekoilamente, ekipa sei halo izame balistiku iha semana oin nee. Dalawain sei halo tes fairing atu lori ba laboratorium Australia. Husi ekipa nee rasik sempre halo enkontru ou briefing lor-loron konaba dezenvolvimentu ba prosesu nee.

Maibe iha briefing lor-loron nee laos deit ho sira ekipa forensic maibe hamutuk mos ho investigador UNPol ninian, nebee sempre servisu hamutuk ho ekipa FBI ho AFP.

Longuinhos mos hatete katak provizoriamente evidensia nebee mak rekoila husi rekonstruksaun nee mak kilat musan deit, no sei halo three da image para bele lokaliza fatin nee ho diak para aban bainrua bele lokaliza prosesu nee lao oinsa.

Atentadu oho Prezidenti da Republika Jose Ramos Horta ho Primeiru Ministru Xanana Gusmao nee akontese iha Metiut no Balibar, Segunda (11/2) foin lalais nee.

Iha atentandu nee Prezidenti Ramos hetan tiru no eis Komandante Polisia Militar, Major Alfredo Alves Reinado ho ninia membrus Leopoldino Exposto mate iha fatin akontesementu.

PM Xanana Gusmao mesmu hetan asaltu tiru husi grupu Gastao Salsinha, la hetan kanek.

Atentadu Oho PR Horta Planeiadu

Prokurador Geral da Republika, Longuinhos Monteiro deklara katak problema kazu atentadu oho Prezidenti da Republika, Jose Ramos Horta iha ninia rezidensia Metiaut, Segunda (11/2) foin lalais nee, planeiadu husi grupu eis Komandante Polisia Militar Alfredo Alves Reinado, bazeia ba mapa nebee investigador sira hetan.

“Mapa (peta) nee iha indisius forte katak atentadu hirak nee planeiadu antes tiha ona husi matebian Alfredo no ninia grupu, ami mos halo tiha ona konfirmasaun katak mapa nee Alfredo mak halo,” hatete Longuinhos.

Tuir Longuinhos katak mapa nee nudar evidensia nebee mak importante hodi suporta tan parte ekipa ninia investigasaun hodi hatete katak atentadu tiru hasoru Prezidenti Jose Ramos Horta nee planu antes kedan, tanba iha mapa ida nebee mak investigador sira foti husi Major Alfredo Reinado nebee mak mate iha Tempat Kejadian Perkara (TKP).

Longuinhos mos hatete katak iha mapa laran nee Alfredo dezeina espesifikamente area Prezidenti Horta ninian rezidensi, no iha mos pontu tolu nebee mak sira determina tiha ona hanesan kolokasaun membrus hodi halo kobertura iha rezidensia PR Horta, tantu iha foho leten no iha area tasi ninian.

Prokurador Jeral nee mos hatete katak konaba planeia atentandu nee sein duvidas no 100% bele dehan nee planeiadu. Tuir Longuinhos katak iha mapa laran nee dezaina uma PR Horta ninian. Tama iha rezidensia nee husi nebee no sai husi area PR Horta nia rezidensia nee husi dalan nebee. arm

Transcript of UNMIT Press Conference

Transcript of UNMIT Press Conference
25 February 2008, 16:00 hrs
UNMIT Headquarters, Obrigado Barracks, Dili, Timor-Leste



The following is a near-verbatim transcript of a press conference by Atul Khare, Special Representative of the Secretary-General (SRSG) for Timor-Leste.
Spokesperson Allison Cooper: Good afternoon everyone, thank you for coming at such short notice. The SRSG Atul Khare will be making a statement and then we will be opening for questions.

SRSG Atul Khare: Thank you everybody for coming. I personally received information this morning that one of the co-accused in the earlier case, you know the number of the case, 233/3/ord/2007, had willing decided to voluntarily submit himself to justice. I immediately spoke to the UNPOL Police Commissioner, who as you know continues as the interim General Commander of the PNTL, Rodolfo Tor, and requested that Deputy Police Commissioner for Operations, Mr Hermanprint Sing should go personally and ensure the peaceful submission by this individual to justice. I am very happy that Mr Hermanprint Sing, Deputy Police Commissioner for Operations, traveled this morning within minutes of receiving my call to Maubisse, ensured the peaceful submission of this person and brought this person back to Dili. Since it takes nearly two and half hours to go to Maubisse one way, and to come back the other way, he has just returned and I want to congratulate him and colleagues of the police, UNMIT and PNTL for doing such a good job.

As I said earlier, there was a warrant of arrest against this individual so he will now be produced before the Prosecutor-General who will then produce him before the court. But I want to highlight and underline that no restraint, no handcuffs, were required to bring this person back from Maubisse to Dili. So I want to stress that those who follow my appeal, who follow the appeal of the interim President, his Excellency Fernando Lasama de Araujo, who followe the appeal of the Prime Minister, his Excellency Xanana Gusmao, to surrender voluntarily to justice will be treated with dignity and according to the constitution and applicable laws of Timor-Leste.

So I take this opportunity once more, to launch an appeal to all those who have some case to answer for before the justice system to submit themselves peacefully to justice in order to strengthen the rule of law and in order to further promote the stabilization and development of this country. Those who wish to surrender can contact first and foremost the government of Timor-Leste, they can contact the Prosecutor-General, or if they so wish, they can contact UNPOL or me, or my UN colleagues and appropriate arrangements will then be made.

I would also like to inform you that on Saturday, the interim President, his Excellency Fernando Lasama de Araujo, and the Government represented by the Vice Prime Minster Mr Jose Louis Guterres, addressed the petitioners in Aitarak-laran. As you are aware, some of these petitioners were afraid, and therefore they had been escorted by UNPOL and PNTL from the districts to Dili. When I addressed the petitioners on Saturday evening, there were around 270. Today I believe there should be around 324. I can be so specific because Joachim Fonseca told me this afternoon that there were 295 and thereafter 20 petitioners had been escorted from Same by UNPOL so that makes it 315, and 9 more petitioners, including a woman have been escorted from Ainaro, which brings it to 324.

I want to take this opportunity through you [the media] to call upon all petitioners to join the Government-sponsored retreat in Aitarak-laran. I want to stress to the petitioners that if they present themselves to the police station in the districts, they will be provided by UNPOL and PNTL together, with transportation and an escort to come to Dili. I remain convinced that the Government is determined to resolve the problems of the petitioners, and therefore I would, through you, urge the petitioners to take advantage of this opportunity, this first real dialogue with the petitioners since 2006.

I also want to inform you that the Security Council met to discuss the situation in Timor-Leste and the mandate of UNMIT on 21 February. A large number of the delegations, both members and non-members of the Security Council took the floor, and all of them of course clearly condemned the acts of 11 February but they also noted the positive reaction of the Government, the parliament, the opposition, the fact that all decisions are being taken according to the constitution and according to the laws and they also noted the calm and patient manner in which the Timorese people have reacted to this crisis. They also noted that the while the reactions have been positive and encouraging, there is a need to resolve the underlying issues which we have been talking about. And the most important of these, are the issues of the petitioners and issues of the IDPs. I call them important, but actually, they are more than important, they are urgent, immediate issues. But then, there are long-term issues which are equally important to the national interest, namely review and reform of the security sector, strengthening the rule of law, socio-economic development with a particular emphasis on the eradication of poverty and on youth employment, and finally strengthening the culture of democracy which will hold this country in good stead if there are any future crises.

