segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Presidente interino do Timor Leste anuncia chegada de FBI

Dili, 18 fev (Lusa) - O presidente em exercício do Timor Leste, Fernando La Sama de Araújo, anunciou nesta segunda-feira a chegada ao país de oficiais do FBI, na terça, para cooperarem com a Procuradoria-geral da República nas investigações criminais dos atentados ocorridos há uma semana.

La Sama explicou que os “peritos internacionais” vão colaborar com as autoridades de Justiça do Timor Leste na investigação criminal dos ataques da semana passada contra o presidente timorense, José Ramos Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

José Ramos Horta foi baleado e se recupera dos graves ferimentos em um hospital
na Austrália. Já o premiê do país escapou ileso à emboscada.

"Os peritos são necessários para que se possa efetuar uma investigação profunda”, destacou La Sama, explicando que “vão colaborar com a Procuradoria”, e não atuar de forma autônoma.

O presidente interino disse ainda “que não há mais diálogo” com o grupo de rebeldes responsáveis pelos ataques, agora liderados pelo ex-tenente Gastão Salsinha, que chefiou a emboscada a Xanana Gusmão.

O comandante anterior do grupo, o major foragido Alfredo Reinado, morreu no ataque à casa de Ramos Horta.

“O tempo do diálogo passou”, sublinhou La Sama, ao apelar à rendição de todos os membros do grupo, garantindo que os Direitos Humanos “serão respeitados”, que “não haverá torturas” e que o ”julgamento será justo”.

O atual líder timorense acrescentou esperar que as operações de captura, que serão lançadas “em breve”, possam conduzir os suspeitos à Justiça no prazo de um mês, de forma a garantir que o Estado timorense ”não seja afetado na sua credibilidade”. La Sama disse ainda esperar que as buscas não acabem com a morte dos rebeldes.

O presidente timorense em exercício acrescentou que as forças internacionais vão participar disponibilizando meios de ação nas operações de detenção dos rebeldes e explicou que a busca por Gastão Salsinha está relacionada com sua participação nos ataques da última semana, e não por ter liderado os cerca de 600 militares rebeldes que deram origem a um levante em 2006.

La Sama falou aos jornalistas após a chefe do gabinete da Presidência, Natália Carrascalão, ter lido uma nota que divulgava como “grave, mas muito estável” o estado de saúde de Ramos Horta.

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