Dili, 6 fev (Lusa) - Os rebeldes que quiserem regressar às Forças Armadas de Timor Leste serão sujeitos a um novo recrutamento, afirmou nesta quarta-feira à Agência Lusa o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.
Xanana Gusmão declarou que a reintegração dos rebeldes nas Forças Armadas será feita pela Lei do Recrutamento Militar, "não havendo necessidade de um processo de triagem".
"Já que estão há muito tempo fora, é isso que pedimos", declarou Xanana Gusmão, entrevistado pela Lusa na véspera do início do reagrupamento dos rebeldes em Dili.
Xanana Gusmão adiantou que "está sendo estudada a possibilidade de uma exceção" para que os rebeldes recrutados de novo possam atingir a patente que possuíam antes de abandonarem as Forças de Defesa de Timor Leste.
"Há um critério para os avaliar e fecharmos o problema", adiantou Xanana Gusmão.
Segundo o primeiro-ministro de Timor Leste, parte dos rebeldes, "incluindo alguns dos signatários" da petição inicial, concordaram com o modelo de reintegração.
Menos de vinte peticionários, de um grupo de quase seiscentos, compareceram em novembro passado a um encontro com o primeiro-ministro timorense em Aileu, a sul de Dili.
Sobre a hipótese de acontecer algo semelhante com o reencontro desta quinta-feira, Xanana Gusmão respondeu que "o problema não é o número" de comparecimentos, mas saber se os rebeldes querem voltar às Forças Armadas.
Para quem opte por não retornar, o primeiro-ministro timorense explicou à Lusa que "o governo compromete-se a falar por eles e ver outras oportunidades de vida".
"Sabemos as dificuldades dos peticionários e as pressões que componentes da sociedade exercem sobre eles", afirmou o líder de Timor Leste.
O alojamento em Dili, em um recinto situado no coração da cidade, poderá durar duas semanas.
Em 7 de fevereiro, completam-se dois anos desde o pedido de audiência dos rebeldes ao presidente de Timor Leste, cargo ocupado na altura por Xanana Gusmão.
Em 17 de fevereiro de 2006, os rebeldes abandonaram os quartéis alegando discriminação nas Forças Armadas.
Em 16 de março seguinte, foi anunciada a exoneração de 594 militares, com data efetiva de 1º de março.
Uma manifestação dos peticionários, em abril do mesmo ano, desencadeou a crise política e militar que terminou com a queda do 1º Governo Constitucional de Timor, liderado por Mari Alkatiri.
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