The resolution on UNMIT is likely to be adopted, either later tonight or tomorrow, and while I have no authority, and I cannot be presumptuous or speculate on what could be in the resolution, what the delegation said in the opening meeting on 21 February gives me a lot of reason to hope they will continue to support UNMIT. Before I conclude, I wanted to mention two other small issues, more for your understanding, and through you for the understanding of the Timorese people: first is the creation of the Joint Command. Those PNTL officers who are deployed for a short period of time to undertake operations under the joint command will obviously not be under mentoring and supervision. But all other PNTL officers and UNMIT police will continue as before. So there is no change to the supplemental arrangement and this has been agreed between me and the Prime Minister; and secondly, obviously there is a need for greater, more effective, strengthened cooperation between all the security agencies operating in this country to ensure that first and foremost, the operations can be more effective and that any adverse impacts can be avoided.

And in this regard, and I want to stress, as I discussed with the Prime Minister and he agreed, under the trilateral agreement between the Government of Australia, Government of Timor-Leste and the Untied Nations, that there is the possibility of strengthening cooperation between all agencies. And under this arrangement, every day, the UNMIT Police Commissioner, who is also the interim General Commander of the PNTL, Mr Rodolfo Tor, the PNTL Commander General Designate, Afonso de Jesus, ISF Commander James Baker and the F-FDTL Brigadier General Taur Matan Ruak, who also happens to command the Joint Command, meet everyday without fail to ensure that there is good coordination. Before yesterday, these meetings were hosted by the Joint Command, but today, for the first time, this meeting was hosted by the ISF and of course at some stage, depending on the evolution of the situation, this joint meeting for coordination will also be hosted by the UNMIT police. And in this regard, I must place on record my deepest appreciation to the Government’s of Australia and New Zealand and particularly to the commanders and men and women of the ISF who are doing a good job under very difficult circumstances. Thank you very much.

Spokesperson Allison Cooper: Are there any questions?

Q: What time did the person submit themselves, where did they submit themselves to, and did they also hand in their weapons?

AK: He did not surrender a weapon because he did not have one. You have to realize that there has to be an investigation, he has to be submitted to the Prosecutor-General. He surrendered in Maubisse. It was around 12pm.


Q: Can you give his name?

AK: I cannot reveal his name- there are various issues associated with the name. First and foremost, there is the question of protecting the dignity of the person until such time he is produced to the court. And secondly there is the question of ensuring that there is no negative fallout on his family or relatives. What I can assure you is that he is one of the co-accused in the old case and there is an arrest warrant against him. I can also assure you that there are investigations into the attacks of 11 February which are still continuing. In these investigations, six arrest warrants have so far been issued and this person is not one of those six.


Q: Is there a chance that UNMIT and the ISF will have a bigger role then they have now in the Joint Command? Don’t you feel the international forces are being basically kept aside of the major operation to capture Salsinha?
AK: As I see it, there are three different agencies with three different operations. All of them will coordinate with each other to enhance the efficiency of each other’s operations. So I don’t see it as the negation of any person, I see it as a country which is in crisis and which is using all available opportunities and all available forces to address the situation that was created after the attacks of 11 February. And obviously all of them have different competencies. For example, the police, UNMIT police or PNTL, both of them together working as one, are here to ensure the maintenance of law and order in public security. They are not here to go after armed rebels. So their competencies essentially lie in maintenance of civil disturbances, in catching the culprits, in ensuring peaceful surrenders when they take place, and in conducting investigations to find out where people are, so that which ever force has the required capability can act. In this regard, I must say that I’m quite happy so far. Of course much more must be done in the investigations which are being directed by the Prosecutor-General and conducted by UNPOL/PNTL with the support from agents from the Australian Federal Police and FBI.


Q: I have two questions. One, where is the person who surrendered being held right now; and two, i have heard rumours that Salsinha and his group want to surrender. Would you be able to confirm this?
AK: Let me answer the second question first. I don’t know if it true if Salsinha and his group want to surrender or not. But I hope that it is true because this is the only way to go. Whenever there is a case against justice, you must submit yourself peacefully to justice. We should never speak ill of those who have departed, but many of you would recall that I spent one year appealing to Reinado to submit peacefully to justice. But unfortunately, he did not accept, and we saw the results which happened on 11 February. So I hope Salsinha and his group, like this other person, will submit themselves to justice, and I have discussed with the Prime Minister, just before I came for this press conference, and I want to assure you that on behalf of the Prime Minister, the Government and myself, that those who surrender will be treated with dignity and according to the constitution and applicable laws.


Q: Can the SRSG clarify whether the person who submitted themselves was a member of the police, military or a member of Alfredo’s group.

AK: The answer would be the same- he is a co-accused in the case where there are14 accused. Whether he was previously in the army or military doesn’t matter. We are not dealing with what he was before; we are dealing with his status as a co-accused.


Q: I have two questions: Can you please clarify who will take responsibility for the serious breaches in security that happened on 11 February- UNMIT or the Government? And the second question is why is it that we need a Joint Operation between the F-FDTL and PNTL? Is it because the international forces are unable to do their job?

AK: These are very important questions. The greatest responsibility for what happened on 11 February clearly has to be born by Alfredo Reinado and the people who were accompanying him. That is why those people are being pursued by justice. Thereafter, once we find the people who were involved in the attacks, there has to be a thorough investigation by all of us to see if there is any way the situation could have been avoided, and if not avoided, at least what improvements can be made for the future. On the second question, I look at the issue somewhat differently. This is a sovereign, independent country. It has its own constitution and under article 115.1c it is the responsibility of the PM and the Government to maintain law and order. In any other country, if the national authorities, F-FDTL and PNTL in this case, were not doing anything, I would question, what is the sovereignty of the country? So it is not the question of whether the international community is able or unable to assist- whether or not they can assist, the national authorities must act. So I told the PM that I am very happy that he has taken this decision under the constitution, article 115.1c, and applicable articles of the organic law applicable to the F-FDTL, particularly section 22d of 15 of 2006. It is also very good to note that from May 2006, and we all know what happened in May 2006, to see the F-FDTL and PNTL working together under a Joint Command- it gives me hope for the country.


Q: Till now, exactly how many people have surrendered and can you explain why this particular person decided to surrender today in Maubisse?
AK: As you know, in the six arrest warrants that were issued for 11 February, one person surrendered, namely Angelina Pires, who was produced before the courts and this is the first person who has surrendered in the older case. About the second question, frankly I don’t know. I think he saw the light and wanted to strengthen the law in the country- that is what I believe and I hope that his good example, for whatever reason, will be followed by others.


Q: I have two questions: If the security of the country was under the ISF, why were they unable to detect Alfredo’s movements, therefore allowing him to attack the President’s house; and two, about the Joint Command, what is the role of the ISF right now?

AK: For both questions, I think you will have to ask the ISF rather than ask me. Nevertheless, it is important for me to correct some misconceptions. We all remember that the President went a few weeks ago to meet Alfredo Reinado. There were discussions which were going on with Minister Joao Goncalves, some discussions going on with some parliamentarians and Reinado, some discussions going on between the government task force and Reinado. You all remember that on 21 December, Alfredo Reinado was going to come to the Government Palace to meet the PM- of course he never came. So now to think that that Alfredo was in one area that was controlled and that he was not allowed to move out is wrong- he was always allowed to move out and interact with high leaders of Timor-Leste. And that was correct because I have always said that negotiation is the best way to ensure a peaceful submission to justice. And about the role of the ISF, I said before that there are three agencies with three different operations- there is Joint Command, there is UNPOL and there is ISF. All of them will coordinate with each other so it might depend on different areas of operation, it might depend on different activities, and this is what the coordination mechanisms decide. But obviously I’m not going to discuss operational mechanisms here.


