sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Ramos-Horta continua estável; premiê australiano vai a Timor Leste
14/02/2008
da Folha Online
O estado de saúde do presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta, que está internado no Hospital Real de Darwin, norte da Austrália, continua estável. Ele sofreu um atentado em sua casa na manhã de segunda-feira (11).
O premiê, Xanana Gusmão, também foi atacado, mas saiu ileso, quando ia de carro para seu escritório na capital Díli. O ex-comandante do Exército Alfredo Reinado, autor do ataque, foi morto pelos seguranças do presidente. Outro soldado rebelde e um guarda de segurança também morreram.
Austrália
Segundo o ex-chefe das Forças Armadas australianas, Peter Cosgrove, que visitou o presidente timorense nessa quinta-feira, os médicos confirmaram que Ramos-Horta, 58, pode receber alta em duas ou três semanas.
Ele disse à rede de televisão australiana "ABC" que o presidente timorense está sedado desde segunda-feira (11). "Eu lhe disse que os australianos tem muito carinho e respeito por ele", afirmou Cosgrove, que dirigiu o primeiro destacamento australiano a atuar em Timor Leste, durante a onda de violência promovida por forças pró-Indonésia em 1999 que culminou com a independência do país.
O premiê australiano, Kevin Rudd anunciou que viajará na sexta-feira (15) a Timor Leste para tratar da situação que o país atravessa depois dos atentados de segunda-feira (11). Ele decidiu ir ao país após conversar pelo telefone com o primeiro-ministro timorense.
Timor Leste, país de cerca de 1 milhão de habitantes onde é falada a língua portuguesa, conseguiu a independência em 2002, após 24 anos de ocupação indonésia (1975-1999) e de 3 anos sob tutela da ONU (1999-2002).
Em 2006, o país passou por uma crise quando 599 militares foram expulsos das Forças Armadas após fazerem denúncias de corrupção e nepotismo no governo. Mais de 10 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas e 37 pessoas morreram em combates promovidos pelos ex-militares chefiados por Reinado.
Reinado
Segundo a Reuters, o líder rebelde pretendia seqüestrar o presidente José Ramos-Horta e matar o premiê Xana Gusmão, durante os ataques dessa segunda-feira (11). Seu objetivo seria expulsar as tropas estrangeiras que atuam no país e gerar novas eleições parlamentares.
"A constituição timorense estabelece que haveria eleições imediatas se o primeiro-ministro tivesse morrido", disse Leandro Isaac, um legislador do governo anterior que se aliou às forças de Reinado em 2007, mas desistiu porque não concordava com o uso de violência.
Issac disse que Reinado planejava capturar Ramos-Horta e negociar a retirada das forças internacionais de Timor Leste, além da expulsão de juízes e promotores estrangeiros do país. Para ele, "Reinado acreditava que a presença dessas pessoas era a causa das injustiças em Timor Leste".
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