O major Alfredo Reinado e o seu grupo dispararam hoje «vários tiros» contra uma patrulha australiana no distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, anunciou o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) em Timor-Leste.
O incidente não provocou vítimas, disse o brigadeiro James Baker em conferência de imprensa em Díli.
O «encontro casual» da patrulha australiana com «Alfredo Reinado e o seu grupo» aconteceu cerca das 12:50 locais (03:50 em Lisboa), explicou o comandante das ISF.
«Alguns dos homens de Alfredo Reinado estavam armados» e os primeiros dados apontam para «quatro ou cinco com espingardas no grupo».
O incidente ocorreu perto da aldeia de Lauala, Ermera, quando soldados australianos realizavam «uma patrulha de reconhecimento das estradas, na sequência das fortes chuvas que têm caído no país», adiantou o comandante James Baker.
«O reconhecimento por patrulhas das ISF foi amplamente divulgado», afirmou.
«O grupo disparou vários tiros de aviso, numa atitude insensata da parte de Alfredo Reinado e dos seus homens», adiantou o brigadeiro.
A patrulha australiana não respondeu aos tiros e recuou «de imediato» para a vila de Gleno, no mesmo distrito, referiu o comandante das ISF.
«Os soldados das ISF mostraram grande contenção, grande disciplina e grande profissionalismo», considerou o brigadeiro James Baker.
«As ISF, seguindo um pedido do governo timorense, não efectuam neste momento nenhuma operação contra Alfredo Reinado», assegurou também o oficial australiano.
«Alfredo Reinado é um fugitivo do sistema judicial timorense e a acção de hoje pôs em perigo a segurança de tropas das ISF», acrescentou.
Questionado por que razão as ISF não prenderam Alfredo Reinado, alvo de um mandato judicial, o brigadeiro James Baker respondeu, cinco vezes ao todo, que o major fugitivo «é um caso para as autoridades de Timor-Leste» e que «a missão das ISF em Timor-Leste é de assistir o governo».
O major Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar timorense, está fugido à justiça desde Agosto de 2006 e começou a ser julgado em Díli em Dezembro de 2007.
O incidente de Ermera aconteceu na véspera do início do acantonamento, em Díli, dos peticionários das Forças Armadas.
Diário Digital / Lusa
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