Q: We have heard Salsinha and his group have long weapons. Also, will Salsinha and his group be treated with dignity and respect if they surrender?

AK: Anyone who surrenders will be treated with dignity and respect according to the applicable laws. They can approach whichever organization they feel most comfortable with. This person felt comfortable with the UN so they approached us. There are some people feel who feel comfortable with the F-FDTL, so they can surrender to the F-FDTL, some people feel comfortable with the PNTL, so they can surrender to the PNTL, some people feel comfortable with the ISF, so they can surrender to the ISF. I have spoken to the ISF Commander also, so I can assure you that no matter where they submit, to F-FDTL, PNTL to UN, to ISF, they will be treated with dignity and according to the applicable laws. As far as long weapons are concerned, let me say something which I feel very strongly about. Many of you know I trained as a doctor. It takes four muscles to pull the trigger of a gun. But it takes 47 muscles to give a good smile. But believe me, I am man of peace. Till the time when you rely on these four muscles, the country is not going to develop. You have to rely upon smiles, upon receiving each other, if the country is to develop in a sustainable manner with peace and prosperity. Is a smile sufficient to take care of a long weapon? In a way, if you look at what happened on 11 February, you will say no. But if you look at the broader picture, believe me, there is no country, no society which has developed under the force of the gun. It doesn’t exist. So through you, I appeal to the Timorese people again, that if you want to say buka solution [look for a solution], good. If you want to say simu malu [receive each other], very good. But if you want to say baku malu [beat each other], that is not good obviously.

Spokesperson Allison Cooper: Thank you everyone. That concludes the press conference.

WA signs historic infrastructure agreement with East Timor


27-February-08 by Edited announcement
Latest News


The state government has signed off on an historic agreement to assist East Timor manage and plan major infrastructure projects.

Planning and Infrastructure Minister Alannah MacTiernan met East Timorese Foreign Affairs Minister Zacarias Albano Da Costa last week to sign off on the landmark agreement.

The Memorandum of Understanding primarily seeks to provide support to the government of East Timor to develop skills and capabilities in the provision of infrastructure and other public works.

"This agreement aims at a constructive and lasting relationship between the Government of Western Australia and one of our closest neighbours, East Timor," Ms MacTiernan said.

The minister said the state government, through Main Roads, would create training programs to develop skills in the road building area.

"The climate and topography of the Kimberley and Pilbara present road-building challenges very similar to those in East Timor," she said.

"Furthermore, Main Roads has a great training culture and is able to provide practical experience.

"We recognise the emerging economic and social challenges faced by East Timor and we've identified methods by which we can achieve positive change.

"By passing on our government's knowledge in regards to infrastructure, we will assist East Timor to become better placed for economic growth."

Ms MacTiernan discussed with Mr Da Costa the possibility of employing temporary workers from East Timor in the Kimberley horticultural and tourism industry, providing much-needed labour for WA and skills development for the East Timorese workforce.

"It is proposed to discuss these short-term employment opportunities with the Federal Government," she said.

O enfermeiro que salvou a vida a Ramos-Horta

Jorge Marques é enfermeiro no hospital de Portalegre


Hugo Alcântara

Uma coincidência poderá ter salvo a vida ao presidente da República timorense. Jorge Marques, enfermeiro do INEM, foi o primeiro a chegar à zona do atentado, no pretérito dia 10. Não percebeu de quem se tratava, mas avançou no auxílio. "Correu bem", afirma orgulhoso.

Na altura do tiroteio já o enfermeiro estava pronto e dentro das viaturas do subagrupamento Bravo da GNR. Todos tinham missão atribuída, mas para um exercício de carreira de tiro. De repente, as ordens mudaram "O comandante falou em tiros na praia e avançámos para o local". As coordenadas coincidiam com a casa do chefe de Estado. "Chegámos muito depressa. Em segundos a Guarda fez segurança do local e comecei a trabalhar".

Depois de passar por duas pesoas pelas quais já nada poderia, fazer encontrou um terceiro indivíduo, em camisola de alças e calças de fato de treino, deitado no chão, barriga para baixo, que "sangrava abundantemente de dois ferimentos de bala na zona dorsal". Prestados cuidados e estancada a hemorragia, "pedimos ajuda para virar o corpo e, de imediato, reconheci o presidente", mesmo sem óculos.

Antes do transporte para o hospital, o enfermeiro português falou com Ramos-Horta, na tentativa de o manter consciente. "Ele queixava-se de muitas dores e fazia insistentemente a mesma pergunta 'Por que me atingiram?'". O enfermeiro não soube responder, nem ouviu nenhum esclarecimento. "Se ele sabe quem atirou, connosco não falou sobre isso". Nem disso nem da razão de ir para casa depois de ter sido avisado que estava debaixo de fogo. Aí Jorge Marques já tem uma meia explicação, que lhe chegou pela voz do povo. "Ele ficou muito preocupado com os membros da sua família, por isso insistiu em regressar".

O socorro foi eficaz e, numa fase intermédia, envolveu o restante pessoal médico nacional no território. Recorde-se que, apesar de equipado, o INEM não está vocacionado para aquele tipo de intervenção em Timor, dado que a sua presença no território visa, essencialmente, o apoio aos portugueses em serviço na região. A prontidão do enfermeiro, que chegou sozinho, deveu-se também à feliz coincidência de estar com a GNR no sítio certo. E à hora certa.

Depois de cumprir 53 dias ao serviço do INEM, em Timor, o profissional de saúde já regressou a Portugal e à normalidade de funções. Ontem reassumiu a direcção de controlo de risco no hospital de Portalegre, onde é também chefe da equipa da VMER (viatura médica de emergência) estacionada no distrito. Agora, é tempo de contar a história e recordar um dos dias mais intensos da sua vida, que coincide com um dos mais trágicos do novo país.

"Na altura nem pensámos... Perante uma pessoa a sangrar, interessa é salvá-la. Depois sim, horas depois, quando se reflecte e se percebe o risco é que há algum medo", remata.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ramos-Horta agradece apoio do Brasil após atentado


Presidente timorense gravemente ferido em um ataque rebelde no início de fevereiro se recupera bem

Bia Rodrigues, do estadão.com.br

SÃO PAULO - O Presidente do Timor Leste José Ramos-Horta agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro de Relações Exteriores Celso Amorim pelo apoio recebido após o atentado que sofreu em Díli, capital do país. Ramos-Horta se recupera em um hospital australiano de um ataque sofrido no dia 11 de fevereiro.





Segundo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que conversou por telefone nesta terça-feira, 26, com Ramos-Horta, ele se recupera bem da série de cirurgias sofridas após o atentado. O presidente timorense pediu para que Suplicy agradeça ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pelo apoio recebido durante sua recuperação.



Ainda segundo o senador, que falou ao estadão.com.br, Carolina Larriera, viúva de Sérgio Vieira de Mello, visita o presidente timorense na Austrália. Ela partiu na sexta feira e chegou nesta segunda-feira, 25, a Darwin. Carolina disse para Suplicy que Ramos-Horta está fora de perigo e tirou os aparelhos. Após as cirurgias, ele ficou em coma induzido por dez dias. Ramos-Horta ainda continuará na Austrália por mais alguns dias até se recuperar.



