quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Tropa do Timor tira da UNpol rebelde que havia se rendido

Photo: Homens de Alfredo


Dili, 27 fev (Lusa) - Oficiais das Forças Armadas timorenses retiraram à Polícia das Nações Unidas (UNPol) um membro do grupo do rebelde Alfredo Reinado que havia se rendido nesta quarta-feira, afirmou uma fonte da missão internacional à Agência Lusa.
O rebelde pertencia ao grupo do major foragido Alfredo Reinado desde o início de 2007, havia se rendido à UNPol no oeste da ilha do Timor, e foi transportado pela manhã para Dili, em um helicóptero a serviço da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (Unmit).

O homem, ex-membro das Falintil - Forças de Defesa do Timor Leste (F-FDTL), como a maior parte dos comparsas de Reinado, era co-acusado em processo por homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra.

"Depois de o helicóptero aterrissar no aeroporto, em Comoro, uma viatura das Forças Armadas entrou lá e, de armas apontadas aos oficiais da UNPol, levou o elemento que tinha se rendido a nós", contou à Lusa a mesma fonte.

No helicóptero das Nações Unidas, na companhia do rendido, viajava também o secretário de Estado da Região Autônoma de Oécussi, Jorge Teme, membro do 4º governo constitucional do país.

O incidente foi confirmado à Lusa por oficiais da UNPol, que acrescentaram que a retirada do membro do grupo de Reinado "envolveu 14 elementos das F-FDTL" e foi "considerada muito grave" na Unmit.

Questionada pela Lusa sobre o ocorrido, uma fonte oficial da Unmit respondeu apenas que a missão internacional "tem conhecimento da operação e está ainda em discussões com o governo sobre o assunto".

A Lusa procurou saber junto às F-FDTL a razão da intervenção no aeroporto de Comoro.

"Nós só queremos dizer que, quando as coisas são fáceis, não dificultem, e quando as coisas são difíceis, fazem-nas fáceis", respondeu o tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante da operação "Halibur".

O tenente-coronel das F-FDTL fez suas declarações aos jornalistas em entrevista coletiva sobre o andamento das operações de captura do grupo de Alfredo Reinado, agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.

O major Reinado liderou em 11 de fevereiro o ataque à residência do presidente timorense, José Ramos-Horta, acabando por morrer baleado.

Na investida, José Ramos-Horta foi gravemente ferido e se recupera, já fora de perigo, em um hospital em Darwin, norte da Austrália.

Pouco depois do ataque contra o presidente, um atentado liderado por Gastão Salsinha teve como alvo a comitiva onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

A rendição desta quarta-feira em Oécussi é a segunda, no espaço de 48 horas, de um membro do grupo de Reinado, depois de um ex-oficial da Polícia Militar ter se entregue à UNPol em Maubisse, na segunda-feira.

Esse outro membro que se rendeu está, desde terça-feira, no acantonamento dos rebeldes das F-FDTL, em Dili, "por decisão judicial, depois de ter sido interrogado durante seis horas, na segunda-feira", contou o homem, nesta quarta, à Agência Lusa.

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