terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ramos-Horta agradece apoio do Brasil após atentado


Presidente timorense gravemente ferido em um ataque rebelde no início de fevereiro se recupera bem

Bia Rodrigues, do estadão.com.br

SÃO PAULO - O Presidente do Timor Leste José Ramos-Horta agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro de Relações Exteriores Celso Amorim pelo apoio recebido após o atentado que sofreu em Díli, capital do país. Ramos-Horta se recupera em um hospital australiano de um ataque sofrido no dia 11 de fevereiro.





Segundo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que conversou por telefone nesta terça-feira, 26, com Ramos-Horta, ele se recupera bem da série de cirurgias sofridas após o atentado. O presidente timorense pediu para que Suplicy agradeça ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pelo apoio recebido durante sua recuperação.



Ainda segundo o senador, que falou ao estadão.com.br, Carolina Larriera, viúva de Sérgio Vieira de Mello, visita o presidente timorense na Austrália. Ela partiu na sexta feira e chegou nesta segunda-feira, 25, a Darwin. Carolina disse para Suplicy que Ramos-Horta está fora de perigo e tirou os aparelhos. Após as cirurgias, ele ficou em coma induzido por dez dias. Ramos-Horta ainda continuará na Austrália por mais alguns dias até se recuperar.



O presidente do Timor Leste foi alvejado a tiros pelos rebeldes em frente à sua casa em Díli, capital do Timor Leste. O líder rebelde Alfredo Reinado, que liderou os ataques, foi morto na troca de tiros com força de segurança.



Os rebeldes também chegaram a atirar contra um carro que levava o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso. Ramos-Horta, que levou tiros nas costas e no peito, foi submetido a uma série de operações no hospital australiano na cidade de Darwin. Após os atentados, Gusmão decretou estado de emergência. Inicialmente de 48 horas, ele foi estendido até o dia 23 de fevereiro.



O presidente timorense visitou o Brasil nos dias 28, 29 e 30 de janeiro. Na ocasião, ele se reuniu com o senador Suplicy e o convidou para ir ao Timor Leste explicar sua proposta sobre a Renda Básica de Cidadania. Carolina acompanhou Ramos-Horta durante sua visita ao Brasil.



Durante a visita, Ramos-Horta deu uma entrevista exclusiva ao Estado sobre a atual situação do Timor Leste. Ele falou sobre a violência que explodiu após a nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro, economia e o futuro do país. Ramos-Horta enfatizou que o pior problema é a pobreza e lamentou 'não ser Nossa Senhora de Fátima, para fazer milagres'.

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