O presidente do Timor Leste foi alvejado a tiros pelos rebeldes em frente à sua casa em Díli, capital do Timor Leste. O líder rebelde Alfredo Reinado, que liderou os ataques, foi morto na troca de tiros com força de segurança.



Os rebeldes também chegaram a atirar contra um carro que levava o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso. Ramos-Horta, que levou tiros nas costas e no peito, foi submetido a uma série de operações no hospital australiano na cidade de Darwin. Após os atentados, Gusmão decretou estado de emergência. Inicialmente de 48 horas, ele foi estendido até o dia 23 de fevereiro.



O presidente timorense visitou o Brasil nos dias 28, 29 e 30 de janeiro. Na ocasião, ele se reuniu com o senador Suplicy e o convidou para ir ao Timor Leste explicar sua proposta sobre a Renda Básica de Cidadania. Carolina acompanhou Ramos-Horta durante sua visita ao Brasil.



Durante a visita, Ramos-Horta deu uma entrevista exclusiva ao Estado sobre a atual situação do Timor Leste. Ele falou sobre a violência que explodiu após a nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro, economia e o futuro do país. Ramos-Horta enfatizou que o pior problema é a pobreza e lamentou 'não ser Nossa Senhora de Fátima, para fazer milagres'.

Ramos-Horta deu entrevista ao 'Estado' antes de atentado


'Minha frustração é não fazer milagres', disse o presidente, baleado nesta segunda, sobre a pobreza no Timor
Denise Chrispim Marin e Rui Nogueira, de O Estado de S.Paulo
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008, 21:24

BRASÍLIA - Vítima de um atentado nesta segunda-feira, 11, o presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, concedeu a seguinte entrevista exclusiva ao Estado há dez dias, quando esteve no Brasil:


A nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro provocou uma reação violenta no país. Como contornar isso?
Muitos líderes da Fretilin (Frente Revolucionária por um Timor Leste Independente) já morreram. No entanto, seus filhos e amigos acham que o partido deve governar ad infinitum. Em 2001, a Fretilin teve 57% dos votos. Em 2006, 29%. Formei uma coalizão com quatro partidos para governar e esses jovens sentiram-se traídos. Mas a violência não foi tanta.

A nomeação de Xanana foi absorvida pelo país?

Sim, viajei por vários locais onde houve violência. No mais problemático, só uma pessoa levantou a questão política. As outras falaram da necessidade de estradas e empregos.

O Timor criou um fundo com os royalties do petróleo. Como esses recursos são aplicados?

Esse fundo tem cerca de US$ 2 bilhões e é investido em bônus do Tesouro americano. O investimento é seguro, mas os juros são muito baixos. Com a inflação americana e a desvalorização do dólar, já perdemos cerca de US$ 500 milhões em dois anos. O primeiro-ministro já ordenou um estudo. Mas é muito tarde.


Como será o Timor em 20 anos?

O modelo viável para o Timor Leste é Dubai (Emirados Árabes). Além de recursos minerais, petróleo e gás, temos mais vantagens que Dubai, pois nosso território é maior e podemos ser auto-suficientes em agricultura. Timor pode vir a ser um centro financeiro para o Sudeste da Ásia.


Como o sr. lidará com as dificuldades orçamentárias de sua gestão?
Como o senhor pretende lidar com a dificuldade do governo timorense executar seu orçamento anual? Entre 2000 e 2001, consultores internacionais super-inteligentes nos aconselharam a adotar um sistema que só seria aplicável na Noruega. Isso tornou difícil para os ministros executar o orçamento com celeridade. Com as mudanças que fizemos e a liderança forte do primeiro-ministro, acredito que seja possível uma execução mais rápida.

Qual o principal problema do Timor?
O mais grave e imoral é a pobreza. O orçamento deste ano prevê o pagamento de uma soma única aos veteranos da luta pela independência, de US$ 9 mil a US$ 10 mil. Cada veterano receberá US$ 100 ao mês até morrer. Vamos eliminar os impostos, dar apoio à agricultura e fazer obras. Mas isso leva tempo. Minha frustração é não ser Nossa Senhora de Fátima, para fazer milagres.


estadao.com.br

ONU amplia por um ano mandato de sua missão no Timor Leste

Photo: Massacre de POLICIAS em Timor-Leste (Under UN protection)


NOVA YORK (AFP) — O Conselho de Segurança da ONU decidiu nesta segunda-feira ampliar por um ano o mandato da missão do organismo mundial no Timor Leste, ao mesmo tempo em que condenou as recentes tentativas de assassinato de líderes desse país.

O conselho de 15 membros aprovou por unanimidade uma resolução proposta pela África do Sul que ampliou o mandato da atual missão de 2.700 efetivos até 26 de fevereiro de 2009.

A resolução 1.802 também "condena nos mais duros termos" as tentativas frustradas de assassinatos no dia 11 de fevereiro do presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão do Timor Leste, "e todas as tentativas de desestabilizar o país".

A Indonésia invadiu o Timor Leste em 1975 e governou a ex-colônia portuguesa com mão de ferro até 1999, quando a população votou a favor da independência.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Membro de grupo rebelde se rende à polícia da ONU no Timor


25-02-2008 10:53:12

Dili, 25 fev (Lusa) - Um membro do grupo rebelde que era comandado pelo major Alfredo Reinado se rendeu nesta segunda-feira à Polícia das Nações Unidas (UNPol), anunciou em Dili o chefe da Missão Integrada da ONU no Timor Leste (Unmit), Atul Khare.

"Um dos co-acusados no processo [contra Alfredo Reinado] nos contatou dizendo que estava pronto para se entregar", anunciou o representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare.

O subcomissário e comandante operacional da UNPol, Hermanprit Singh, foi pessoalmente a Maubisse, no oeste do país, para acompanhar a transferência do rebelde rendido para a capital.

"Não foi preciso usar algemas nem nenhuma coação", explicou Atul Khare, que chefia a Unmit.

Atul Khare não divulgou o nome do membro que se rendeu à UNPol "por razões de segurança, porque isso não compete à Unmit, mas às entidades judiciais, e para evitar possíveis represálias contra a família do acusado".

O rebelde que se rendeu nesta segunda-feira é um dos 13 acusados no processo que o major Alfredo Reinado respondia por homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra.

Os suspeitos faziam parte de um grupo que fugiu do estabelecimento prisional de Becora, em Dili, em 30 de agosto de 2006, e que, mais tarde, participou do assalto a três esquadras de Polícia de Fronteira, em fevereiro de 2007.

A maioria dos acusados é formada por ex-militares das Forças de Defesa do Timor Leste e quase todos pertenciam à Polícia Militar - unidade que, no momento da crise de 2006, era comandada por Alfredo Reinado.

O membro que se rendeu nesta segunda-feira não estava armado, segundo Atul Khare, que afirmou também desconhecer os motivos da rendição.

O acusado se entregou no terceiro dia da operação "Halibur", promovida em parceria entre as Forças de Defesa e a Polícia Nacional para capturar os responsáveis pelos ataques ao presidente e ao primeiro-ministro timorenses, há duas semanas.

Em 11 de fevereiro (noite do dia 10 no Brasil), o presidente José Ramos-Horta ficou gravemente ferido após um atentado a bala em sua residência. Alfredo Reinado, tido como chefe do ataque, morreu na investida.

