sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ramos-Horta estará ainda "muito confuso" para falar sobre atentado

O presidente de Timor-Leste "estará ainda muito confuso" para falar sobre o atentado de que foi vítima a 11 de Fevereiro, embora saiba ter sido alvejado, afirmou hoje o director do Royal Darwin Hospital.

Len Notaras sublinhou que José Ramos-Horta, ferido com gravidade num ataque contra a sua residência em Díli, em que o major Alfredo Reinado, principal suspeito, foi abatido a tiro, "terá consciência de que foi alvejado" e que estará ainda "confuso" sobre os pormenores.

"Ele (Ramos-Horta) sabe, com certeza, que foi alvejado e que isso foi uma experiência traumática. Quanto aos responsáveis pelo ataque e aos restantes pormenores, já não terei tanta certeza. Diria que, devido ao trauma, haverá provavelmente ainda grande confusão", afirmou Len Notaras à agência France Presse.

O director do Royal Darwin Hospital adiantou ser também "provável" que Ramos-Horta, já operado em cinco ocasiões - uma ainda em Díli e quatro naquela cidade do norte da Austrália -, esteja ainda "pouco seguro sobre os pormenores do ataque depois de ter estado inconsciente por tanto tempo".

O presidente timorense, que esteve até quarta-feira num regime de coma induzido, "não viveu os últimos dez dias da sua vida", lembrou Len Notaras.

"Assim que recuperar a capacidade de orientação, será já capaz de conseguir maior clareza nos seus pensamentos. Mas é preciso que o mantenhamos relaxado e livre de qualquer ambiente de stress para que possa permitir que o seu corpo recupere", acrescentou.

Hoje, em declarações à Agência Lusa, uma irmã de Ramos-Horta indicou que o presidente timorense continua a "recuperar bem", pergunta pela família e amigos, mas ainda não falou sobre o ataque que sofreu a 11 de Fevereiro.

"Ele está como ontem [quarta-feira]. A recuperar bem, não tem febre e tem uma voz mais clara", contou Romana Horta, salientando que o presidente timorense ainda não falou nem perguntou nada sobre o ataque, referindo-se apenas a familiares e amigos.

"Ele fica é com os olhos muito assustados quando houve algum barulho ou ruído maior. Contudo, não fala sobre o acidente e nós também não perguntamos", referiu, acrescentando que o presidente está acompanhado pela mãe, por um irmão e pelo cunhado João Carrascalão.

Um duplo atentado visou a 11 de Fevereiro o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente e prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser transferido para Darwin.

O Royal Darwin Hospital salientou hoje, no último boletim médico sobre o presidente timorense, que Ramos-Horta está a "acordar lentamente da sedação" e confirmou que "disse algumas palavras aos seus familiares".

Os médicos dizem também que Ramos-Horta deverá continuar na unidade de cuidados intensivos por mais tempo e provavelmente será submetido a "outra cirurgia menor".

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sr Presidente Horta, recupere depressa e regresse para junto do seu povo. Timor Leste precisa muito de si e sua sabedoria, amizade, paz e o seu sincero desejo para desenvolver timor no caminho certo.

Esperoo que apanhem o assassino pago que fez isto ao senhor.

PAZ