Com a morte de Reinado, a liderança dos rebeldes passou a ser exercida pelo ex-tenente Gastão Salsinha, que está foragido e a quem é atribuído o ataque ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

O comandante da operação "Halibur", o tenente-coronel Filomeno Paixão, anunciou nesta segunda-feira que as forças conjuntas ainda não se encontraram com o grupo de Gastão Salsinha.

"Aproveitamos também para informar a população que não é preciso fugir, porque não andamos a fazer prisões indiscriminadas", adiantou o oficial das Forças de Defesa do Timor Leste, que apelou pela colaboração de todos com as autoridades.

Líder do Timor se levanta e come sentado, diz Romana Horta


25-02-2008 08:53:29

Macau, China, 25 fev (Lusa) - O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, se levantou pela primeira vez nesta segunda-feira, duas semanas depois do ataque que sofreu em Dili, e "já comeu sentado à mesa", disse à Agência Lusa sua irmã Romana.

Contatada por telefone em Darwin, Austrália, Romana Horta afirmou que José Ramos-Horta "já fala melhor", "já quer começar a trabalhar" e descobriu que "só dentro de um mês" poderá viajar de avião.

"Os médicos disseram que, durante mais um mês, ele não pode voar e vai ter que permanecer aqui em Darwin", disse a irmã do líder, explicando que o estado de saúde do presidente do Timor Leste "está melhorando bastante" e que ele, agora, tem apenas "um tubo de oxigênio para o ajudar a respirar".

Segundo Romana Horta, nesta segunda-feira, os médicos voltaram a cuidar das feridas que Ramos Horta tem nas costas e "disseram que tudo está correndo bem e que as feridas estão sarando de forma muito satisfatória".

As autoridades australianas disponibilizaram um gabinete de trabalho para funcionários da Presidência timorense dentro do hospital onde Ramos-Horta está internado. Sabendo disso, o líder manifestou o desejo de "começar a ver papéis" nos próximos dias, disse sua irmã.

"Está cá um assessor do meu irmão e, nos próximos dias, deverão vir aqui para o hospital algumas pessoas do Timor Leste com quem ele [Ramos-Horta] pretende conversar", acrescentou Romana Horta.

O presidente timorense foi gravemente baleado no dia 11 de fevereiro (noite do dia 10 no Brasil), junto a sua residência em Dili, em ataque que resultou na morte do major foragido Alfredo Reinado e de um elemento de seu grupo rebelde.

Pouco depois deste ataque, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, escapou ileso a uma emboscada na estrada entre sua casa e a capital do país.

Presidente do Timor Leste continua internado em UTI

24/02/2008 15h05

O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, deverá permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospital da Austrália "mais cinco dias", devendo depois ser transferido para um quarto normal, disse neste domingo (24) à agência Lusa a irmã do presidente, Romana Horta.

Ela disse que o líder timorense vai permanecer "mais alguns dias nos cuidados intensivos"."Ele fala bem, mantém uma conversa mas continua muito cansado".

Nesse sábado (23), em sua primeira declaração à imprensa após o ataque de 11 de fevereiro, em que foi atingido por um tiro, José Ramos-Horta comunicou a intenção de "saber tudo a fundo sobre o que se passou, levando a investigação até ao fim".

Fonte: Agência Brasil

Ataque a Ramos-Horta foi retaliação a Xanana


Segundo o novo líder dos rebeldes timorenses

Um encontro do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, com peticionários (desertores do exército), esteve na origem dos ataques de 11 de Fevereiro ao Presidente José Ramos-Horta, revelou ontem ao semanário Expresso Gastão Salsinha, novo líder dos rebeldes.

O tenente Gastão Salsinha, substituto do falecido major Alfredo Reinado no comando dos rebeldes, declarou ao jornal que, segundo informadores, Xanana Gusmão se teria reunido nas suas costas com peticionários, na capital, depois de Ramos-Horta tentar um acordo em Maubisse.
Salsinha afirmou desconhecer a intenção de Reinado quando se dirigiu fortemente armado a casa do Presidente da República, em Metihau.
De acordo com a mesma fonte, "o ataque que se seguiu (...) — em Balibar —, ao carro do primeiro-ministro, foi uma reacção emocional".
"Sabíamos que Reinado estava morto. Os homens ficaram zangados e dispararam (...)", adiantou, rematando: "Se tivéssemos intenção de matar, não tínhamos atirado aos pneus. Foi um aviso".
A reunião do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, com peticionários, visando a sua reintegração nas Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL) ou, em alternativa, o regresso à vida civil, ocorreu no passado dia 7, em Dili, enquanto a tentativa de acordo de Ramos-Horta foi feita a 13 de Janeiro, precisa o jornal.
O Expresso conclui que, segundo Salsinha, mais de uma centena de homens estarão com os rebeldes, escondidos algures na ilha.
Entretanto, o Presidente da República de Timor-Leste, atingido a tiro a 11 de Fevereiro num ataque à sua residência, "está a recuperar muito bem e já comeu alimentos sólidos", afirmou ontem João Carrascalão, cunhado de José Ramos-Horta, à agência Lusa.
João Carrascalão, que visitou o chefe de Estado timorense no Royal Hospital de Darwin, Austrália, afirmou que "o Presidente está a recuperar muito bem, embora se sinta muito cansado porque não consegue dormir".
Segundo João Carrascalão, o chefe de Estado timorense "está muito bem disposto e mantém-se acordado porque recusou tomar comprimidos para dormir".
Ontem, o chefe de Estado timorense "já comeu alimentos sólidos, comida normal, pela sua própria mão", contou João Carrascalão a partir de Darwin. O Governo de Timor-Leste, entretanto, expressou ontem o seu acordo com a estrutura e as regras de empenhamento da operação de captura ao grupo do ex-tenente Gastão Salsinha.
O Governo timorense deu, desse modo, a sua concordância com as decisões do comando conjunto da operação "Halibur" ("reunir" ou "juntar" em tétum), que reúne as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional (PNTL).
A decisão surge um dia depois de ter sido aprovado e proclamado o regime de estado de sítio por mais 30 dias, a partir de ontem, com recolher obrigatório entre as 22:00 e as 06:00. A operação de captura do grupo do ex-tenente Gastão Salsinha, denominada "Halibur", "é uma típica acção de contra-insurreição", feita por ex-guerrilheiros que agora estão numa força convencional, notam fontes militares timorenses e internacionais ouvidas pela agência Lusa.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Timor-Leste: Ramos-Horta agradece apoio português


23.02.2008 - 17h33 Lusa, PÚBLICO
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, na sua primeira declaração após o atentado que sofreu no passado dia 11, disse estar muito sensibilizado com o apoio que recebeu de Portugal, em particular do seu homólogo, Cavaco Silva.

A mensagem de Ramos-Horta – que recupera num hospital de Darwin dos ferimentos de bala sofridos durante o ataque à sua residência, em Díli – foi transmitida à Lusa pelo cunhado João Carrascalão, adiantando que o Presidente timorense “está "muito sensibilizado e agradecido com o povo português e muito preocupado com o povo timorense”.

O chefe de Estado timorense agradece, em especial, ao Presidente da República “pela condenação enérgica e imediata dos ataques e pelo apoio manifestado” e sublinha que pretende “saber a fundo tudo o que se passou, levando a investigação até ao fim”.

Reagindo a esta mensagem, Cavaco Silva congratulou-se com a rápida recuperação do seu homólogo timorense: “O que eu mais desejo é que o Presidente Ramos-Horta regresse rapidamente para junto do seu povo”

O Presidente português admitiu que a política de diálogo com os rebeldes seguida pelas autoridades timorenses não resultou e disse esperar que os responsáveis pelos atentados sejam julgados.

"Tivemos ali um ataque sério às instituições democráticas de Timor. Espero bem que as autoridades timorenses consigam agora julgar, como deve ser e no respeito pela lei, aqueles que tentaram assassinar, segundo a informação disponível, quer o Presidente, quer o primeiro-ministro", afirmou, dizendo suspeitar de uma tentativa de “decapitação das instituições democráticas” timorenses.

Nas declarações que enviou através do seu cunhado, Ramos-Horta afirma-se de "muito bom humor" e manda informar o seu homólogo português que receberia com agrado em Darwin "alguns pastéis de Belém e um bom vinho do Porto".

Cavaco Silva, que falava durante uma deslocação a Boticasa, registou o pedido e prometeu rapidez.

"Gostaria de lhe fazer chegar rapidamente [pastéis de Belém e vinho do Porto]. Talvez quando for uma próxima missão da GNR se possam enviar", acrescentou, notando, com humor, que dado a viagem ser longa, os pastéis de nata deverão chegar já frios.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ramos-Horta estará ainda "muito confuso" para falar sobre atentado

O presidente de Timor-Leste "estará ainda muito confuso" para falar sobre o atentado de que foi vítima a 11 de Fevereiro, embora saiba ter sido alvejado, afirmou hoje o director do Royal Darwin Hospital.

Len Notaras sublinhou que José Ramos-Horta, ferido com gravidade num ataque contra a sua residência em Díli, em que o major Alfredo Reinado, principal suspeito, foi abatido a tiro, "terá consciência de que foi alvejado" e que estará ainda "confuso" sobre os pormenores.

"Ele (Ramos-Horta) sabe, com certeza, que foi alvejado e que isso foi uma experiência traumática. Quanto aos responsáveis pelo ataque e aos restantes pormenores, já não terei tanta certeza. Diria que, devido ao trauma, haverá provavelmente ainda grande confusão", afirmou Len Notaras à agência France Presse.

O director do Royal Darwin Hospital adiantou ser também "provável" que Ramos-Horta, já operado em cinco ocasiões - uma ainda em Díli e quatro naquela cidade do norte da Austrália -, esteja ainda "pouco seguro sobre os pormenores do ataque depois de ter estado inconsciente por tanto tempo".

O presidente timorense, que esteve até quarta-feira num regime de coma induzido, "não viveu os últimos dez dias da sua vida", lembrou Len Notaras.

"Assim que recuperar a capacidade de orientação, será já capaz de conseguir maior clareza nos seus pensamentos. Mas é preciso que o mantenhamos relaxado e livre de qualquer ambiente de stress para que possa permitir que o seu corpo recupere", acrescentou.

Hoje, em declarações à Agência Lusa, uma irmã de Ramos-Horta indicou que o presidente timorense continua a "recuperar bem", pergunta pela família e amigos, mas ainda não falou sobre o ataque que sofreu a 11 de Fevereiro.

"Ele está como ontem [quarta-feira]. A recuperar bem, não tem febre e tem uma voz mais clara", contou Romana Horta, salientando que o presidente timorense ainda não falou nem perguntou nada sobre o ataque, referindo-se apenas a familiares e amigos.

"Ele fica é com os olhos muito assustados quando houve algum barulho ou ruído maior. Contudo, não fala sobre o acidente e nós também não perguntamos", referiu, acrescentando que o presidente está acompanhado pela mãe, por um irmão e pelo cunhado João Carrascalão.

Um duplo atentado visou a 11 de Fevereiro o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente e prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser transferido para Darwin.

O Royal Darwin Hospital salientou hoje, no último boletim médico sobre o presidente timorense, que Ramos-Horta está a "acordar lentamente da sedação" e confirmou que "disse algumas palavras aos seus familiares".

Os médicos dizem também que Ramos-Horta deverá continuar na unidade de cuidados intensivos por mais tempo e provavelmente será submetido a "outra cirurgia menor".

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Timor-Leste: Parlamento aprovou projecto de lei sobre regime de estado de sítio e de emergência


Díli, 20 Fev (Lusa) - O parlamento de Timor-Leste aprovou hoje, na generalidade, o regime do estado de sítio e de emergência, em que se atribui aos Tribunais Militares a "instrução e julgamento" das infracções às disposições que forem determinadas.

O novo regime, um projecto de lei cujo texto final ainda não está concluído, já que prosseque na quinta-feira a discussão na especialidade, entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação e prevê que a declaração do estado de sítio seja feita pelo Presidente da República mediante proposta do Governo e ouvidos os Conselhos de Estado, o Governo e o Conselho Superior de Defesa e Segurança.

A declaração do estado de sítio tem ainda de obter a autorização prévia do Parlamento Nacional ou da sua comissão permanente nos casos de impossibilidade de reunir o plenário.

Com o novo regime do estado de sítio e de emergência terá de ficar explicíto a "caraterização e fundamentação do estado declarado", o seu "âmbito territorial", a sua "duração" e "especificação dos direitos, liberdades e garantias cujo exercício fica suspenso ou restringido".

No caso de ser declarado o estado de sítio, o chefe de Estado terá também de definir os poderes conferidos às autoridades militares de acordo com o artigo nono, que prevê que as autoridades civis fiquem subordinadas às autoridades militares ou a sua substituição por estas.

A declaração terá ainda de definir os crimes que ficam sujeitos à jurisdição dos tribunais militares e a justificação das medidas de excepção.

Enquanto os Tribunais Militares não são criados, refere o artigo 31 relativo às disposições transitórias, os poderes atribuídos na lei são exercídos pela instância judicial máxima da organização judiciária existente em Timor-Leste, ou o Tribunal de Recurso local.

O estado de sítio está em vigor em Timor-Leste desde os ataques do passado dia 11 contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Inicialmente, o estado de sítio foi declarado por 48 horas, mas foi entretanto prorrogado por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.

Xanana Gusmão disse hoje que o Governo vai propor um novo prolongamento do estado de sítio.

Ataques contra Xanana e Ramos-Horta terão sido feitos pelo mesmo grupo

20.02.2008 - 17h08 PÚBLICO
As investigações preliminares da missão das Nações Unidas em Timor-Leste aos ataques da semana passada contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão revelam que terá sido o mesmo grupo a atacar o Presidente e o primeiro-ministro e que o seu propósito era eliminar os mais altos dirigentes do país.

Segundo o site da RTP, que cita o correspondente da Lusa em Timor-Leste, o relatório do departamento de investigação da missão das Nações Unidas no país fornece informações detalhadas sobre os ataques do passado dia 11.

De acordo com a mesma fonte, o ataque à casa do Presidente timorense terá começado às 06h05, quando “doze a treze pessoas”, armadas e com uniformes militares, chegaram ao local em duas viaturas.

O militar das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) que fazia a guarda ao portão principal da residência foi manietado por três dos atacantes, enquanto outros sete, liderados pelo major Alfredo Reinado, entraram no complexo residencial em busca de Ramos-Horta.

Os investigadores adiantam que o grupo de Reinado não conseguiu encontrar o Presidente no interior do complexo e acabaria por ser visado por um outro militar das F-FDTL que fora entretanto acordado por um funcionário da residência. O militar disparou contra o major Reinado e um outro atacante, que estava encapuzado, tendo matado e desarmado ambos.

Ramos-Horta só foi atingido quando regressava a casa depois de uma corrida junto à praia, na companhia de dois seguranças. Apesar de ter ouvido disparos, que um civil terá atribuído a exercícios das tropas americanas, o Presidente prosseguiu a marcha e só se apercebeu do ataque quando estava a 50 metros da residência, ao ver militares encapuzados na estrada.

O Presidente atirou-se para o chão por indicação de um dos seguranças, mas ainda assim foi atingido com dois disparos “no lado direito do peito”, acrescentam os investigadores. O outro segurança abriu fogo contra os atacantes que fugiram do local em direcção às montanhas, acrescenta o relatório, dando a entender que só aí se encontraram com a caravana automóvel em que seguia Xanana Gusmão que saiu ileso da emboscada.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Timor Leste: Ramos-Horta foi operado pela quinta vez e já fala


O Presidente da República de Timor-Leste já saiu do coma induzido e começou esta quarta-feira a falar e as primeiras palavras foram para saber da família e das pessoas amigas.

Romana Horta, irmã do líder timorense, informou em Darwin, na Austrália, que o seu irmão “Está muito melhor. Já fala e está lúcido".

Ramos-Horta até ao momento não se terá ainda pronunciado sobre o ataque que sofreu em Dili por parte do major Alfredo Reinado morto durante os ataques.

O presidente da Timor está acompanhado no “Royal Darwin Hospital” por familiares, nomeadamente a mãe, cinco irmãos, o filho e pela ex-mulher.

O chefe de estado timorense foi submetido na passada terça-feira à quarta cirurgia no Royal Darwin Hospital, para onde foi transferido após ter sido ferido a tiro com gravidade a 11 de Fevereiro, em Díli, onde foi inicialmente operado.

A operação serviu para os médicos fazerem "um transplante de pele da perna para tapar o buraco nas costas", causado pelos ferimentos de bala que Ramos-Horta sofreu no ataque, em Díli.

Segundo informação de Romana Horta, os médicos chegaram a equacionar a hipótese de realizar uma traqueotomia para que Ramos-Horta pudesse deixar o ventilador.

Esta quarta-feira essa possibilidade é mais "remota", de acordo com Romana, o que denuncia as melhoras do Nobel da Paz.

Os médicos australianos mantêm-se confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, chegando a admitir que possa vir a ter alta hospitalar dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

RTP
2008-02-20

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ramos-Horta discutia eleições antecipadas com partidos políticos

2008-02-19 09:16:30

Antes dos atentados contra o Chefe de Estado e o primeiro-ministro.


A realização de eleições antecipadas em Timor-Leste estava a ser discutida pelo Presidente do país, José Ramos-Horta, e os principais partidos políticos, antes de ocorrerem os atentados contra o Chefe de Estado e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

A notícia foi avançada pelo líder do PSD timorense, Mário Carrascalão, que se encontra em Lisboa desde 11 de Fevereiro, dia dos ataques.

O social-democrata afirmou à agência Lusa que o assunto de eleições antecipadas foi analisado numa reunião ocorrida a 7 de Fevereiro na residência do Presidente timorense com as principais forças políticas do país.

Conforme noticia o Diário Digital, Mário Carrascalão adiantou que o encontro acabou por tornar-se inconclusivo e que deveria ser seguido por mais «duas ou três reuniões», a fim de se cegar a um consenso.

Ramos-Horta operado pela quinta vez

Irmã do Presidente timorense afirma que intervenção «correu bem»

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi operado pela quinta vez, sendo que a intervenção cirúrgica, segundo referiu a irmã do Chefe de Estado, Romana-Horta, «correu bem», adiantando que os «médicos estão mais satisfeitos».

Em declações à agência Lusa, a irmã de Ramos-Horta referiu que os médicos fizeram «um transplante de pele da perna para tapar o buraco nas costas», causado pelos ferimentos dos ataques do passado dia 11.

Romana Horta acrescentou que os «médicos já taparam todos os ferimentos», mostrando-se agora «mais satisfeitos» quanto ao estado de saúde do Presidente timorense.

Conforme noticia o site da RTP, José Ramos-Horta deverá, agora, ser sujeito a uma traqueotomia para poder deixar o ventilador a que está ligado.

Os médicos australianos, que se têm mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitem que o Chefe de Estado de Timor-Leste venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

Timor-Leste: Ramos-Horta e principais partidos ponderavam eleições antecipadas - Mário Carrascalão

** José Sousa Dias, da Agência Lusa **

Lisboa, 19 Fev (Lusa) - O cenário de eleições antecipadas em Timor-Leste estava a ser discutido pelos principais partidos políticos com Ramos-Horta, antes do duplo atentado de 11 deste mês, disse à Agência Lusa o líder do Partido Social Democrata (PSD) timorense.

Mário Carrascalão, que está em Lisboa praticamente desde o dia dos atentados ao Presidente e ao primeiro-ministro timorenses, José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, adiantou em entrevista segunda-feira à Lusa, que o assunto foi analisado numa reunião ocorrida a 07 de Fevereiro na residência do chefe de Estado com as principais forças partidárias do país.

No entanto, disse Mário Carrascalão, o encontro acabou por tornar-se inconclusivo e deveria ser seguido por mais "duas ou três reuniões" para tentar obter um consenso, mas o duplo atentado, perpetrado quatro dias mais tarde, acabaria por as inviabilizar.

Segundo o líder do PSD timorense, a reunião foi precipitada por uma carta enviada pelo secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, ao secretário-geral das Nações Unidas, em que o antigo primeiro-ministro timorense pedia a Ban Ki-moon que pressionasse Ramos-Horta a antecipar eleições gerais.

"Ramos-Horta disse-me que, quando viu o conteúdo da carta (de Alkatiri a Ban Ki-moon), foi encontrar-se com o (Francisco) Lu Olo (Guterres, presidente da Fretilin) para falarem sobre a forma como levar isso para diante", afirmou Carrascalão, dando conta de uma conversa que manteve com o Presidente timorense na residência da sua irmã Gabriela, na noite de Natal de 2007.

O líder do PSD adiantou à Lusa que, nessa "conversa", Ramos-Horta lhe disse que Alkatiri estava a "insistir muito" para antecipar as eleições presidenciais e legislativas para 2009.

O chefe de Estado, recordou Mário Carrascalão, "disse que eleições antecipadas só com duas condições: uma, que o Presidente também seja eleito de novo, e, outra, que todos os partidos concordem." Ramos-Horta, adiantou o líder do PSD, não se recandidataria ao cargo.

"Disse-me que estava cansado e que era uma oportunidade boa para se esquivar da posição de Presidente" afirmou, lembrando que Ramos-Horta pretendeu, em vão, alterar a Constituição, de forma a dar um cariz presidencialista ao sistema político.

Segundo o líder do PSD, na reunião realizada em casa do Presidente timorense, o primeiro-ministro garantiu que a Aliança para uma Maioria Parlamentar (AMP, coligação de quatro partidos no poder) conseguiria, sozinha, resolver os problemas de Timor-Leste.

As condições para o fazer, disse, eram várias e, entre outras, tinham de garantir soluções para as questões dos deslocados, do major Alfredo Reinado, dos peticionários, das reformas na Justiça, Defesa, Segurança e Administração e da boa governação.

Quando chegou à reunião com Ramos-Horta, contou Carrascalão, já lá se encontrava cerca de uma dezena de dirigentes da Fretilin, entre eles "Lu Olo", Alkatiri, José Manuel Fernandes, Ana Pessoa, Arsénio Bano, Ilda Conceição e Cipriana Pereira.

"A dada altura, após uma hora de conversas mornas, o Presidente fez a conclusão e disse: `Bom, uma vez que o governo da AMP, sozinho, não está capacitado para resolver o problema, então vamos antecipar as eleições`", recordou Mário Carrascalão à Lusa.

O líder dos sociais-democratas prosseguiu a sua descrição da reunião: "Mas eu inquiri: `As conclusões do Presidente não condizem com as do primeiro-ministro.` Então, o Presidente virou-se para Xanana e disse: `Senhor primeiro-ministro, o que diz a isto?`"

Segundo Carrascalão, "Xanana respondeu: `Como primeiro-ministro tenho de dizer que somos capazes.` E Ramos-Horta acrescentou: `Eu, se fosse primeiro-ministro, também dizia que era capaz.`"

Ainda de acordo com o presidente do PSD, Ramos-Horta afirmou, depois: "Então ainda não estamos em completo entendimento. Vamos ter de fazer mais duas ou três reuniões."

Por fim, disse Carrascalão, a reunião ficou por aí: "Viemos embora e, depois, fiquei surpreendido com tudo o que se passou a seguir", com o duplo atentado contra Ramos-Horta, que está internado num hospital australiano em estado estável mas ainda grave, e Xanana, que escapou ileso. Reinado morreu baleado na residência do Presidente timorense.

Por outro lado, Carrascalão afirmou ver "com muita preocupação" as Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) receberem a missão de "ir à caça" do líder dos peticionários, major Gastão Salsinha, aliado de Reinado.

"Isto é que é a questão de fundo em Timor: Loromonu ou Lorosae", defendeu, numa alusão à crise de 2006, que opôs originários de oeste e de leste do território, inicialmente no seio das forças armadas e depois em actos de violência civil no país, sobretudo em Díli, provocando milhares de deslocados. "Quem pôs as F-FDTL na missão está a querer criar uma guerra civil. Quem tomou a decisão é um inconsciente. Se foi o primeiro-ministro então é um primeiro-ministro inconsciente", sustentou.

"Quem quer que seja que está por trás disto está a preparar alguma coisa em Timor-Leste e precisa de ser confrontado com alguma coragem. É preciso dizer a quem tomou a decisão que será responsabilizado por uma hipótese de guerra civil em Timor", sublinhou.

Andam a passar-se "coisas estranhas" no país, disse o líder do PSD, prometendo que, quando regressar a Díli, na próxima quarta-feira, vai averiguar as causas do duplo atentado em Timor-Leste.

"O ataque a Xanana Gusmão cheira-me a montagem de alguém que não sei quem é. Quem conhece aquela estrada, sabe que ninguém escapa a uma emboscada. Ninguém ficou ferido", afirmou.

Quanto ao atentado contra a Ramos-Horta, o líder do PSD defendeu que Reinado, a quem chama sempre Alfredo, "não queria assassinar" o Presidente, sustentando a tese de que alguém lhe montou uma "cilada".

"Não foi o Alfredo que quis assassinar o Horta, pois (o Presidente) era a sua única hipótese e (Reinado) sabia disso", sustentou.

"Para mim é uma cilada. Ramos-Horta estava a tentar modificar a situação em Timor. Tentava abrir uma porta para a solução dos problemas. Essa foi a razão por que Horta foi alvo. Não sei se dos australianos, se dos peticionários que estavam acantonados ou mesmo uma facção das F-FDTL. Qualquer uma destas três hipóteses é viável."

Lusa/Fim

Timor-Leste: Fretilin não iria reconhecer Governo de Xanana com acordo entre partidos

Díli, 19 Fev (Lusa) - A Fretilin não iria reconhecer o Governo de Xanana Gusmão com o acordo interpartidário que estava a ser promovido pelo Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje à agência Lusa o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri.

"De modo algum iríamos reconhecer o Governo. Iríamos sim cooperar com sentido de Estado para resolver os problemas que são de todos nós, que não são só problemas do Governo", afirmou Mari Alkatiri.

O líder da oposição e ex-primeiro-ministro identificou os problemas dos deslocados, de Alfredo Reinado (antes da sua morte) ou dos peticionários como "problemas do país, do Estado, que exigem que todos se juntem para resolver", posição que "não significa reconhecer o Governo".

Apesar de assumir que o acordo não implicava reconhecer o Executivo de Xanana Gusmão, Mari Alkatiri admite, contudo, que estaria disponível para uma eventual revisão da Constituição.

"Se há artigos (referentes à questão da formação do Governo) que não são claros para alguns podemos estudar isso para tornar cada vez mais claro", disse.

"A Constituição da República Democrática de Timor-Leste é para estar em vigor durante décadas ou séculos e por isso é bom que, se há artigos que criaram algum conflito, esses artigos sejam tornados claros", acrescentou Mari Alkatiri ao salintar que foi a Fretilin que escreveu o texto fundamental e que previa a sua revisão a partir de 2008.

Alkatiri confirma ainda a manifestação de vontade de Ramos-Horta em convocar eleições antecipadas para o Parlamento e chefia do Estado em 2009 e a necessidade de realizar mais algumas reuniões entre os partidos políticos para chegar a um acordo global de soluções para os problemas que afectam o país.

Nas declarações à agência Lusa, Mari Alkatiri subscreve também a posição revelada em Lisboa pelo líder do PSD, Mário Carrascalão, ao salientar ser uma "opção errada" entregar o comando das opções de captura do ex-tenente Gastão Salsinha e do seu grupo às Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

"Colocar as F-FDTL atrás do grupo do Salsinha vai fazer crescer o problema que já existia entre o grupo do Salsinha e as próprias F-FDTL o que significa que pode aprofundar a crise leste/oeste (lorosae/loromonu) de novo", afirmou.

O Governo timorense entregou domingo o comando das operações de busca e captura do grupo de Gastão Salsinha ao chefe do Estado-Maior General das F-FDTL, brigadeiro-general Taur Matan Ruakàs F-FDTL.

Alegadas discriminações no seio das F-FDTL a favor de naturais do leste do país estiveram na base da crise de 2006, que resultou no despedimento de cerca de 600 militares (os peticionários) pelo Governo então liderado por Mari Alkatiri, que acabou por deixar o cargo, e em confrontos que provocaram mais de 30 mortos e 150 mil desalojados.

Sobre o ataque a Xanana Gusmão, Mari Alkatiri sublinha parecer estar-se perante um "filme de ficção" porque, garante, numa "emboscada com espingardas-metralhadoras naquela curva, ninguém sairia vivo".

"Montagem! Quem o teria feito? Parece que estamos um pouco num filme de ficção", disse Mari Alkatiri ao recordar que nenhum dos veículos da comitiva do chefe do Governo tem alguma protecção especial de blindagem.

O líder da Fretilin continua também com dúvidas sobre os ataques de 11 de Fevereiro, explica que para si "não há ainda luz ao fundo do túnel" e que se fosse investigador, as "primeiras pessoas que iria questionar eram aqueles que estavam em casa de Ramos-Horta".

"Depois de ter sabido que o Alfredo (Reinado) tinha morrido uma hora antes (de Ramos-Horta ter sido ferido) tornou-se ainda mais estranho para mim", afirmou ao interrogar "quem, afinal, tentou matar José Ramos-Horta?".